A Educação artística na escola: Projeto de educação ambiental

Educação Artística e Ambiental

Informações do documento

Autor

Jorge Felgueiras De Carvalho

instructor Prof. Doutor João Moura Alves
Escola

Instituto Politécnico De Viana Do Castelo, Escola Superior De Educação

Curso Educação Artística
Tipo de documento Mestrado em Educação
city Viana Do Castelo
Idioma Portuguese
Formato | PDF
Tamanho 1.20 MB

Resumo

I.A Educação Ambiental em Portugal Desafios e Práticas

Este documento analisa a Educação Ambiental em Portugal, focando-se nos desafios da implementação da política dos 3R (reduzir, reutilizar, reciclar) e na importância da Agenda 21 para o desenvolvimento sustentável. Apesar dos esforços, como a inclusão da Educação Ambiental na Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei nº 46/86), persistem lacunas na integração de temas transversais nas escolas. A pesquisa destaca a urgência de formar cidadãos conscientes e intervenientes nas decisões que impactam os recursos naturais e o meio ambiente, combatendo o 'crescimento pelo crescimento' sem preocupações ambientais.

1. O Contexto Atual do Consumo e a Degradação Ambiental

O documento inicia descrevendo o cenário atual de consumo, caracterizado por um "crescimento pelo crescimento" sem consideração pelas implicações ambientais. Essa prática resulta na degradação dos recursos naturais e na sua subtração às gerações futuras, gerando um desenvolvimento insustentável. O exemplo do consumo diário de produtos embalados com invólucros descartáveis ilustra o impacto ambiental da produção excessiva de resíduos, com elevadas implicações económicas e ambientais relacionadas ao armazenamento, queima ou eliminação dessas embalagens. Este modelo de consumo demonstra a urgência de implementar políticas de desenvolvimento sustentável e educação ambiental.

2. A Política dos 3R em Portugal e suas Limitações

Em Portugal, a política dos 3R (reduzir, reciclar, reutilizar) foi implementada com o objetivo de diminuir a produção de resíduos e proteger o meio ambiente. No entanto, o texto argumenta que considerar essa política como solução para todos os problemas ambientais é ilusório. Embora a reciclagem seja teoricamente possível para qualquer tipo de resíduos, resíduos contaminados exigem altos custos energéticos, instalações industriais complexas e dispendiosas, e geram elevada libertação de poluentes, conforme apontado por Moura (2006). Isso ressalta a necessidade de uma abordagem mais ampla e integrada na Educação Ambiental, indo além da simples separação de lixo.

3. A Agenda 21 e os Desafios da Implementação na Educação

A Agenda 21, surgida na linha de pensamento do desenvolvimento sustentável, propõe ações concretas para reduzir o impacto humano no ambiente. Embora tenha contado com a contribuição de 179 países, a sua implementação em práticas educativas reais enfrenta dificuldades. O documento aponta lacunas na articulação e integração de temas transversais, como a Educação Ambiental, nas escolas portuguesas. A falta de integração adequada dificulta o enriquecimento das aprendizagens e a mudança de mentalidades sobre o uso dos recursos naturais. A necessidade de incluir temas relevantes para a Educação Ambiental no currículo escolar é enfatizada como fundamental para o desenvolvimento sustentável.

4. A Educação Ambiental no Sistema Educativo Português Evolução e Integração

A Educação Ambiental tornou-se uma preocupação de primeira ordem no sistema educativo português, como evidenciado pela Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei nº 46/86, de 14 de Outubro). O artigo 47º desta lei destaca a importância da valorização da Educação Ambiental para formar cidadãos mais conscientes e intervenientes. Desde 1986, seguindo orientações internacionais, houve alterações nos programas e conteúdos de ensino, integrando melhor as atividades de Educação Ambiental no sistema educativo português (Teixeira, 2003). Apesar dessas mudanças, a necessidade de uma integração mais profunda e eficaz permanece, garantindo que a Educação Ambiental não seja apenas teórica, mas aplicada na prática diária dos alunos e contribuindo para a sustentabilidade.

II.A Educação Ambiental Um Novo Conceito de Educação

A Educação Ambiental, como resposta aos problemas ambientais globais, emergiu a partir de debates internacionais iniciados em 1968. A necessidade de uma mudança de mentalidade e de ações locais, como a reciclagem seletiva e a poupança de água e energia, é crucial. Instituições públicas e entidades não-governamentais defendem a importância da Educação Ambiental na formação de indivíduos capazes de compreender e transformar a relação entre o homem e o meio ambiente para garantir o desenvolvimento sustentável.

1. Origens e Desenvolvimento da Educação Ambiental

O texto contextualiza o surgimento da Educação Ambiental como um novo conceito educacional, uma resposta aos crescentes problemas ambientais globais. Os debates sobre o tema sempre existiram, mas ganharam um enfoque coletivo e mundial a partir de 1968, com um encontro em Roma de cientistas de países desenvolvidos para analisar os impactos do crescimento populacional nos recursos naturais. (Borges & Tachibana, 2005). Diversas instituições públicas e entidades não-governamentais defendem que as mudanças necessárias devem partir da formação das pessoas, levando à construção de um novo modelo de educação que permita compreender e transformar a relação do homem com o meio ambiente, beneficiando as gerações presentes e futuras. (Oliveira, 2003). Este novo paradigma educacional busca a sustentabilidade e a responsabilidade global.

2. A Educação Ambiental no Contexto do Século XXI

Nos últimos anos do século XX e na primeira década do século XXI, os debates sobre os problemas ambientais, incluindo os fenómenos climáticos, intensificaram-se, atingindo o cotidiano das pessoas que perceberam a urgência de racionalizar os recursos naturais. (Segura, 2007). A preocupação com um futuro marcado por graves problemas ambientais, devido à incapacidade do meio ambiente de reagir às mudanças climáticas, é legítima. Várias organizações nacionais e internacionais defendem a proteção dos recursos ecológicos, considerados bens comuns, contra a exploração predatória por empresas e indivíduos que tendem a destruir os equilíbrios ecológicos. A Educação Ambiental, portanto, se apresenta como uma ferramenta para promover a conscientização ambiental e mudanças comportamentais, buscando uma relação mais harmônica entre a humanidade e o meio ambiente para garantir a sustentabilidade.

3. A Educação Ambiental como Ferramenta de Mudança Social

Dada a magnitude dos problemas ambientais como desmatamento, poluição urbana, alto consumo de energia e escassez de água potável, todos diretamente ligados ao desenvolvimento económico, é necessária uma Educação Ambiental mais eficiente. Esta educação deve construir e transmitir o conhecimento científico e tecnológico para a população, promovendo ações locais como reciclagem seletiva, poupança de água e energia. (Loureiro et al., 2002). A Educação Ambiental, nesse sentido, não deve se limitar à conservação da natureza, conscientização ou mudança de condutas, mas sim a educar para transformar a sociedade, buscando um desenvolvimento humano sustentável e uma responsabilidade global. (Caride & Meira, 2001). A Educação Ambiental, portanto, transcende a simples informação, tornando-se um importante instrumento de mudança social para um futuro mais sustentável.

III.Desenvolvimento Sustentável Recursos Finitos e Educação

O conceito de desenvolvimento sustentável busca conciliar o desenvolvimento económico com a preservação do meio ambiente. A educação assume papel fundamental para a conscientização sobre a finitude dos recursos naturais e a necessidade de um crescimento económico planejado e responsável, que leve em conta as necessidades presentes e futuras. A Educação Ambiental é apresentada como um meio essencial para a construção de um futuro sustentável, promovendo a utilização responsável dos recursos e a busca por alternativas.

1. Conceito de Desenvolvimento Sustentável Equilíbrio entre Economia e Meio Ambiente

O texto define o desenvolvimento sustentável como a conciliação entre o crescimento económico e a preservação do meio ambiente. Este modelo propõe que a humanidade utilize suas habilidades para criar propostas de desenvolvimento que não prejudiquem a natureza, satisfazendo as necessidades presentes sem comprometer a disponibilidade dos recursos naturais para as gerações futuras. (Chiavenato, 1997). A compreensão da finitude e esgotabilidade dos recursos naturais é crucial. Um crescimento económico irresponsável leva à degradação ambiental, podendo resultar em consequências irreversíveis. A busca por alternativas e um consumo responsável, respeitando as fontes dos recursos naturais, são essenciais para a sustentabilidade.

2. A Educação como Instrumento para o Desenvolvimento Sustentável

O texto destaca o papel fundamental da educação na inversão do cenário de degradação ambiental. A educação é apresentada como um dos meios mais importantes para concretizar os ideais de desenvolvimento sustentável. Considerando os múltiplos desafios do futuro, a educação surge como um trunfo indispensável para a construção de um mundo com paz, liberdade e justiça social. (Morgado, 2004) argumenta que o currículo escolar deve ser construído de forma participativa, visando formar cidadãos informados e capazes de uma intervenção responsável na sociedade. Para enfrentar os desafios contemporâneos, especialmente no domínio da educação ambiental, professores necessitam de autonomia curricular para introduzir temas relevantes à formação dos alunos, promovendo uma compreensão mais profunda do significado do que estudam, contribuindo para a construção de um desenvolvimento sustentável.

3. Educação para a Sustentabilidade Uma Visão Abstrata de Conservação

Alguns autores defendem que a Educação Ambiental deve ser vista como sinônimo de educação para a sustentabilidade. (Teixeira, 2003). No entanto, a missão da educação para a sustentabilidade vai além da simples conservação da natureza, conscientização ou mudança de condutas. (Caride & Meira, 2001). Ela busca educar para mudar a sociedade, orientando a tomada de consciência para um desenvolvimento humano que seja causa e efeito da sustentabilidade e da responsabilidade global. A educação, portanto, se torna um elemento chave na construção de uma sociedade mais justa e sustentável, valorizando a utilização consciente e responsável dos recursos naturais para as gerações presentes e futuras. A abordagem para o desenvolvimento sustentável precisa ser holística e integrada, integrando múltiplas perspectivas sociais, políticas e culturais.

IV.O Papel da Educação Artística na Sustentabilidade

A Educação Artística, reconhecida pela Comissão Europeia como essencial para o desenvolvimento da criatividade e da sensibilidade cultural, é abordada como complementar à Educação Ambiental. O documento argumenta que a arte pode contribuir para uma maior conscientização ambiental, estimulando a reflexão crítica e a participação ativa na construção de uma sociedade mais sustentável. A conexão entre Educação Artística e Educação para a sustentabilidade promove a inovação e a mudança de mentalidade sobre temas sociais relevantes.

1. Reconhecimento da Educação Artística no Contexto Europeu

O texto destaca o amplo reconhecimento do papel da Educação Artística na formação de competências para o século XXI, a nível europeu. A Comissão Europeia, em sua Agenda Europeia para a Cultura (2007), reconhece o valor da Educação Artística no desenvolvimento da criatividade. O quadro estratégico da UE para a cooperação europeia em educação e formação na próxima década realça a importância de competências transversais, incluindo a sensibilidade cultural e a criatividade (Baidack, 2010). Essa ênfase na criatividade e na sensibilidade cultural demonstra a importância da Educação Artística como ferramenta para o desenvolvimento pessoal e social, preparando os jovens para os desafios do mundo contemporâneo. A relação entre a Educação Artística e a sustentabilidade é apresentada como uma perspectiva promissora.

2. A Educação Artística e a Intervenção Crítica Acesso ao Patrimônio Cultural

A escola, através de múltiplas experiências educativas, deve proporcionar o acesso ao patrimônio cultural e artístico, permitindo a intervenção crítica. As Artes Visuais, com sua experiência estética e artística, propiciam a criação e expressão, contribuindo para o desenvolvimento da sensibilidade. A Educação Artística, num processo contínuo ao longo da vida, tem implicações no desenvolvimento estético/visual, sendo condição necessária para alcançar um nível cultural mais elevado e prevenir novas formas de analfabetismo. (Viso, 2011). A ênfase na leitura crítica da informação, mesmo fora do contexto escolar, demonstra a necessidade da escola valorizar a cultura contemporânea, utilizando imagens e recursos que ajudem as crianças e os jovens a criar representações de si e do mundo. (Eça, 2008). A Educação Artística, portanto, se mostra como instrumento fundamental para a formação cidadã e para a construção de um pensamento crítico voltado para a sustentabilidade.

3. Educação Artística e Cidadania Uma Abordagem Transversal

As questões de cidadania, como área transversal, devem estar presentes em toda a atividade pedagógica e escolar, contemplando valores, atitudes e comportamentos que promovam a cidadania ativa. (Eurydice, 2005). A escola deve ser um espaço de participação e respeito mútuo, com articulação entre disciplinas, ciclos de ensino e a comunidade. A Educação Ambiental e a educação para o desenvolvimento sustentável, como dimensões da cidadania, estendem-se às gerações futuras. (Santos, 2011). A escola enfrenta o desafio crescente de educar para uma cidadania global, combinando valores identitários nacionais com a participação em questões transnacionais, buscando construir uma nova compreensão de cidadania que integre a Educação Artística como meio para alcançar a sustentabilidade e o desenvolvimento de uma cultura de paz.

V.Metodologia da Investigação Ação Estudo de Caso

O estudo utilizou a metodologia de inquérito-ação para investigar a eficácia de atividades práticas de reciclagem na Educação Ambiental com alunos do 2º ciclo. Foram aplicados testes de diagnóstico e questionários para avaliar a compreensão dos alunos sobre reciclagem, reutilização e desenvolvimento sustentável. A análise dos resultados permitiu compreender como os alunos percebem esses conceitos e como a Educação Artística pode contribuir para as suas aprendizagens.

1. A Investigação Ação como Metodologia Qualitativa

O estudo utiliza a metodologia de investigação-ação, enquadrada na abordagem qualitativa. Esta metodologia, segundo Bogdan e Biklen (1991), envolve a participação ativa do investigador e a redução de problemas diagnosticados no início do estudo. A investigação-ação interpreta o método científico de forma menos rigorosa (Cohen & Manion, 1997), priorizando o processo em detrimento dos resultados obtidos, adequando-se às necessidades das salas de aula. Segundo Abrams (2010), o método é interativo e cíclico, envolvendo etapas sequenciais: problema, questões, ação, recolha de dados e análise, mudanças na prática, efeitos das mudanças, reflexão e novas questões. A honestidade, recolha de dados na fonte e a aquisição dos pontos de vista de todos os envolvidos são objetivos principais. (Bogdan & Biklen, 1994). A investigação-ação é vista como uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento profissional, modificando a forma de pensar dos estudantes e das disposições profissionais dos professores, criando um clima escolar mais aberto à reflexão sobre métodos de intervenção.

2. Instrumentos de Recolha de Dados e Triangulação

A recolha de dados utilizou diferentes instrumentos para garantir a triangulação dos resultados, incluindo: análise de notas de campo, observação do registo de imagem (fotografias), testes de diagnóstico e questionários aplicados aos alunos, e análise dos trabalhos realizados pelos alunos. A comparação entre as respostas dos alunos na apresentação do projeto e na avaliação final, através de inquéritos e testes, permitiu analisar a evolução da aprendizagem. Os questionários foram utilizados para avaliar a opinião dos alunos sobre as sessões, a importância da reciclagem, a capacidade de reproduzir os passos de reciclagem, e a identificação da sessão favorita. Testes diagnósticos foram aplicados para avaliar o conhecimento prévio e posterior sobre conceitos de reciclagem e reutilização. A análise conjunta destes dados, utilizando a metodologia de investigação-ação, permitiu uma compreensão abrangente da eficácia das atividades propostas.

3. Descrição do Estudo de Caso e Atividades Práticas

O estudo de caso consistiu na aplicação de técnicas de reciclagem de materiais de fácil acesso e manuseamento para alunos do 2º ciclo. O objetivo foi transformar esses materiais em novos produtos, estimulando a criatividade, imaginação e autonomia dos alunos. Pretendeu-se que a compreensão das técnicas de reciclagem contribuísse para a aquisição e mobilização de conceitos relacionados com a educação ambiental e artística de forma lúdica e motivadora. O trabalho decorreu ao longo de sete sessões de 90 minutos, cinco delas dedicadas a atividades práticas de reciclagem de materiais diversos, como óleo alimentar usado (transformado em sabão), compostagem de restos alimentares e reciclagem de papel. A primeira e a última sessões foram dedicadas à apresentação e avaliação do projeto. A metodologia de investigação-ação permitiu uma reflexão contínua sobre o processo, adaptando as atividades às necessidades e ao ritmo de aprendizagem dos alunos.

VI.Resultados e Discussão Aprendizagens Significativas

Os resultados da inquérito-ação indicam que a maioria dos alunos valorizou as atividades práticas de reciclagem e sentiu que aprendeu conceitos importantes de Educação Ambiental. A pesquisa demonstra que atividades lúdicas e práticas, combinando Educação Artística e Educação Ambiental, podem ser eficazes para promover a conscientização sobre a importância da reciclagem, da reutilização e de um estilo de vida mais sustentável. Os resultados mostram uma evolução na compreensão dos alunos sobre reciclagem, passando de uma percepção mais superficial para uma compreensão mais abrangente do seu impacto no meio ambiente e na promoção do desenvolvimento sustentável.

1. Análise dos Resultados Percepção da Reciclagem e Reutilização

A análise dos resultados focou-se na percepção dos alunos sobre reciclagem e reutilização, avaliando a compreensão desses conceitos no contexto da educação ambiental. A maioria dos alunos definiu reciclagem como a separação de diferentes materiais (lixo, plástico, vidro) e sua deposição em ecopontos, demonstrando um entendimento básico do processo. No entanto, uma minoria apresentou definições mais redutoras, focando apenas na separação do lixo. Quanto à reutilização, a maioria considerou como a utilização de objetos já usados, mesmo aqueles considerados lixo. Testes diagnósticos revelaram uma evolução na compreensão da reciclagem, com menos alunos limitando a definição à simples separação de lixo e mais alunos compreendendo o reprocessamento em novos materiais. A importância da reciclagem para a sustentabilidade ambiental, diminuindo a poluição e garantindo a preservação do planeta, foi reforçada entre os alunos ao longo do processo de aprendizagem.

2. Avaliação das Sessões e Aprendizagens Significativas

Os alunos, ao final das sessões, consideraram as suas expectativas concretizadas. Um questionário final mostrou que uma clara maioria (95.7%) gostou das sessões e sentiu que aprendeu algo novo. A importância da reciclagem foi corroborada pela grande maioria (95.7%), e a capacidade de mobilizar o conhecimento adquirido para a vida diária demonstrou resultados positivos, com 39.1% dos alunos afirmando ter essa capacidade. A experiência de compostagem, em específico, promoveu uma compreensão mais abrangente da reutilização de resíduos orgânicos, com alguns alunos identificando a possibilidade de produção de estrume. A avaliação positiva das sessões pelos alunos, que as descreveram como interessantes, divertidas, úteis e enriquecedoras, demonstra a eficácia das atividades práticas na promoção de aprendizagens significativas na área da educação ambiental.

3. Discussão dos Resultados A Escola e a Responsabilidade Ambiental

A discussão dos resultados destaca a importância da escola na formação de cidadãos responsáveis e conscientes em relação às questões ambientais, especialmente no contexto do aquecimento global, das alterações climáticas e do aumento da produção de resíduos. A reciclagem de resíduos, através de processos práticos, permite a reeducação de hábitos e promove um desenvolvimento mais sustentável. As atividades práticas de reciclagem, direcionadas a alunos jovens, visaram conscientizá-los sobre a excessiva produção de resíduos e a necessidade de reaproveitar materiais muitas vezes descartados sem a exploração de seus possíveis usos. Os dados da pesquisa contribuíram para uma melhor compreensão de como alunos do 2º ciclo perspetivam a reciclagem, o papel da educação artística e ambiental em suas aprendizagens, e a contribuição da experiência para a formação de cidadãos mais responsáveis em relação ao meio ambiente e à sustentabilidade.