
A Relação entre Intenção Suicida e Fatores Psicossociais
Document information
author | Rosa Maria Fonseca Dos Santos Ferreira |
instructor | Professora Doutora Sónia Simões |
school | Instituto Superior Miguel Torga |
major | Psicologia Clínica |
document_type | projeto de investigação |
language | Portuguese |
pages | 45 |
format | |
size | 1.01 MB |
- intenção suicida
- psicopatologia
- autocompaixão
summary
I. Introdução
A intenção suicida é um indicador crítico de suicídio subsequente. Este estudo investiga a relação entre intenção suicida e fatores psicossociais, como sintomas psicopatológicos, vergonha, autocriticismo e autocompaixão. A pesquisa revela que a intenção suicida está associada a um aumento nos sintomas psicopatológicos, especialmente a depressão. A solidão e o estado civil, como a viuvez, também se destacam como fatores de risco. A compreensão desses fatores é vital para a prevenção do suicídio, dado que a cada ano, cerca de um milhão de pessoas morrem por suicídio em todo o mundo.
II. Fatores de Risco e Proteção
Os resultados indicam que a vergonha, o autocriticismo e a depressão são fatores de risco significativos para a intenção suicida. A pesquisa de Li e colaboradores (2016) destaca que a depressão é um dos maiores preditores de pensamentos e tentativas suicidas, especialmente entre idosos. Além disso, a solidão e a falta de suporte social são identificadas como variáveis críticas que aumentam a vulnerabilidade. Por outro lado, a autocompaixão emerge como um fator protetor, sugerindo que indivíduos com maior autocompaixão tendem a ter menores níveis de intenção suicida.
III. A Relação entre Autocriticismo e Vergonha
A pesquisa revela uma forte correlação entre autocriticismo e vergonha. Indivíduos com altos níveis de autocriticismo frequentemente experimentam sentimentos de vergonha, o que pode intensificar a intenção suicida. Gilbert (2009) sugere que experiências precoces de abuso ou negligência podem aumentar a sensibilidade à crítica, levando a um ciclo de autocriticismo e vergonha. Essa dinâmica é crucial para entender como esses fatores interagem e contribuem para o comportamento suicida.
IV. Implicações para a Prática Clínica
Os achados deste estudo têm implicações significativas para a prática clínica. A autocompaixão deve ser promovida como uma estratégia de intervenção para reduzir a intenção suicida. Programas de terapia focados na compreensão e aceitação das experiências pessoais podem ajudar a mitigar os efeitos negativos do autocriticismo e da vergonha. A Ordem dos Psicólogos Portugueses (2013) recomenda ações preventivas que incluem a promoção da saúde mental e a redução do estigma associado às doenças mentais, enfatizando a necessidade de um sistema de apoio robusto para indivíduos em risco.
V. Conclusão
A pesquisa conclui que a intenção suicida é influenciada por uma combinação de fatores psicossociais, incluindo sintomas psicopatológicos, vergonha, autocriticismo e autocompaixão. A identificação e intervenção precoce em indivíduos com altos níveis de vergonha e autocriticismo são essenciais para a prevenção do suicídio. A promoção da autocompaixão pode servir como uma abordagem eficaz para reduzir a intenção suicida e melhorar o bem-estar psicológico geral.
document reference
- The Relationship of Shame, Social Anxiety and Depression: The Role of the Evaluation of Social Rank (Gilbert, P. (2000))
- Depression and stress: A biopsychosocial exploration of evolved functions and mechanisms (Gilbert, P. (2001))
- Comportamentos Suicidários em Estudantes do Ensino Superior: Factores de Risco e de Protecção (Gonçalves, A., Freitas, P., & Sequeira, C. (2011))
- Self-Compassion and Psychological Well-Being in Older Adults (Homan, K. J. (2016))
- Clinical and Socio-Demographic Correlates of Suicidal Intent Among Young Adults: A Study From South India (Menon, V., Kattimani, S., Shrivastava, M. K., & Thazath, H. K. (2013))