
Metais: Abundância e Classificação
Informações do documento
Idioma | Portuguese |
Formato | |
Tamanho | 1.40 MB |
Curso | Química |
Tipo de documento | Anotações de aula/Fragmento de texto |
Resumo
I.Propriedades e Classificação dos Metais
Os metais, elementos mais numerosos na tabela periódica, são caracterizados por sua alta ductibilidade e maleabilidade, permitindo sua transformação em fios e lâminas. Apresentam alta resistência mecânica e brilho metálico, sendo sólidos à temperatura ambiente, exceto o mercúrio (líquido). Sua condutividade elétrica os torna essenciais em aplicações como chips de computadores. A baixa entalpia de vaporização de alguns, como sódio e mercúrio, permite seu uso em lâmpadas. A maioria reage com oxigênio, com velocidades variáveis. Estes elementos são categorizados em blocos s, d e f, cada um com propriedades químicas distintas.
1. Características Gerais dos Metais
Os metais constituem a maior parte dos elementos na tabela periódica, abrangendo os blocos s, d e f. São amplamente conhecidos por suas propriedades físicas notáveis, como alta ductibilidade (capacidade de ser transformado em fios) e maleabilidade (capacidade de ser transformado em lâminas). Sua resistência mecânica é geralmente alta, e a maioria apresenta brilho metálico característico. A grande maioria é sólida em temperatura ambiente, com exceção notável do mercúrio, que é líquido. A excelente condutividade elétrica dos metais os torna cruciais em diversas aplicações tecnológicas, como a fabricação de chips de computadores, exemplificada pela maleabilidade do ouro em folhas finas utilizadas na produção de circuitos integrados. A baixa entalpia de vaporização de alguns metais, como o sódio e o mercúrio, permite seu uso em lâmpadas de vapor de sódio e lâmpadas fluorescentes, explorando suas propriedades físicas em aplicações de iluminação. É importante considerar que a maioria dos metais reage com o oxigênio (O2), embora a velocidade e espontaneidade desta reação variem bastante entre os diferentes metais, influenciando em suas aplicações e durabilidade.
2. Classificação dos Metais por Blocos
A classificação periódica dos elementos organiza os metais em diferentes blocos, cada um com suas características e propriedades químicas distintas. A seção aborda a classificação em blocos s, d e f, com ênfase nas diferenças entre as propriedades dos metais em cada bloco. A distinção entre os blocos é crucial para entender as diferentes reatividades e aplicações dos metais. A disposição na tabela periódica reflete as configurações eletrônicas e, consequentemente, as propriedades químicas específicas de cada grupo. A organização em blocos permite uma compreensão sistemática das propriedades dos metais e suas tendências, auxiliando na previsão de reatividades e comportamentos químicos. A compreensão desta classificação é fundamental para o estudo e aplicação dos metais em diversos campos, desde a engenharia de materiais até a química inorgânica avançada.
II.Metais Alcalinos e Alcalinos Terrosos
Os metais alcalinos (Grupo 1A, como lítio (Li), sódio (Na), potássio (K)), reagem vigorosamente com água, liberando hidrogênio. Já os metais alcalinos terrosos (Grupo 2A, incluindo magnésio (Mg) e cálcio (Ca)), também reagem com água, mas com menor vigor. A abundância destes metais na crosta terrestre varia significativamente, com o cálcio sendo um dos mais abundantes. Sua obtenção industrial requer alta energia, frequentemente através de eletrólise ígnea do NaCl para metais como sódio e potássio.
1. Metais Alcalinos Grupo 1A
Os metais alcalinos, pertencentes ao Grupo 1 (1A) da tabela periódica, incluem lítio (Li), sódio (Na), potássio (K), rubídio (Rb), césio (Cs) e frâncio (Fr). Seu nome deriva da alta reatividade com a água, formando hidróxidos e liberando hidrogênio. Esta reação é uma característica marcante e define seu comportamento químico. A reatividade aumenta significativamente ao descer no grupo, devido à diminuição da energia de ionização. A obtenção destes metais, apesar da abundância de alguns na crosta terrestre (como sódio e potássio), demanda um alto consumo de energia, tornando o processo economicamente dispendioso. Métodos eletroquímicos, como a eletrólise ígnea do cloreto de sódio (NaCl), são frequentemente empregados na obtenção industrial desses metais.
2. Metais Alcalinos Terrosos Grupo 2A
Os metais alcalinos terrosos compõem o Grupo 2 (2A) da tabela periódica, incluindo berílio (Be), magnésio (Mg), cálcio (Ca), estrôncio (Sr), bário (Ba) e rádio (Ra). A abundância destes metais na crosta terrestre varia consideravelmente; o cálcio, por exemplo, é o quinto metal mais abundante, enquanto outros, como o berílio e o césio, são bem mais raros. Eles também reagem com a água, liberando hidrogênio, porém com menor vigor em comparação aos metais alcalinos. Assim como os metais alcalinos, esses elementos também apresentam baixa energia de ionização. O número de oxidação desses metais coincide com o número do grupo na tabela periódica, ou seja, +2. A obtenção de metais como sódio, potássio, magnésio e cálcio, embora presentes em abundância na crosta terrestre, requer um alto consumo de energia, devido à forte ligação metálica e à necessidade de processos de redução eficientes.
III.Metais de Transição Bloco d
Os metais do bloco d, mais rígidos que os metais s, apresentam uma velocidade de oxidação moderada e uma ampla faixa de estados de oxidação, resultando numa química rica e complexa. O ferro (Fe), o metal de transição mais abundante, é encontrado em minerais como hematita (Fe₂O₃), magnetita (Fe₃O₄) e limonita. Sua obtenção envolve reações de redução em altas temperaturas, utilizando o monóxido de carbono (CO) como agente redutor, resultando em ferro-gusa (com até 4% de carbono).
1. Propriedades dos Metais de Transição Bloco d
Os metais de transição, localizados no bloco d da tabela periódica, se distinguem dos metais s por sua maior rigidez. Apresentam uma velocidade de oxidação moderada, em comparação com a alta reatividade dos metais alcalinos e alcalinos terrosos. Uma característica marcante é a ampla faixa de estados de oxidação que podem apresentar, o que resulta numa química rica e complexa, com diversas possibilidades de formação de compostos. Esta variedade de estados de oxidação é útil para o estudo da estabilidade relativa desses estados, através do diagrama de Frost. A capacidade de exibir múltiplos estados de oxidação contribui para a versatilidade dos metais de transição em diversas aplicações, permitindo a formação de compostos com propriedades diversas.
2. O Ferro Abundância e Obtenção
O ferro (Fe) destaca-se como o metal de transição mais abundante na crosta terrestre. É encontrado em diversos minerais, incluindo hematita (Fe₂O₃), magnetita (Fe₃O₄) e limonita (FeO(OH)). Sua extração envolve processos de alta temperatura, geralmente acima de 1800°C, em fornos, onde o monóxido de carbono (CO) atua como agente redutor, reagindo com o óxido de ferro presente no minério. A obtenção do ferro metálico é feita através de reações químicas de redução, com o CO atuando como agente redutor do minério. Reações em etapas reduzem gradativamente os óxidos de ferro até o ferro metálico. O produto obtido, o ferro-gusa, contém até 4% de carbono, o que o torna duro e quebradiço, necessitando de processos adicionais para obter ferro com propriedades adequadas para aplicações industriais, devido a sua baixa resistência mecânica.
3. Metais Nobres
Os metais situados à direita do bloco d demonstram uma notável resistência à oxidação, caracterizando os chamados metais nobres. Esta resistência à oxidação é particularmente pronunciada em metais como prata e ouro, e também nos metais 4d, 5d e do grupo 8 a 10. Sua inércia química os torna apropriados para diversas aplicações onde a resistência à corrosão é fundamental. A resistência à oxidação desses metais nobres é uma propriedade química crucial que explica seu uso em joias, moedas, e outros objetos onde a preservação da sua estrutura e aparência é imprescindível ao longo do tempo.
IV.Metais de Transição Interna Blocos f Lantanídeos e Actinídeos
Os lantanídeos (números atômicos 58 a 71) e actinídeos (série 5f) são metais altamente eletropositivos, muitos radioativos. Os lantanídeos, também conhecidos como terras raras, possuem aplicações diversas, desde componentes de lasers e imãs (neodímio), até corantes e componentes de dispositivos eletrônicos (europio, disprósio). Os actinídeos, como o urânio (U), são importantes na indústria nuclear, enquanto outros como o amerício (Am) são usados em detectores de fumaça. Muitos são empregados como fontes de calor em satélites e na produção de energia nuclear.
1. Lantanídeos Terras Raras e Aplicações
Os lantanídeos, metais de transição interna com números atômicos de 58 a 71, são conhecidos como terras raras devido à sua relativa escassez na crosta terrestre e à dificuldade de separação. São altamente eletropositivos e possuem uma variedade de aplicações industriais. Exemplos incluem o cério (Ce), usado em camisas incandescentes de lampiões e lentes de proteção para soldadores; o neodímio (Nd), empregado como corante em esmaltes; o samário (Sm), utilizado na fabricação de fones de ouvido; o európio (Eu), em equipamentos de projeção; o térbio (Tb) e o disprósio (Dy), como ativadores de cor verde em televisores e a fabricação de CDs; o hólmio (Ho), em lasers para oftalmologia; o túlio (Tm), na fabricação de ferritas; e o itérbio (Yb), em lasers. A variedade de aplicações demonstra a importância desses elementos em diversas tecnologias.
2. Actinídeos Radioatividade e Aplicações Nucleares
Os actinídeos, caracterizados pelo preenchimento da subcamada 5f, abrangem uma série de elementos radioativos. O actínio (Ac) é utilizado em geradores termoelétricos. O tório (Th) aumenta a refração de vidros para lentes. O urânio (U) tem aplicações na indústria aeronáutica e como combustível nuclear para produção de energia elétrica. Outros actinídeos, como o neptúnio (Np), plutônio (Pu), cúrio (Cm), e o califórnio (Cf), são elementos radioativos, com o amerício (Am) encontrando aplicação em detectores de fumaça. O califórnio é usado como fonte portátil de nêutrons, enquanto o einstênio (Es), férmio (Fm), mendelévio (Md) e nobélio (No) são elementos radioativos artificiais, com poucos ou nenhum registro de uso prático até o momento. A radioatividade e as propriedades nucleares destes elementos os tornam importantes em aplicações específicas, mas também exigem rigorosos protocolos de segurança.
V.Metais Nobres
Localizados à direita do bloco d, os metais nobres, como prata e ouro, apresentam alta resistência à oxidação.
1. Resistência à Oxidação e Característica Nobre
Metais localizados à direita do bloco d na tabela periódica exibem uma notável resistência à oxidação, característica que define seu caráter nobre. Esta resistência é particularmente evidente em metais como prata e ouro, além dos metais pertencentes aos grupos 4d, 5d e 8 a 10. A inerente resistência à corrosão desses metais os torna materiais de escolha em diversas aplicações onde a preservação da sua integridade e aparência é crucial. A baixa reatividade com oxigênio e outros agentes oxidantes justifica o seu uso em joalheria, ourivesaria e outras áreas que requerem materiais estáveis e duráveis ao longo do tempo. Esta propriedade é um fator determinante na seleção de materiais para aplicações onde a durabilidade e resistência à degradação são fatores críticos.