A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO SOCIAL DA CRIANÇA

Mídia e Comportamento Infantil

Informações do documento

Autor

Fabiana Ventura De Brito Dos Santos

Escola

Rev. Episteme Transversalis

Curso Educação/Ciências Sociais (inferido pelo conteúdo)
Local Volta Redonda
Tipo de documento Artigo Acadêmico
Idioma Portuguese
Formato | PDF
Tamanho 741.13 KB

Resumo

I.A Influência da Mídia no Comportamento Infantil Uma Análise da Primeira e Segunda Infância

Este estudo acadêmico investiga a influência da mídia no comportamento infantil, focando nas fases da primeira e segunda infância (0-7 anos). A pesquisa analisou como a tecnologia e o desenvolvimento infantil estão interligados, explorando os impactos positivos e negativos da exposição à mídia. Foram considerados os efeitos no desenvolvimento cognitivo, social e emocional, incluindo problemas como ansiedade infantil, isolamento social infantil, obesidade infantil e consumo infantil exacerbado. A pesquisa se baseou em teorias de Piaget e Vygotsky, entre outros, e utilizou dados coletados em duas escolas urbanas da Rede Municipal de Barra do Piraí.

1. Introdução A Influência da Mídia na Infância

O estudo aborda a influência da mídia no comportamento infantil durante a primeira e segunda infância, buscando repensar o uso da mídia para promover a aprendizagem significativa. A pesquisa investiga como a crescente presença de distrações digitais afeta o desenvolvimento infantil, apontando consequências negativas como consumismo exacerbado, estresse familiar, isolamento social, ansiedade, obesidade e indisciplina. Para embasar a análise, o trabalho utiliza as teorias de Piaget, Vygotsky, Maria Augusta Rossini, Shirley Steinberg, Joe Kincheloe e Mário Sergio Cortella. A autora Maria Augusta Sanches Rossini destaca a importância de repensar a infância como um período crucial de formação social, a ser vivido de forma tranquila e prazerosa em um ambiente estimulador baseado na afetividade e no diálogo, buscando resgatar a convivência familiar. A avalanche de informações trazidas pela mídia é analisada criticamente, propondo a desconstrução de certezas inculcadas em seu discurso. A metodologia utilizada é bibliográfica qualitativa e pesquisa de campo em duas escolas urbanas da Rede Municipal de Barra do Piraí, com coleta de dados por meio de questionários e observações.

2. A Evolução Histórica dos Meios de Comunicação e seu Impacto

A pesquisa acompanha a evolução dos meios de comunicação, desde a imprensa (livros, jornais, revistas) até a tecnologia digital (rádio, televisão, computadores, celulares e internet), analisando o acesso desigual a essas mídias ao longo da história e sua influência na formação da criança. Vygotsky é citado para ilustrar como as máquinas da era industrial começaram a interferir na vida humana, criando uma divisão de classes com relação ao acesso à informação e à cultura. A pesquisa destaca a transição de meios de comunicação mais passivos (rádio) para meios mais interativos (internet e celulares), influenciando profundamente o comportamento infantil. A chegada da televisão no Brasil em 1950, com emissoras como Record, SBT e Globo, marcou uma mudança significativa, substituindo as brincadeiras ao ar livre por atividades diante da tela. Apesar de reconhecer o potencial educativo da televisão, o estudo aponta a influência negativa de programas que exibem violência, promovendo comportamentos agressivos e desvalorizando a interação familiar. A internet e os celulares são analisados em relação à sua capacidade de conectar as pessoas e expandir o conhecimento, mas também são apontados os riscos associados ao uso excessivo, incluindo problemas de sono, alimentação, rendimento escolar e exposição a conteúdos inapropriados, como pornografia e pedofilia online.

3. A Família e a Escola no Contexto da Era Digital

O estudo analisa o papel da família e da escola na mediação do uso da mídia pelas crianças. O perfil familiar atual é comparado com o passado, onde o acompanhamento próximo dos adultos era mais comum. A ausência dos pais, devido ao trabalho e às responsabilidades domésticas, deixa as crianças mais vulneráveis à influência da mídia, muitas vezes sem supervisão adulta. A pesquisa cita Luci Pfeiffer, que observa em seu consultório o silêncio predominante em consultas, com pais e filhos absortos em seus celulares, apontando para um afastamento da interação familiar. O trabalho enfatiza que as crianças aprendem com diferentes grupos sociais, incluindo a mídia, mas nem sempre essas aprendizagens são adequadas ou controladas pelos pais. Os profissionais de educação enfrentam o desafio de mediar esses conflitos e educar as crianças para um uso consciente da tecnologia. O estudo cita Steinberg e Kincheloe, que analisam a influência das corporações na produção cultural infantil e a crescente autonomia das crianças no consumo midiático. A importância da escola em promover um diálogo aberto com as famílias para orientá-las no processo de criação dos filhos é ressaltada, assim como a conscientização do consumo excessivo, estimulado pela mídia.

4. A Pesquisa de Campo em Barra do Piraí

A pesquisa de campo, realizada em duas escolas da Rede Municipal de Barra do Piraí, utilizou questionários para coletar dados sobre o uso de tecnologias digitais por crianças do Jardim II e 1º ano. Os resultados mostram que 80% das crianças passam entre 1 e 3 horas na internet diariamente. A pesquisa também investigou a participação das crianças em atividades físicas, revelando que 50% praticam esportes na escola e 30% brincam ao ar livre em suas casas ou na rua. O estudo analisou dados de dois gráficos (3 e 6) sobre o uso da internet e atividades extracurriculares, apontando para a necessidade de um equilíbrio entre o tempo dedicado às tecnologias digitais e outras atividades.

II.O Impacto das Tecnologias Digitais em Crianças de 0 a 6 Anos A Perspectiva de Piaget

Utilizando a teoria de Piaget, o estudo examinou como a exposição precoce à tecnologia e desenvolvimento infantil afeta o desenvolvimento cognitivo de crianças de 0 a 6 anos. A pesquisa destaca a importância da mediação adulta no uso de tecnologias, diferenciando o impacto positivo de um uso orientado da influência negativa de um uso independente, sem limites, que pode levar a problemas comportamentais e dificuldades de aprendizagem. A fase sensório-motora (0-2 anos) e a pré-operatória (2-7 anos) foram analisadas em relação ao consumo de mídias e suas consequências para a formação da criança.

1. A Influência da Tecnologia na Construção do Conhecimento Infantil 0 6 anos

Esta seção analisa o impacto das tecnologias digitais no desenvolvimento infantil na perspectiva da teoria de Piaget, focando crianças de 0 a 6 anos. O texto destaca as rápidas mudanças sociais e educacionais, com a crescente presença de tecnologias digitais criando novas possibilidades de aprendizagem e comunicação. A observação do dia a dia mostra que as crianças sofrem influências constantes da mídia, resultando em alterações comportamentais. A maneira como a criança interage com o meio ambiente é crucial para a construção de suas primeiras noções de mundo, onde afetividade e inteligência caminham juntas. A participação de adultos na mediação desse processo é considerada fundamental, com a necessidade de conscientização dos pais sobre seus atos para uma contribuição positiva. A pesquisa utiliza a teoria de Piaget para analisar o desenvolvimento cognitivo e como a mediação adulta influencia o impacto positivo ou negativo da tecnologia. A mediação adulta permite que as crianças analisem e reflitam sobre as informações recebidas, ao contrário do uso independente que pode levar à construção de hipóteses distorcidas sobre o mundo. A importância da afetividade e a construção de modelos a partir da experiência e reflexão são ressaltadas.

2. As Fases do Desenvolvimento Cognitivo Segundo Piaget e o Uso da Tecnologia

A análise da influência da tecnologia no desenvolvimento infantil utiliza as fases do desenvolvimento cognitivo de Piaget para examinar o impacto da exposição precoce às tecnologias digitais. A fase sensório-motora (0-2 anos), caracterizada pela exploração sensorial e motora, é analisada quanto ao uso livre de equipamentos tecnológicos e a falta de limites impostos pelos pais, o que pode causar problemas para a criança e a família. Na fase pré-operatória (2-7 anos), com o aparecimento da linguagem, pensamento egocêntrico e animismo, a ausência de regras e limites no uso da tecnologia também é apontada como um fator de risco. A pesquisa destaca a dificuldade que as crianças nessas fases têm em compreender leis e normas gerais a partir de suas experiências, e como a falta de mediação adulta nesse período pode ser prejudicial. A ausência de limites nesse uso precoce da tecnologia pode causar problemas comportamentais, não só para as crianças, mas para toda a família, que necessita de modelos de comportamento diante dos objetos midiáticos. A análise considera as características próprias de cada etapa do desenvolvimento para avaliar a influência da tecnologia, concluindo que a mediação e a orientação adequadas são fundamentais para um uso positivo e seguro da tecnologia.

III.A Evolução das Mídias e seu Impacto na Infância

A pesquisa traça a evolução histórica dos meios de comunicação (livros, jornais, rádio, televisão, internet e celulares) e seu acesso diferencial entre as classes sociais, exemplificando como a mídia e o comportamento infantil se transformam ao longo do tempo. O estudo enfatiza como a crescente disponibilidade de dispositivos digitais, e a influência da tecnologia na infância, altera as dinâmicas familiares e o tempo dedicado às atividades tradicionais. É destacado como a televisão, por exemplo, impactou hábitos como brincadeiras ao ar livre e interação física, mesmo que alguns programas apresentem conteúdo positivo. A pesquisa cita a Revista Crescer como fonte de informação sobre a segmentação de programas infantis na TV a cabo.

1. Da Imprensa à Era Digital Uma Evolução com Implicações na Infância

Esta seção analisa a evolução histórica dos meios de comunicação e seu impacto na infância, focando na transformação dos hábitos e comportamentos infantis ao longo do tempo. A expansão das mídias gerou uma divisão de classes, com acesso desigual aos recursos tecnológicos. Vygotsky é citado para explicar como a industrialização e o surgimento de novas tecnologias impactaram a vida humana. O texto descreve essa evolução, começando com a imprensa (livros, jornais, revistas) e a desigualdade de acesso entre classes sociais, especialmente em áreas rurais. A chegada do rádio, e posteriormente a possibilidade do uso individual de fones de ouvido, marcou uma mudança significativa no acesso à informação e entretenimento. O surgimento da televisão, em 1950 no Brasil (com emissoras como Record, SBT e Globo), impactou os hábitos das crianças, reduzindo o tempo dedicado a brincadeiras ao ar livre. Embora reconheça os aspectos positivos da televisão em ampliar a visão das crianças e aguçar a curiosidade, o texto alerta para o impacto negativo de programas violentos que podem influenciar negativamente o comportamento.

2. A Televisão o Computador e o Celular Impactos e Desafios Contemporâneos

O texto continua a analisar a evolução da tecnologia e seus impactos na vida das crianças, focando nos avanços da televisão, do computador e, principalmente, do celular. A chegada da TV a cabo no Brasil trouxe canais infantis específicos, como Discovery Kids, Gloob e Cartoon Network, marcando uma nova etapa na segmentação da programação para crianças. A Revista Crescer é citada como fonte que mostra a preocupação crescente com a transmissão de valores positivos e comportamentos saudáveis pela programação infantil. O computador, posteriormente substituído pelo celular por sua maior praticidade e acessibilidade, tornou-se um objeto de desejo das crianças, muitas vezes substituindo brinquedos em ocasiões especiais. A análise considera o celular um dispositivo multifuncional e de fácil acesso, mas ressalta a necessidade de exemplos adultos na formação dos costumes, pois os pais também influenciam esse desejo nas crianças. A médica Luci Pfeiffer é citada em uma entrevista à Gaúchazh, apontando para a crescente ausência de interação entre pais e filhos, substituída pela interação com telas. A pesquisa destaca a falta de tempo disponível de muitos pais para o diálogo e brincadeiras que permitem o movimento e a interação física.

3. O Mundo Virtual e a Confusão entre Realidade e Virtualidade

Nesta subseção, o texto discute a crescente integração do mundo virtual e real na vida das crianças e adolescentes, com a internet, celulares e outros equipamentos tecnológicos transformando comportamentos e relações familiares e sociais. O fácil acesso à internet, via televisão, celular e computador, cria uma realidade onde a atenção das crianças se divide entre diferentes plataformas. Os riscos à saúde associados ao excesso de tempo em telas são apresentados, incluindo deficiência de sono, maus hábitos alimentares, sedentarismo, queda no rendimento escolar e exposição a conteúdos nocivos online. A geração Z, nascida na era digital, apresenta maior facilidade no uso da tecnologia, mas o texto alerta para a necessidade de equilíbrio e a supervisão adulta. A substituição do computador pelo celular, por ser mais portátil e atrativo, intensifica o acesso precoce a tecnologias, mesmo que as crianças muitas vezes troquem brinquedos para adquiri-los, influenciadas pelo comportamento dos adultos. O texto destaca a necessidade de conscientização da influência da publicidade infantil nos hábitos de consumo e na formação de valores.

IV.O Papel da Família e da Escola na Mediação do Uso da Mídia

O estudo aponta para a necessidade de mediação por parte dos pais e da escola para o uso saudável da tecnologia. A pesquisa destaca a crescente ausência dos pais na vida das crianças devido ao trabalho e as consequências do uso não supervisionado da internet. A pesquisa menciona a médica Luci Pfeiffer e suas observações sobre a interação cada vez mais mediada por telas entre pais e filhos. A educação infantil e tecnologia precisa ser abordada de forma consciente para combater os problemas decorrentes do uso inadequado dos dispositivos. O estudo também cita autores como Steinberg e Kincheloe, que analisam como as corporações influenciam a cultura infantil. A pesquisa menciona a importância da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) em promover a alfabetização digital e o uso ético da educação digital.

1. O Papel da Família na Mediação do Uso da Mídia

Esta seção analisa o papel crucial da família na mediação do uso da mídia pelas crianças, contrastando o perfil familiar atual com o do passado. O estudo destaca a mudança no perfil familiar, onde a presença constante de adultos como modelos de comportamento é menos frequente, devido ao trabalho fora de casa e as múltiplas responsabilidades dos pais. A consequência é que as crianças ficam frequentemente sozinhas, mesmo na presença dos familiares, influenciadas pelas atitudes de seus pares em outros grupos sociais. A falta de tempo dos pais para dialogar e brincar com os filhos acarreta problemas físicos e emocionais. A mídia se aproveita dessa situação, manipulando precocemente as crianças por meio de anúncios em diversos dispositivos tecnológicos. Os pais, muitas vezes, contribuem para isso ao deixá-las em frente às telas para economizar tempo ou, tentando suprir suas ausências, comprando produtos da moda. A citação de Michael Rich, professor de Harvard, na Revista eletrônica Pontocom, reforça a preocupação com o uso cada vez mais precoce da tecnologia pelas crianças. O texto também aborda como o consumismo exacerbado, impulsionado pela mídia, afeta a formação de valores e hábitos das crianças, levando a consequências negativas como a busca desenfreada por status e pertencimento a grupos.

2. A Escola como Mediadora do Conhecimento na Era Digital

A seção destaca o papel emergencial da escola na mediação do conhecimento em face das mudanças na infância e na família. Steinberg e Kincheloe são citados para explicar como a infância está mudando devido ao contato precoce com a cultura midiática, e como a falta de controle dos pais sobre as experiências culturais dos filhos os distancia de seu papel tradicional na formação de valores. A escola se vê na necessidade de desenvolver novas estratégias para lidar com os desafios impostos pela tecnologia e pela cultura contemporânea. O texto menciona a complexidade do trabalho docente frente aos desafios tecnológicos e culturais, quase ofuscando outros aspectos importantes como a valorização profissional e qualidade de vida (Sartori, 2018). A ação comunicativa entre professores, alunos e famílias é apresentada como uma competência fundamental, combinando o uso pedagógico de novas tecnologias com a conscientização sobre os danos do uso inadequado. A citação de Habermas (apud Pileti e Praxedes) reforça a necessidade de currículos escolares reflexivos, baseados no diálogo, argumentação livre e na interação entre educadores, educandos e famílias. A Revista Nova Escola é mencionada com dicas sobre integração pedagógica da tecnologia em sala de aula. O livro “Família: urgências e turbulências”, de Mário Sergio Cortella, é sugerido como ferramenta para discutir problemas familiares e buscar soluções harmoniosas.

3. A BNCC e Novas Competências para a Educação

Esta subseção discute a implementação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) no cenário educacional brasileiro e sua relevância para a mediação do uso da mídia. A BNCC, um documento normativo para escolas públicas e privadas, busca reestruturar o currículo e regular as aprendizagens essenciais. A competência “Cultura digital”, presente no primeiro ano do ensino fundamental, é destacada por sua abordagem interdisciplinar que contribui para o desenvolvimento de habilidades. O texto detalha as dimensões dessa competência: compreensão, uso e criação de tecnologias digitais de forma crítica, significativa e ética; uso ético de tecnologias e mídias; comunicação, acesso e produção de informações e conhecimentos; resolução de problemas e exercício de protagonismo e autoria; e produção de multimídia (Brasil, 2019). Cortella (2014) é citado para enfatizar que a integração de novas tecnologias ao cotidiano escolar deve ser ativa e não apenas adaptativa, sendo a tecnologia uma ferramenta a serviço de uma concepção pedagógica e social clara para a comunidade. A inconstância comportamental das crianças, influenciada pela evolução tecnológica, exige aulas dinâmicas, criativas e contagiantes.

V.Metodologia e Resultados da Pesquisa de Campo

A pesquisa empregou metodologia qualitativa, com coleta de dados através de questionários aplicados a pais de alunos do Jardim II e 1º ano em duas escolas da Rede Municipal de Barra do Piraí. Os resultados mostram que 80% das crianças utilizam a internet entre 1 e 3 horas por dia, com menores percentuais utilizando por mais tempo. A pesquisa de campo também investigou as atividades extracurriculares das crianças, incluindo a participação em esportes e brincadeiras ao ar livre. Informações específicas sobre a participação em atividades esportivas e brincadeiras ao ar livre (porcentagens) são apresentadas, porém uma análise profunda é feita posteriormente.

1. Metodologia da Pesquisa

A pesquisa utilizou uma abordagem metodológica mista, combinando pesquisa bibliográfica qualitativa com pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica se baseou na interpretação e análise de ideias de diversos autores, como Piaget, Vygotsky, Maria Augusta Rossini, Shirley Steinberg, Joe Kincheloe e Mário Sergio Cortella. A pesquisa de campo foi realizada em duas escolas urbanas da Rede Municipal de Barra do Piraí, utilizando questionários e observações para coletar dados sobre o comportamento das crianças em contato com diferentes meios midiáticos, nas fases da primeira e segunda infância. O objetivo da pesquisa de campo foi complementar a revisão bibliográfica, buscando informações e respostas para indagações que surgiram durante a análise dos autores. Questionários foram aplicados em duas reuniões de pais, com as turmas de Jardim II e 1º ano, abordando o uso de recursos tecnológicos.

2. Resultados da Pesquisa de Campo Uso da Internet e Atividades Extracurriculares

Os resultados da pesquisa de campo apontam para uma rápida mudança no modo de viver das pessoas, inclusive das crianças, devido ao uso dos meios midiáticos. A internet é acessível através de diversos dispositivos (TV, celular, computador), e o tempo dedicado a ela se divide entre assistir a programas e navegar. Dados do gráfico 3 mostram que 80% das crianças passam de 1 a 3 horas na internet, 10% entre 3 a 7 horas e 10% mais de 7 horas. O gráfico 6 apresenta informações sobre atividades extracurriculares: 50% das crianças do 1º ano praticam esportes na escola (Educação Física), enquanto as turmas de Educação Infantil apresentam carência de professores, mas algumas participam de um projeto de escolinha de futebol. Quanto às atividades ao ar livre, 30% brincam na rua ou no quintal, com brincadeiras como pique, queimada, bicicleta e pipa. A pesquisa demonstra uma relação entre o tempo dedicado a atividades digitais e as atividades tradicionais de lazer e interação física, destacando a necessidade de um equilíbrio entre esses tipos de atividades para um desenvolvimento infantil saudável.

VI.Considerações Finais e Implicações para a Educação

A pesquisa conclui que a influência da mídia na infância é um desafio complexo que exige a ação conjunta de pais, educadores e sociedade. É necessário conscientizar sobre o impacto do uso excessivo de telas, promover a alfabetização digital e desenvolver estratégias para um uso consciente e crítico da tecnologia e desenvolvimento infantil. A escola tem um papel crucial na mediação do acesso à informação e na promoção do desenvolvimento integral das crianças, combatendo problemas como o consumo infantil e a ansiedade infantil. A pesquisa sugere a utilização da BNCC como ferramenta para integrar a educação digital ao currículo escolar e promove o diálogo entre a escola, família e crianças.

1. A Pesquisa de Campo Instrumentos e Localização

A coleta de dados ocorreu em duas escolas urbanas da Rede Municipal de Barra do Piraí, com foco em crianças do Jardim II e 1º ano. A metodologia empregada combinou questionários, aplicados em reuniões de pais, com observações diretas, buscando entender o comportamento das crianças frente aos meios midiáticos. Os questionários abordaram o uso de recursos tecnológicos, buscando dados para compreender o comportamento das crianças nas fases da primeira e segunda infância. A escolha do local reflete a intenção de investigar a realidade de crianças em um contexto urbano específico. A utilização de questionários permitiu coletar dados quantitativos e qualitativos sobre o uso de tecnologias e a percepção dos pais sobre este uso. A amostra, embora limitada ao contexto de Barra do Piraí, oferece insights relevantes sobre o impacto da mídia no dia a dia dessas crianças.

2. Análise dos Resultados Tempo na Internet e Atividades Extracurriculares

A análise dos dados coletados por meio de questionários e observações revela aspectos importantes sobre o uso dos meios midiáticos e atividades extracurriculares das crianças. O acesso à internet é diversificado, sendo possível acessá-la através de TV, celular e computador, com a consequente divisão do tempo entre diferentes tipos de conteúdo e atividades. O gráfico 3 mostra que a maioria das crianças (80%) passa entre 1 e 3 horas na internet, enquanto 10% utilizam por mais de 3 a 7 horas, e outro 10% por mais de 7 horas. A pesquisa também investigou a prática de esportes e atividades ao ar livre (gráfico 6), mostrando que 50% das crianças do 1º ano participam de atividades esportivas na escola, enquanto a Educação Infantil enfrenta carência de professores, impactando a participação esportiva. 30% das crianças brincam na rua ou no quintal de casa, geralmente em brincadeiras tradicionais como pique, queimada e soltar pipa. Essa análise evidencia a influência da mídia no tempo de lazer das crianças e a necessidade de equilíbrio entre atividades digitais e outras atividades que promovam a interação social e o desenvolvimento físico.