
Apresentação Inicial de Pacientes com Neoplasia de Bexiga em Hospitais Gerais
Document information
author | André Luis Tessaro |
instructor | Prof. Nicolas Almeida Leal da Silva |
school | Universidade Federal da Fronteira Sul |
major | Medicina |
document_type | trabalho de conclusão de curso |
year | 2018 |
place | Passo Fundo |
language | Portuguese |
pages | 59 |
format | |
size | 1.90 MB |
- neoplasia de bexiga
- diagnóstico
- hospitais gerais
summary
I. Introdução
O câncer de bexiga é uma das neoplasias mais prevalentes globalmente, com aproximadamente 430 mil novos casos diagnosticados em 2012. Nos Estados Unidos, cerca de 79.000 novos casos e 17.000 mortes são atribuídos a essa doença anualmente. No Brasil, o carcinoma de células de transição é o tipo mais comum, representando a maioria dos casos. A estimativa para 2018 indica 9.480 novos casos, com uma mortalidade de 3.642, sendo a maioria homens. O diagnóstico tardio é um fator crítico, pois está associado a uma menor taxa de sobrevivência, especialmente em mulheres. Os sintomas frequentemente se assemelham a distúrbios benignos, levando a atrasos no diagnóstico e, consequentemente, a um prognóstico mais desfavorável. A literatura sugere que a maioria dos cânceres de bexiga se torna sintomática ao longo do tempo, o que reforça a necessidade de um diagnóstico precoce.
II. Metodologia
O estudo foi conduzido utilizando dados do Instituto de Patologia de Passo Fundo (IPPF), abrangendo o período de 1º de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2017. A amostra incluiu pacientes com confirmação anatomopatológica de neoplasias de bexiga. A pesquisa foi de natureza quantitativa, observacional e descritiva, com uma amostra não probabilística composta por aproximadamente 500 pacientes. Os dados coletados incluíram idade, tipo histológico, grau de invasão e estadiamento. A análise estatística foi realizada utilizando o software PSPP, permitindo a avaliação da distribuição das variáveis e a identificação de padrões significativos. A abordagem metodológica foi rigorosa, garantindo a validade dos resultados e a relevância das conclusões.
III. Resultados
Os resultados indicaram que a maioria dos pacientes diagnosticados com neoplasia de bexiga era do sexo masculino, com uma média de idade de 70,24 anos. O tipo histológico mais prevalente foi o carcinoma de células transicionais, com 58,5% dos casos. A pesquisa revelou que 53% dos pacientes não apresentaram neoplasia músculo-invasiva, enquanto 53,5% tinham um alto risco de progressão para essa forma mais agressiva da doença. Esses dados corroboram a literatura existente, que aponta para a predominância do carcinoma de células de transição como o tipo mais comum de câncer de bexiga, destacando a importância de estratégias de diagnóstico e tratamento precoce.
IV. Discussão
A discussão enfatiza a relevância do diagnóstico precoce e a identificação de fatores de risco associados ao câncer de bexiga. A análise dos dados sugere que a idade média dos pacientes está alinhada com a epidemiologia conhecida da doença, afetando predominantemente homens na faixa etária de 70 a 79 anos. A pesquisa também destaca a importância de considerar a variabilidade na apresentação clínica, que pode ser influenciada por fatores como sexo e raça. A identificação de características associadas a um maior risco de progressão é crucial para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas mais eficazes e personalizadas. A literatura revisada reforça a necessidade de um enfoque multidisciplinar no manejo do câncer de bexiga, integrando aspectos clínicos, cirúrgicos e de suporte ao paciente.
V. Conclusão
A conclusão reafirma que o perfil epidemiológico dos pacientes com neoplasia de bexiga em Passo Fundo está em consonância com a literatura, evidenciando a predominância do carcinoma de células de transição do tipo papilífero, não músculo-invasivo e de baixo risco. A pesquisa contribui para o entendimento da apresentação inicial da doença, destacando a importância de um diagnóstico precoce e a necessidade de estratégias de tratamento que considerem as características individuais dos pacientes. Os achados têm implicações significativas para a prática clínica, sugerindo que a implementação de protocolos de triagem e diagnóstico pode melhorar os resultados para os pacientes com câncer de bexiga.