
Alfabetização: Formação de Professores
Informações do documento
Autor | Marissandra Todero |
instructor | Prof. Dr. Thiago Ingrassia Pereira |
Escola | Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) |
Curso | Educação |
Tipo de documento | Dissertação de Mestrado |
Local | Erechim |
Idioma | Portuguese |
Formato | |
Tamanho | 2.08 MB |
Resumo
I.A Alfabetização na Escola Pública e a Formação Continuada de Professores
Esta dissertação de mestrado profissional em Educação pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) investiga como a formação continuada de professores impacta a alfabetização na escola pública, focando em crianças das classes populares em Erechim, RS. A pesquisa utiliza a Educação Popular como referencial teórico, buscando compreender como a emancipação desses alunos pode ser promovida através de práticas pedagógicas eficazes. A pesquisa analisou as práticas de professoras alfabetizadoras, suas percepções sobre a formação continuada, e os desafios enfrentados no contexto da escola pública.
1. Introdução A Pesquisa e seus Objetivos
A pesquisa, realizada como dissertação de mestrado na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), tem como foco central a relação entre a formação continuada de professores e a alfabetização de crianças das classes populares em escolas públicas. A motivação da autora se origina em sua trajetória acadêmica e profissional, sempre voltada à pesquisa em Educação, especialmente na perspectiva da Educação Popular, e em sua experiência como professora alfabetizadora e orientadora de estudos do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) em Quatro Irmãos – RS. O estudo de caso, realizado em uma escola estadual em Erechim – RS, busca compreender como a formação continuada pode contribuir para a alfabetização dessas crianças e auxiliar em sua emancipação. A metodologia empregada envolve a análise de dados obtidos com as professoras alfabetizadoras, visando elaborar um diagnóstico e, a partir dele, propor uma intervenção de formação continuada mais adequada à realidade local. A pesquisa se sustenta em autores do campo da Educação Popular, buscando fundamentar teoricamente a investigação sobre a alfabetização na escola pública e a formação continuada dos professores.
2. Referencial Teórico Educação Popular e Alfabetização
O trabalho se fundamenta na perspectiva da Educação Popular, buscando autores que embasam teoricamente a pesquisa. A concepção de alfabetização é revisitada, destacando sua evolução ao longo do tempo e a importância de uma abordagem crítica e transformadora. A Educação Popular é definida a partir de quatro pontos principais: 1) o trabalho de base orientado para a diferença de classes; 2) ações voltadas à realidade das classes trabalhadoras para sua organização política e social; 3) atuação consciente da classe trabalhadora na defesa de seus direitos; e 4) processo educativo que liberta, conscientiza e promove participação social e política. A pesquisa menciona Paulo Freire e sua pedagogia libertadora, enfatizando a importância do diálogo e da emancipação dos sujeitos. Citações de autores como Paiva (2003) sobre a história da alfabetização no Brasil e Morais (2014) sobre a evolução conceitual da alfabetização também contribuem para a fundamentação teórica. A reflexão teórica sobre o contexto histórico da alfabetização no Brasil, desde o período colonial até os dias atuais, incluindo a influência dos jesuítas e a criação do MOBRAL, é parte crucial desta seção. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961, bem como o Fundeb, são brevemente discutidos no contexto da evolução da educação brasileira.
3. Metodologia Abordagem e Coleta de Dados
Apesar de não explicitamente detalhada, a metodologia empregada na pesquisa é qualitativa, baseada em um estudo de caso realizado em uma escola estadual em Erechim (RS). A coleta de dados se deu através de entrevistas com professoras alfabetizadoras, cujas falas são amplamente citadas no texto. A intenção é compreender como a formação continuada vem sendo desenvolvida, os desafios encontrados e a relação desta com a alfabetização de alunos de classes populares. As perguntas direcionadas às professoras buscavam compreender sua caracterização das crianças em sala de aula, o processo de alfabetização em sala de aula, as possibilidades que a ação pedagógica oferece e os limites encontrados no cotidiano que dificultam seu trabalho, além da percepção sobre o papel da escola pública na emancipação de alunos das classes populares. A análise dos dados busca identificar as necessidades de formação continuada e propor uma intervenção que contribua para a melhoria da alfabetização, considerando o contexto de cada escola e a realidade das classes populares.
II.Contexto Social e Desafios da Alfabetização
O estudo revela um contexto social desafiador em Erechim, com famílias oriundas do êxodo rural e migrantes buscando melhores condições de vida. A pobreza, a miséria e a vulnerabilidade social impactam diretamente a alfabetização das crianças. A pesquisa destaca a baixa frequência escolar como um obstáculo significativo, além da falta de envolvimento familiar no processo de aprendizagem. As professoras relatam dificuldades com a falta de acompanhamento dos pais, envolvimento em drogas e violência na comunidade, impactando o rendimento escolar e o processo de alfabetização.
1. Caracterização do Contexto Social de Erechim
A pesquisa destaca o contexto socioeconômico da escola e da comunidade em Erechim, RS, como fator determinante para os desafios da alfabetização. A composição da comunidade escolar revela uma diversidade significativa: 30% das famílias são oriundas do êxodo rural, 50% são migrantes de outros bairros da cidade buscando melhores condições de vida e trabalho, e 20% sempre residiram no local. Essa realidade social se traduz em pobreza, miséria e vulnerabilidade social das crianças e suas famílias, fatores que influenciam diretamente o processo de aprendizagem e a frequência escolar. A escola, portanto, desempenha um papel crucial na mediação das relações entre crianças, educadores e comunidade, buscando promover a cidadania e a recuperação da dignidade humana desses sujeitos. Em 2016, a escola trabalhou com um projeto de diversidade em turno integral, incluindo atividades lúdicas e pedagógicas diversas. No entanto, a realidade social complexa, marcada por problemas como drogas, violência e instabilidade familiar, representam um grande desafio para o desenvolvimento escolar e o processo de alfabetização das crianças.
2. Desafios Relacionados à Frequência Escolar e Envolvimento Familiar
Um dos maiores desafios relatados pelas professoras alfabetizadoras é a baixa frequência escolar e a falta de envolvimento familiar. A ausência frequente de alunos dificulta o processo de alfabetização, pois interrompe a sequência didática e prejudica o acompanhamento individualizado. A pesquisa aponta a existência de alunos com dificuldades significativas de aprendizagem, alguns incapazes até mesmo de escrever seus próprios nomes. A falta de acompanhamento dos pais em casa, seja por falta de tempo, de interesse ou de conscientização sobre a importância da educação, se configura como um grande obstáculo. Mesmo com esforços da escola, como convites para reuniões e bilhetes para os pais, a participação familiar costuma ser passiva ou por obrigação, sem demonstrar a devida conscientização sobre a importância do engajamento no processo de aprendizado dos filhos. Essa falta de acompanhamento em casa, somada às dificuldades socioeconômicas e aos problemas enfrentados pela comunidade, compromete o sucesso da alfabetização, corroborando a ideia de Paulo Freire (2005) sobre a experiência de crianças populares se dar na carência das coisas e na ação direta, em contraponto ao domínio da palavra escrita.
3. Impacto do Contexto Social na Aprendizagem e no Desenvolvimento das Crianças
As professoras relatam o impacto negativo do contexto social na vida das crianças e em sua aprendizagem. Situações de violência doméstica, problemas com drogas na comunidade e a instabilidade familiar são fatores que afetam diretamente o bem-estar emocional e o desenvolvimento cognitivo dos alunos. As crianças chegam à escola muitas vezes chorando ou sofrendo, refletindo as tensões presentes em suas vidas familiares e comunitárias. Azevedo (2005) é citado para evidenciar a importância de a escola valorizar as aprendizagens e experiências já adquiridas pelas crianças, buscando promover a escuta e o enfrentamento conjunto das dificuldades. No entanto, a realidade complexa, com problemas como falta de sono devido à violência noturna, atritos entre famílias, e pais que chegam cansados do trabalho sem tempo para auxiliar os filhos nos estudos, impacta significativamente a capacidade de aprendizagem e exige das professoras um esforço adicional para lidar com as diversas necessidades emocionais e educacionais de seus alunos.
III.Práticas Pedagógicas e Metodologias de Alfabetização
As professoras alfabetizadoras utilizam diversas metodologias de alfabetização, incluindo trabalho com textos, leitura em voz alta, atividades lúdicas, e jogos educativos. Autores como Paulo Freire, Emília Ferreiro e Vigotsky são citados como influências teóricas nas suas práticas pedagógicas. Embora utilizem diferentes abordagens, a falta de frequência escolar e a complexidade do contexto socioeconômico emergem como os principais entraves à alfabetização eficaz das crianças das classes populares.
1. Metodologias e Abordagens da Alfabetização em Sala de Aula
As professoras alfabetizadoras relatam o uso de uma variedade de métodos e estratégias para o processo de alfabetização, buscando encontrar o que funciona melhor para seus alunos. As abordagens incluem o trabalho com textos, leitura em voz alta (leitura no quadro, leitura de textos coletivos), formação de frases, e atividades de escrita de palavras, principalmente no segundo ano, onde as crianças estão iniciando o processo de composição de palavras. A ênfase está na prática da leitura e escrita, com as professoras buscando criar atividades práticas e adaptadas à realidade dos alunos. O uso de materiais concretos, como material dourado, palitos, dados e figuras geométricas, é destacado para o ensino de matemática, enquanto atividades lúdicas como hora do conto e leiturinhas complementam as aulas de português. A utilização da sala de leitura e a correção das atividades são também mencionadas como importantes para o desenvolvimento da alfabetização. Outras atividades como hora cívica, roda de conversa, recreio dirigido, filmes, jogos educativos e informática fazem parte da rotina escolar, complementando o processo de ensino-aprendizagem.
2. Fundamentação Teórica das Práticas Pedagógicas
As práticas pedagógicas das professoras são influenciadas por diferentes teorias da educação. Autores como Vigotsky, Wallon e Paulo Freire são citados como referências importantes, demonstrando a diversidade de perspectivas teóricas que orientam o trabalho em sala de aula. Uma professora destaca Paulo Freire como uma grande referência pedagógica, enquanto Emília Ferreiro é mencionada para a compreensão do processo de desenvolvimento da criança e a maturidade do conhecimento para as letras. Vigotsky também é citado, especialmente pela temática da avaliação e do planejamento. Essa diversidade teórica indica a busca por uma abordagem mais completa e contextualizada da alfabetização, adaptando as metodologias às necessidades específicas dos alunos e da realidade escolar. A integração de diferentes teorias demonstra um esforço para um trabalho reflexivo e alinhado a diferentes perspectivas pedagógicas. A busca por integrar diferentes abordagens teóricas evidencia uma prática pedagógica que valoriza a reflexão crítica e a adaptação das metodologias para atender as necessidades específicas dos alunos em seu contexto social.
3. Atividades Lúdicas e Integração de Conteúdos
As atividades lúdicas são fortemente integradas à rotina escolar, com momentos específicos dedicados a jogos, informática e filmes, sempre com foco no aprendizado. O uso de jogos de alfabetização, matemática e outros jogos educativos é destacado, assim como a utilização da informática com jogos educativos. Atividades extracurriculares, como a plantação de morango, alface e flores, e a criação de um insetário, são mencionadas como forma de integrar o aprendizado com o meio ambiente e estimular o desenvolvimento de habilidades práticas. A professora descreve o uso de diferentes materiais didáticos como material dourado, palitos, dados e jogos de tabuleiro, e atividades diversas em diferentes dias da semana. O objetivo é tornar a aprendizagem mais significativa e envolvente, buscando um equilíbrio entre momentos lúdicos e atividades de ensino tradicionais, integrando diferentes áreas do conhecimento, e promovendo a formação integral dos alunos. A integração do lúdico ao currículo escolar é vista como uma ferramenta para facilitar a aprendizagem e tornar o processo mais prazeroso para as crianças, levando em consideração suas necessidades e características próprias da faixa etária.
IV.Formação Continuada Percepções e Necessidades
A pesquisa explora as percepções das professoras sobre a formação continuada. Enquanto algumas valorizam os encontros do PNAIC (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa) e outras iniciativas de formação continuada, outras consideram a formação oferecida na escola como vaga e pouco eficaz. Há um consenso sobre a necessidade de uma formação continuada mais contextualizada, que leve em conta as especificidades do trabalho com crianças das classes populares em escolas de periferia, e que fortaleça as práticas pedagógicas já existentes. A falta de recursos e a alta rotatividade de alunos também são citadas como desafios que dificultam a eficácia da formação continuada.
1. Percepções das Professoras sobre a Formação Continuada
A pesquisa investigou as percepções das professoras alfabetizadoras sobre a formação continuada oferecida. As opiniões são divergentes. Algumas consideram a formação continuada, incluindo os encontros do PNAIC (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa), um espaço importante para reflexão e aprimoramento das práticas pedagógicas, trazendo novas sugestões e práticas para o trabalho em sala de aula. Outras, porém, relatam que a formação oferecida na escola é vaga, superficial, e focada em discussões sobre alunos e problemas corriqueiros, em vez de oferecer formação específica aos professores. Há relatos de que as formações se tornam momentos para “lavar roupa suja”, desmotivando os professores e impedindo uma reflexão mais aprofundada sobre as práticas pedagógicas. Uma professora menciona que as formações do PNAIC, apesar de boas, muitas vezes apresentam uma realidade distante da realidade de escolas de periferia, dificultando sua aplicação no cotidiano escolar. A falta de tempo para buscar outras fontes de formação também é apontada como um obstáculo para o desenvolvimento profissional das professoras.
2. Necessidades de Formação Continuada Contextualizada
A pesquisa evidencia a necessidade de uma formação continuada mais eficaz e contextualizada para as professoras alfabetizadoras, levando em consideração a complexidade do contexto social em que trabalham. Há um consenso entre as professoras de que a formação precisa ir além de discussões sobre problemas cotidianos e focar em estratégias e metodologias para a alfabetização de crianças em situação de vulnerabilidade social. A formação, segundo as professoras, deveria fornecer subsídios teóricos e práticos para lidar com as dificuldades enfrentadas em sala de aula, levando em consideração as especificidades da realidade de escolas de periferia. A necessidade de uma formação que considere as particularidades das classes populares é enfatizada. Uma professora sugere que a direção da escola deve ter mais firmeza na organização da formação continuada, buscando trazer profissionais externos para ministrar palestras e debates mais proveitosos, evitando o tempo perdido em discussões improdutivas. A formação continuada é percebida como um instrumento de crescimento pessoal e profissional, que deve enriquecer a prática pedagógica e, consequentemente, o processo de alfabetização de crianças de classes populares. A formação contínua deve ocorrer em todas as dimensões coletivas, profissionais e organizacionais do professor (Nóvoa, 2002).
3. O Papel da Formação Continuada na Superação de Desafios
A pesquisa revela que, apesar dos desafios e das diferentes percepções sobre a formação continuada, as professoras demonstram comprometimento com seu trabalho e acreditam no potencial da formação para qualificar a prática pedagógica. A formação contínua é vista como essencial para a superação das dificuldades enfrentadas no contexto de alfabetização de crianças de classes populares em escolas públicas. No entanto, a formação precisa ser adequadamente estruturada e contextualizada para atender às reais necessidades das professoras. É necessário que a formação contemple a complexa realidade socioeconômica e cultural das crianças, além de oferecer ferramentas e recursos que permitam lidar com as diversas dificuldades que afetam o processo de alfabetização. A formação contínua deve auxiliar as professoras a refletir sobre suas práticas e a buscar soluções inovadoras, adaptando as metodologias às necessidades específicas dos alunos e às características do contexto social em que estão inseridos. A reflexão constante sobre a prática, combinada com a formação continuada, é vista como essencial para a construção de um educador permanente (Freire, 2005).
V.A Escola Pública como Espaço de Emancipação
A dissertação conclui que a escola pública tem um papel fundamental na emancipação das crianças das classes populares. A pesquisa sugere que a promoção da participação ativa dos alunos, a valorização de suas experiências, e uma formação continuada eficaz para os professores são cruciais para que a escola se torne um espaço de transformação social e alfabetização significativa, promovendo a emancipação dos sujeitos.
1. A Escola Pública como Agente de Transformação Social
A pesquisa investiga o papel da escola pública na emancipação de crianças das classes populares. A visão das professoras é central, com a maioria concordando que a escola pode ser um espaço crucial para que essas crianças superem a condição de oprimidos. Essa emancipação se dá através da construção de uma escola onde os alunos se sintam sujeitos participantes, não apenas receptores de conhecimento, mas atores na construção do seu processo de aprendizagem. A participação ativa na elaboração de projetos e a exigência de seus direitos são vistas como indicadores de emancipação. Esteban (2016) é citado, ressaltando a importância da escola pública como educação popular, acolhendo a diversidade e promovendo a partilha de poder e saber. A escola se fortalece ao estimular o pensamento divergente e a incorporação da diferença, criando possibilidades de partilha do poder e do saber, construindo coletivamente processos, práticas, projetos e esperanças. A concepção de sucesso escolar não se restringe apenas ao domínio de conteúdos, mas considera também a formação integral do indivíduo, inclusive o sucesso em situações de insucesso, erro, dúvida, impossibilidade e incapacidade, compreendidas como inerentes às interações humanas, sem individualizar ou descolar do contexto.
2. Limites e Desafios para a Emancipação na Escola Pública
Apesar da crença no potencial transformador da escola pública, a pesquisa identifica limites que impedem a plena emancipação dos alunos. A frequência escolar irregular emerge como um grande desafio, pois a falta de presença em aula prejudica o acompanhamento pedagógico e o desenvolvimento da aprendizagem. A falta de motivação familiar e o desinteresse dos pais na educação dos filhos são obstáculos significativos, que muitas vezes levam a encaminhamentos para o Conselho Tutelar. As professoras destacam a dificuldade em garantir a aprendizagem de todos os alunos, uma vez que a falta de frequência escolar compromete significativamente o desenvolvimento dos estudantes. A realidade complexa das famílias, envolvendo problemas como drogas e violência, também afeta diretamente o desempenho e bem-estar das crianças na escola. O desejo das professoras de ver todos os alunos alfabetizados e emancipados é ressaltado, mas a luta contra a desigualdade social e a falta de engajamento familiar são barreiras reais que precisam ser enfrentadas.
3. A Importância do Respeito da Afetividade e da Conscientização
As professoras enfatizam a importância do respeito e da afetividade no processo de aprendizagem e emancipação. O desejo de que os alunos sejam emancipados, conscientes, questionadores e críticos é expresso, mostrando o objetivo de formar cidadãos participativos. A conexão entre o trabalho na escola e a construção de uma vida melhor na comunidade é destacada. O vínculo professor-aluno é considerado fundamental, com o reconhecimento do papel da escola na formação integral do indivíduo. O trabalho com temas difíceis como inclusão e drogas é considerado importante para a formação das crianças. A percepção de que muitas vezes a inclusão não é suficiente para integrar completamente as crianças na sociedade, uma vez que elas se sentem excluídas, é um ponto crucial que destaca a necessidade de um trabalho mais amplo e integrado com a comunidade. As professoras reafirmam o compromisso em construir novos horizontes para seus alunos, acreditando no poder transformador da educação e na capacidade de luta diária pela emancipação dos sujeitos, mesmo frente aos muitos desafios enfrentados.