Contribuições da Meliponicultura para o Manejo da Abelha Indígena Melipona bicolor schencki

Contribuições da Meliponicultura para o Manejo da Abelha Indígena Melipona bicolor schencki

Document information

author

Jean Carlos Locatelli

school

Universidade Federal do Paraná

major Meliponicultura
year 2015
place Curitiba
document_type trabalho de conclusão de curso
language Portuguese
pages 59
format | PDF
size 11.51 MB
  • meliponicultura
  • abelhas nativas
  • conservação ambiental

summary

I. Introdução

A meliponicultura é uma prática ancestral que remonta aos povos indígenas, especialmente os Maias, que cultivavam abelhas sem ferrão como a Melipona bicolor schencki. Este trabalho busca compilar informações sobre a biologia e o manejo dessa espécie, ressaltando a importância cultural e ecológica da meliponicultura. A pesquisa foi realizada em Santa Catarina e Paraná, utilizando métodos exploratórios e entrevistas com meliponicultores. A história oral híbrida foi fundamental para entender as práticas tradicionais e os conhecimentos acumulados ao longo do tempo. A M. bicolor schencki é uma espécie ameaçada, e a preservação de seus habitats é crucial para evitar sua extinção. O trabalho visa servir como um recurso para pesquisadores e meliponicultores, promovendo a conscientização sobre a importância da conservação dessa abelha indígena.

II. Importância da Meliponicultura

A meliponicultura desempenha um papel vital na polinização de plantas nativas e agrícolas. Aproximadamente 90% das árvores brasileiras dependem da polinização por abelhas, e a M. bicolor schencki é um polinizador natural do bioma da Mata Atlântica. A conservação dos habitats onde essas abelhas vivem é essencial para a manutenção do equilíbrio ecológico. A pesquisa destaca que a meliponicultura não apenas contribui para a biodiversidade, mas também para a segurança alimentar, uma vez que muitas culturas agrícolas dependem da polinização. A conscientização dos agricultores sobre a importância das abelhas é fundamental, especialmente em face das mudanças climáticas e da introdução de espécies exóticas que ameaçam a população de meliponíneos.

III. Manejo e Conservação

O manejo da M. bicolor schencki requer técnicas específicas que respeitem suas características biológicas. A pesquisa documenta métodos de manejo, incluindo a construção de colmeias adequadas e a realização de divisões de famílias. A técnica da orfandade é discutida como uma estratégia para a formação de novas colônias. Além disso, a pesquisa enfatiza a necessidade de preservar os habitats naturais, garantindo que as abelhas tenham acesso a recursos florais adequados. A escassez de recursos florais e a degradação ambiental são desafios significativos para a meliponicultura. Portanto, a implementação de práticas sustentáveis é crucial para a sobrevivência da M. bicolor schencki e a promoção da meliponicultura como uma atividade viável e benéfica.

IV. Aplicações Práticas e Potencial Econômico

O mel de abelhas sem ferrão, incluindo o da M. bicolor schencki, possui propriedades medicinais e é valorizado em mercados locais. No entanto, a demanda ainda é baixa, e o produto é frequentemente visto apenas como medicinal. A pesquisa sugere que o desenvolvimento de um padrão próprio para o mel de abelhas sem ferrão poderia aumentar sua aceitação no mercado. Além disso, a meliponicultura pode gerar renda significativa para comunidades locais, especialmente em regiões onde a biodiversidade é alta. A conscientização sobre os benefícios do mel e a promoção de seu uso em diferentes contextos podem impulsionar a produção e a comercialização, contribuindo para a conservação das abelhas e seus habitats.

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