Influência do Suporte Social e Estilos de Coping na Percepção de Bem-Estar em Doentes Mentais Crónicos

Influência do Suporte Social e Estilos de Coping na Percepção de Bem-Estar em Doentes Mentais Crónicos

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language Portuguese
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  • suporte social
  • estilos de coping
  • bem-estar subjectivo

summary

I. Introdução

A influência do suporte social e dos estilos de coping na percepção de bem-estar em doentes mentais crónicos é um tema de crescente relevância. O suporte social é definido como a disponibilidade de pessoas que se preocupam e valorizam o indivíduo. Este estudo analisa como diferentes dimensões do suporte social, como a satisfação com amizades e a intimidade, se correlacionam positivamente com o bem-estar subjetivo. A pesquisa foi realizada com 41 indivíduos diagnosticados com doenças mentais crónicas, revelando que o suporte social é um fator crucial na adaptação e recuperação desses pacientes. Os resultados indicam que a satisfação com o suporte social está diretamente ligada à redução de sintomas depressivos e ansiosos, destacando a importância de redes de apoio na saúde mental.

II. Suporte Social e Bem Estar

O suporte social é um construto multidimensional que desempenha um papel fundamental na saúde mental. A pesquisa mostra que a satisfação com amizades, a intimidade e a satisfação com a família estão positivamente correlacionadas com o bem-estar subjetivo. A literatura sugere que indivíduos com um suporte social robusto tendem a apresentar menores níveis de depressão e ansiedade. O estudo de Brown et al. (1975) reforça essa ideia, mostrando que mulheres com suporte social significativo não apresentaram agravamento de suas condições psiquiátricas. Além disso, a pesquisa de Baptista et al. (2006) conclui que o suporte social pode atuar como um mediador, protegendo indivíduos em risco de perturbações psicológicas. Portanto, o suporte social não apenas melhora a qualidade de vida, mas também é essencial para a recuperação de doenças mentais.

III. Estilos de Coping

Os estilos de coping são estratégias que os indivíduos utilizam para lidar com o estresse e as dificuldades. O estudo distingue entre coping racional e coping emocional. O coping racional está associado a uma diminuição dos sintomas depressivos, enquanto o coping emocional correlaciona-se positivamente com estados emocionais negativos, como ansiedade e estresse. A pesquisa de Carver e Scheier (1994) sugere que os estilos de coping não são apenas traços de personalidade, mas refletem a adaptação a situações específicas. A eficácia do coping funcional é evidente, pois indivíduos que utilizam estratégias adaptativas tendem a se ajustar melhor às exigências da doença crónica. Assim, a escolha do estilo de coping pode influenciar significativamente a percepção de bem-estar e a saúde mental dos indivíduos.

IV. Comparação entre Grupos

A comparação entre doentes institucionalizados e não-institucionalizados revela diferenças significativas no uso de estilos de coping. Os doentes institucionalizados tendem a utilizar mais frequentemente o coping emocional, o que está associado a níveis mais elevados de ansiedade. Embora a hipótese inicial sugerisse que os institucionalizados teriam menos suporte social, os resultados não mostraram diferenças estatisticamente significativas. Isso pode ser atribuído ao suporte individualizado que recebem nas instituições. A análise indica que a institucionalização pode impactar a forma como os indivíduos lidam com suas condições, sugerindo a necessidade de intervenções que promovam estilos de coping mais adaptativos.

V. Implicações Clínicas e Futuras Pesquisas

As implicações clínicas deste estudo são significativas. O suporte social deve ser considerado uma prioridade no tratamento de doentes mentais crónicos. A promoção de redes de apoio pode melhorar a adaptação e a recuperação desses indivíduos. Além disso, a pesquisa sugere que futuras investigações devem focar em amostras maiores e mais diversificadas, além de considerar metodologias que incluam tanto autoavaliação quanto heteroavaliação. Estudos longitudinais também são recomendados para entender melhor a dinâmica entre suporte social, estilos de coping e bem-estar ao longo do tempo. A compreensão dessas relações pode levar a intervenções mais eficazes na saúde mental.

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