A Influência de um Curso de Meditação nos Níveis de Mindfulness, Satisfação com a Vida e Optimismo

Curso de Meditação para Aumentar Atenção Plena, Satisfação e Otimismo

Informações do documento

Autor

JOANA RITA VENCESLAU MARQUES

Escola

Instituto Superior Miguel Torga

Curso Psicologia Clínica
Tipo de documento Tese de Mestrado
Idioma Portuguese
Número de páginas 47
Formato | PDF
Tamanho 486.71 KB

Resumo

I.Introdução

Este estudo investiga a relação entre mindfulness, satisfação com a vida e otimismo, bem como explica a influência de um curso de meditação sobre essas variáveis. Os participantes completaram uma bateria de questionários de autorrelato avaliando mindfulness, satisfação com a vida e otimismo em um primeiro momento de avaliação, antes do curso de meditação (N = 104) e em um segundo momento, após o curso de meditação (N = 30). Os resultados revelam um aumento significativo nos níveis de mindfulness, satisfação com a vida e otimismo após a frequência do curso de meditação e indicam que a prática do curso fortalece a relação entre esses construtos.

II.Definição de Mindfulness

Mindfulness é definida como uma atividade que pode ser descrita por palavras, mas não pode ser totalmente capturada por elas, pois é um processo sutil que evoca experiências não verbais. A definição de mindfulness varia em função de seu contexto psicológico, espiritual, social ou clínico, bem como em função da perspectiva de análise do praticante, clínico ou pesquisador.

1. Definição de Mindfulness

O mindfulness é um método, uma técnica, um processo psicológico ou o próprio resultado de um processo psicológico. (Hayes & Wilson, 2003). Pode ser chamado de processo de auto-regulação da atenção, em que através da prática é desenvolvido o controlo dos processos atencionais (Davidson & Goleman, 1977; Goleman, 1995).

III.Avaliação de Mindfulness

Apesar de a literatura científica comprovar amplamente a eficácia das intervenções baseadas em mindfulness, sua avaliação tem recebido pouca atenção dos pesquisadores e a ausência de medidas psicométricas tem se refletido em uma avaliação imprecisa deste construto ao longo das várias investigações.

Avaliação de Mindfulness

A literatura científica comprova amplamente a eficácia das intervenções baseadas em mindfulness, contudo, sua avaliação tem conquistado pouca atenção por parte dos investigadores (Baer et al., 2006) e a ausência de medidas psicométricas tem refletido numa imprecisa avaliação deste construto ao longo das várias investigações (Christopher, Christopher & Charoensuk, 2009).

Assim, estas medidas são indispensáveis para a compreensão da natureza do mindfulness e dos componentes e mecanismos através dos quais exerce os seus potenciais efeitos (Baer et al., 2006).

Mindfulness Definição

O mindfulness é originário da tradição oriental Budista, a cultura ocidental tem vindo a interessar-se pela sua prática e o seu interesse tem assim crescido.

O termo mindfulness é uma tradução inglesa da palavra “sati” que na linguagem Budista Pali, engloba o significado de atenção e consciência. Pode ser entendido como uma forma de direccionar e orientar o self para o momento presente (Segal, Williams & Teasdale , 2002; Thera, 1972, cited in Cardaciotto, 2005).

IV.Mindfulness Bem Estar e Psicopatologia

O mindfulness, ao estar relacionado com o aumento do bem-estar e redução da sintomatologia psicopatológica, tem sido incorporado na psicoterapia em intervenções com uma receptividade crescente no contexto da saúde mental. Técnicos de saúde mental e pesquisadores ocidentais têm defendido que a prática de mindfulness é benéfica para sujeitos que sofrem de vários problemas (dor crônica) e perturbações (Perturbações de Personalidade Borderline e na Depressão Major).

1. Avaliação do mindfulness

  • O mindfulness é um método, uma técnica, um processo psicológico ou o resultado de um processo psicológico (Hayes & Wilson, 2003).
  • Segundo Shapiro (1981) pode também definir-se mindfulness como uma prática que engloba um conjunto de técnicas que procuram treinar a focalização da atenção.
  • Diversos autores conceptualizam ainda o mindfulness como um conjunto de aptidões ou competências que podem ser aprendidas e praticadas, contribuindo para a melhoria da saúde e o bem-estar dos sujeitos (Baer, Smith, Hopkins, Krietemeyer & Toney, 2006).

2. Mindfulness bem estar e psicopatologia

  • O mindfulness ao estar relacionado com o incrementar de bem-estar e redução de sintomatologia psicopatológica tem sido incorporado na psicoterapia em intervenções com uma recetividade crescente no contexto da saúde mental.
  • Assim, em investigações recentes analisou-se a relação entre a prática meditação e o bem-estar psicológico.
  • Outros estudos evidenciam uma correlação firmemente estabelecida entre maiores níveis de mindfulness e o aumento de bem-estar subjectivo (Baer et al, 2008; Brown, Kasser, Ryan, Linley & Orzech, 2009; Brown & Ryan, 2003; Falkenstrom, 2010; Howell e tal., 2008).
  • A satisfação com a vida, componente cognitiva do bem-estar subjectivo, refere-se a um processo de julgamento no qual os indivíduos avaliam globalmente a qualidade das respectivas vidas com base nos seus próprios critérios (Diener et al., 1985).

3. Otimismo

  • Uma definição corrente do optimismo é da autoria do antropólogo L. Tiger (1979 in Mehrabian, 1998) “uma disposição ou atitude associada a uma expectativa sobre o futuro material ou social que o avaliador olha como socialmente desejável para o seu proveito ou prazer” (p.18).
  • O optimismo traduz uma predisposição emocional e cognitiva generalizada para pensar e reagir emocionalmente aos outros, a acontecimentos e a situações de uma maneira positiva e favorável e, de uma forma geral, para esperar resultados positivos e benéficos em detrimento de resultados negativos, maus e nefastos (Mehrabian, 1998).
  • Existem ainda outras pesquisas que demonstram uma relação do optimismo com o aumento do bem-estar subjetivo (Khoo & Bishop, 1997), aumento da auto-estima (Dunn, 1996), baixos índices de depressão (Carver & Gaines, 1987; Marshall & Lang, 1990), baixos índices de emoções negativas (Curbow, Somerfield, Baker, Wingard & Legro 1993; King et al., 1998); altos índices de satisfação com a vida (Chang, 1998); boa saúde (Scheier et al., 1999); menor taxa de mortalidade associada ao cancro (Schulz, Bookwala, Knapp, Scheier & Carver, 2000).
  • correlacionado com a satisfação com a vida em amostras Ocidentais (Boland & Cappeliez, 1997; Chang, Maydeu, D'Zurilla, 1997; Chang & Sanna, 2001; Myers & Diener, 1995).

4. Estudo 1 Comparação entre os dois momentos de avaliação nos níveis de mindfulness satisfação com a vida e optimismo

  • Com o intuito de verificar se existiam diferenças estatisticamente significativas nas variáveis em estudo nos dois momentos de avaliação, antes e depois do curso de meditação, utilizou-se o teste t de Student para amostras emparelhadas (ver Quadro 4).
  • Os resultados permitiram verificar um incremento estatisticamente significativa de mindfulness [t (30) = - 3.86, p = .001 ], da satisfação com a vida [t (30) = -4.97, p = .000] e do optimismo [t (30) = -3.66, p = .001] do primeiro momento de avaliação, antes do curso de meditação, para do segundo momento de avaliação, depois do curso de meditação.

5. Estudo 2 Relação entre os dois momentos de avaliação nos níveis de mindfulness satisfação com a vida e optimismo

  • No sentido de explorarmos a relação entre mindfulness, satisfação com a vida e optimismo nos dois momentos de avaliação realizámos correlações produto momento de Pearson.
  • Os resultados mostraram que no primeiro momento o mindfulness apresentava correlações positivas moderadas e significativas com a satisfação com a vida (r = .30, p = .002) e com o optimismo (r = .31, p = .002).
  • Por sua vez, no segundo momento de avaliação, verificamos um aumento na magnitude destas correlações, com o mindfulness a apresentar uma associação positiva elevada e significativa com a satisfação com a vida (r = .77, p = .000) e com o optimismo (r = .60, p = .000) (ver Quadro 5).

6. Discussão

  • Os resultados de testes t de Student para amostras emparelhadas mostraram um incremento estatisticamente significativo nas três variáveis em estudo após a frequência do curso de meditação.
  • Estes dados sugerem que após a prática do curso de meditação acima descrito, os indivíduos adquirem uma maior capacidade de observação do momento presente, sem julgar e com abertura à experiência negativa bem como uma valorização da apreciação subjectiva da qualidade da própria vida e ainda um aumento na disposição associada a expectativas socialmente desejáveis e prazerosas sobre o futuro.

7. Limitações e Futuros Estudos

  • Relativamente às limitações deste estudo, é importante salientar as desvantagens inerentes ao uso exclusivo de escalas de auto-resposta, uma vez que é difícil controlar o contexto do seu preenchimento, que pode ter contribuído para que alguns sujeitos possam não ter respondido com os níveis honestidade desejados.
  • Uma outra limitação está relacionada com a ausência de controlo da manutenção dos níveis de mindfulness, satisfação com a vida e optimismo depois do curso de meditação.

Conclusão

  • Com base na revisão de literatura empírica bem como nos resultados da presente investigação podemos concluir que o mindfulness e o seu incremento facilitam o funcionamento psicológico adaptativo.
  • Apesar das limitações metodológicas existentes nas diversas investigações, há uma clara convergência dos resultados de estudos correlacionais, clínicos e de intervenção, em laboratório e estudos experimentais acerca do mindfulness.
  • Assim, as conclusões retiradas deste estudo devem ser interpretadas com cautela à luz destas limitações metodológicas, uma vez que estas restringem a generalização dos nossos resultados a outras populações.

V.Satisfação com a Vida

A satisfação com a vida, componente cognitivo do bem-estar subjetivo, refere-se a um processo de julgamento no qual os indivíduos avaliam globalmente a qualidade de suas respectivas vidas com base em seus próprios critérios.

Satisfação com a vida

O estudo analisou a relação entre mindfulness, satisfação com a vida e optimismo antes e após um curso de meditação. Os resultados revelaram um aumento significativo nos níveis de mindfulness, satisfação com a vida e optimismo após a frequência do curso de meditação e indicam que a prática do curso de meditação fortalece a relação entre estes constructos.

VI.Otimismo

Uma definição corrente do otimismo é da autoria do antropólogo L. Tiger (1979 in Mehrabian, 1998): “uma disposição ou atitude associada a uma expectativa sobre o futuro material ou social que o avaliador olha como socialmente desejável para o seu proveito ou prazer” (p.18). O otimismo traduz uma predisposição emocional e cognitiva generalizada para pensar e reagir emocionalmente aos outros, a acontecimentos e a situações de uma maneira positiva e favorável e, de uma forma geral, para esperar resultados positivos e benéficos em detrimento de resultados negativos, maus e nefastos (Mehrabian, 1998). O otimismo é uma característica ou dimensão importante da personalidade e mais em concreto um estilo cognitivo-afetivo sobre como o sujeito processa a informação quanto ao futuro (Barros, 1998).

VII.Objetivos

Ainda que a literatura teórica e empírica sobre mindfulness, satisfação com a vida e otimismo aponte para a relevância destes constructos no ajustamento psicológico e bem-estar dos indivíduos, a relação entre estes carece de mais investigação. Para além disso, do nosso conhecimento, não existe nenhum estudo que tenha explorado a influência da prática de um curso de meditação nos níveis de mindfulness, satisfação com a vida e otimismo.

VIII.Metodologia

Participaram nesta investigação 104 sujeitos portugueses do sexo masculino e feminino, com idades compreendidas entre os 12 e os 75 anos de idade. A média de idades desta amostra é de 41.93 (DP = 13.97). No final do curso de meditação foi novamente pedido aos participantes que preenchessem a bateria de questionários. A taxa de resposta no segundo momento foi de 30%, sendo que dos 104 sujeitos iniciais apenas 30 completaram corretamente a bateria de instrumentos.

1 Metodologia

O mindfulness é originário da tradição oriental Budista, a cultura ocidental tem vindo a interessar-se pela sua prática e o seu interesse tem assim crescido. O termo mindfulness é uma tradução inglesa da palavra “sati” que na linguagem Budista Pali, engloba o significado de atenção e consciência. Pode ser entendido como uma forma de direccionar e orientar o self para o momento presente (Segal, Williams & Teasdale , 2002; Thera, 1972, cited in Cardaciotto, 2005).

2 Avaliação do mindfulness

A literatura científica comprova amplamente a eficácia das intervenções baseadas no mindfulness, contudo a sua avaliação tem conquistado pouca atenção por parte dos investigadores (Baer et al., 2006) e a ausência de medidas psicométricas tem-se reflectido numa imprecisa avaliação deste constructo ao longo das várias investigações (Christopher, Christopher & Charoensuk, 2009).

3 Mindfulness bem estar e psicopatologia

O mindfulness ao estar relacionado com o incrementar de bem-estar e redução de sintomatologia psicopatológica tem sido incorporado na psicoterapia em intervenções com uma receptividade crescente no contexto da saúde mental.

4 Satisfação com a vida

A satisfação com a vida, componente cognitiva do bem-estar subjectivo, refere-se a um processo de julgamento no qual os indivíduos avaliam globalmente a qualidade das respectivas vidas com base nos seus próprios critérios (Diener et al., 1985).

5 Optimismo

Uma definição corrente do optimismo é da autoria do antropólogo L. Tiger (1979 in Mehrabian, 1998) “uma disposição ou atitude associada a uma expectativa sobre o futuro material ou social que o avaliador olha como socialmente desejável para o seu proveito ou prazer” (p.18).

6 Objectivos

Ainda que a literatura teórica e empírica sobre mindfulness, satisfação com a vida e optimismo aponte para a relevância destes constructos no ajustamento psicológico e bem- estar dos indivíduos, a relação entre estes carece de mais investigação.

7 Amostra

No final do curso de meditação foi novamente pedido aos participantes que preenchessem a bateria de questionários.

8 Instrumentos

Foi utilizado um questionário que contemplou dados sócio-demográficos no qual se avaliavam as seguintes variáveis: sexo, idade, estado civil, escolaridade, local de residência, habilitações literárias, se pratica exercício físico (Pratica exercício físico?), se alguma vez praticou meditação (Alguma vez praticou meditação?), o tempo, frequência e duração da prática caso a resposta às questões anteriores fosse afirmativa (Anexo I).

9 Procedimentos

Durante a segunda semana os objectivos foram continuar com a prática diária e regular de meditação sendo transmitida a importância de haver um lugar especial para a sua prática ao mesmo tempo que se aprofundou como focar a mente através da concentração e se aprendeu mais sobre como meditar de olhos abertos.

10 Discussão

Assim, o objectivo primordial deste estudo foi compreender se os níveis de mindfulness, satisfação com a vida e optimismo variaram após um curso de meditação.

11 Limitações e Futuros Estudos

Como tal, não é possível saber em que medida os resultados podem ter sido influenciados por estas variáveis e não apenas pela frequência do curso de meditação.

12 Conclusão

Apesar das limitações metodológicas existentes nas diversas investigações, há uma clara convergência dos resultados de estudos correlacionais, clínicos e de intervenção, em laboratório e estudos experimentais acerca do mindfulness.

IX.Resultados

Os testes t de Student para amostras emparelhadas mostraram um aumento estatisticamente significativo nas três variáveis em estudo após a frequência do curso de meditação. Estes dados sugerem que após a prática do curso de meditação descrito, os indivíduos adquirem uma maior capacidade de observação do momento presente, sem julgar e com abertura à experiência negativa bem como uma valorização da apreciação subjetiva da qualidade da própria vida e ainda um aumento na disposição associada a expectativas socialmente desejáveis e prazerosas sobre o futuro.

1. Estudo 1 Comparação entre os dois momentos de avaliação nos níveis de mindfulness satisfação com a vida e optimismo

Os resultados dos testes t de Student para amostras emparelhadas mostraram um incremento estatisticamente significativo nas três variáveis em estudo após a frequência do curso de meditação. Estes dados sugerem que após a prática do curso de meditação acima descrito, os indivíduos adquirem uma maior capacidade de observação do momento presente, sem julgar e com abertura à experiência negativa bem como uma valorização da apreciação subjectiva da qualidade da própria vida e ainda um aumento na disposição associada a expectativas socialmente desejáveis e prazerosas sobre o futuro.

2. Estudo 2 Relação entre os dois momentos de avaliação nos níveis de mindfulness satisfação com a vida e optimismo

Os resultados das análises de correlações evidenciaram que no primeiro momento, antes do curso de meditação, o mindfulness apresentava-se moderadamente correlacionado com a satisfação com a vida e com o optimismo. Por sua vez, no segundo momento de avaliação, depois do curso de meditação, verificámos um aumento na magnitude destas correlações, com o mindfulness a apresentar uma associação positiva elevada e significativa com a satisfação com a vida e com o optimismo. Estes dados estão de acordo com a nossa hipótese, ou seja, indivíduos com mais traço mindfulness apresentam maior satisfação com a vida e optimismo do que indivíduos com baixos níveis de mindfulness. Para além disso, a relação entre mindfulness, satisfação com a vida e optimismo fortalece-se com a prática do curso de meditação acima descrito.

3. Influência da prática anterior de meditação nos níveis de mindfulness satisfação com a vida e optimismo

Verificámos que os indivíduos que já praticaram previamente meditação apresentaram valores mais elevados de satisfação com a vida e mindfulness comparativamente com aqueles que nunca praticaram meditação. Por sua vez encontrámos uma tendência para os indivíduos que já praticaram meditação revelarem níveis de optimismo mais elevados que aqueles que nunca praticaram. De facto, em investigações recentes em que se analisou a relação entre a prática de meditação e bem-estar psicológico tais como, o estudo de Lykins & Baer (2009) em que foram comparados praticantes e não praticantes de meditação em vários índices de bem-estar psicológico. Os praticantes de meditação relataram níveis significativamente mais elevados de mindfulness, auto-compaixão e sensação geral de bem-estar, e níveis significativamente mais baixos de sintomas psicopatológicos, ruminação, supressão do pensamento, receio das emoções, e dificuldades na regulação emocional, em comparação aos não praticantes de meditação, e mudanças nestas variáveis foram linearmente associadas com a extensão da prática de meditação.

4. Influência da prática actual de exercício físico nos níveis de mindfulness satisfação com a vida e optimismo

Verificámos que os indivíduos que praticam exercício físico apresentam valores mais elevados de optimismo comparativamente com aqueles que não praticam exercício físico. Por sua vez, encontrámos uma tendência não estatisticamente significativa para os indivíduos que praticam exercício físico revelarem níveis mais elevados de satisfação com a vida que aqueles que não praticam. Contudo, não foram encontrados estudos realizados com as variáveis da presente investigação, ou seja, estudos em que a prática de exercício físico tenha sido relacionada com o mindfulness, satisfação com a vida e optimismo, pelo que não podemos fazer comparações.

5. Limitações do estudo e futuros estudos

É importante salientar as desvantagens inerentes ao uso exclusivo de escalas de auto-resposta, uma vez que é difícil controlar o contexto do seu preenchimento, que pode ter contribuído para que alguns sujeitos possam não ter respondido com os níveis honestidade desejados. É importante também salientar o facto de estarmos a estudar variáveis que podem despoletar uma atitude de inibição ou reserva pautada pela desejabilidade social. Uma outra limitação está relacionada com a ausência de controlo da manutenção dos níveis de mindfulness, satisfação com a vida e optimismo depois do curso de meditação. Seria interessante a realização de um estudo longitudinal fazendo avaliações de (follow up), por exemplo, três ou seis meses após o curso de meditação para verificar se os resultados obtidos com a frequência do mesmo se mantinham.

X.Discussão

Os resultados obtidos estão de acordo com a nossa hipótese e vão ao encontro da literatura existente. De facto, num estudo realizado com praticantes e não praticantes de meditação, os praticantes de meditação relataram níveis significativamente mais elevados de mindfulness, sensação geral de bem-estar e níveis significativamente mais baixos de sintomas psicopatológicos, em comparação aos não praticantes de meditação, e mudanças nestas variáveis foram linearmente associadas com a extensão da prática de meditação.

1 Estudo 1 Comparação entre os dois momentos de avaliação nos níveis de mindfulness satisfação com a vida e optimismo

Os resultados dos testes t de Student para amostras emparelhadas mostraram um incremento estatisticamente significativo nas três variáveis em estudo após a frequência do curso de meditação.

2 Estudo 2 Relação entre os dois momentos de avaliação nos níveis de mindfulness satisfação com a vida e optimismo

As correlações mostraram que no primeiro momento o mindfulness apresentava correlações positivas moderadas e significativas com a satisfação com a vida e com o optimismo. No segundo momento de avaliação, verificamos um aumento na magnitude destas correlações, com o mindfulness a apresentar uma associação positiva elevada e significativa com a satisfação com a vida e com o optimismo.

3 Limitações e Futuros Estudos

  • Desvantagens inerentes ao uso exclusivo de escalas de auto-resposta
  • Dificuldade de controlar o contexto do preenchimento
  • Atribuição dos resultados à prática de meditação pode ser influenciada por outras variáveis
  • Ausência de controlo da manutenção dos níveis de mindfulness, satisfação com a vida e optimismo depois do curso de meditação
  • Sugestão de estudos longitudinais (follow-up) para verificar a manutenção dos resultados

4 Conclusão

  • O mindfulness e o seu incremento facilitam o funcionamento psicológico adaptativo
  • A prática de meditação parece influenciar positivamente os níveis de mindfulness, satisfação com a vida e optimismo
  • Recomendação de desenvolver a prática de meditação com indivíduos que apresentam baixos níveis nessas variáveis

XI.Limitações e Estudos Futuros

É importante salientar as desvantagens inerentes ao uso exclusivo de escalas de autorresposta, uma vez que é difícil controlar o contexto do seu preenchimento, que pode ter contribuído para que alguns sujeitos possam não ter respondido com os níveis honestidade desejados. Uma outra limitação está relacionada com a ausência de controlo da manutenção dos níveis de mindfulness, satisfação com a vida e otimismo depois do curso de meditação.

XII.Conclusão

Apesar das limitações metodológicas existentes nas diversas investigações, há uma clara convergência dos resultados de estudos correlacionais, clínicos e de intervenção, em laboratório e estudos experimentais acerca do mindfulness. Ainda que os nossos dados não possam ser generalizados em populações clínicas ou outras populações mais específicas (e.g., populações com perturbações psicológicas e físicas), tendo em conta que a prática de meditação parece influenciar positivamente os níveis destas variáveis de funcionamento psicológico positivo, pode ser importante desenvolver a prática de meditação com indivíduos ou com populações que à partida possam apresentar baixos níveis de mindfulness, satisfação com a vida e otimismo.

1. Conclusão Compreensão da relação entre mindfulness e funcionamento psicológico positivo

A investigação confirmou a correlação positiva entre mindfulness, satisfação com a vida e otimismo. Após a conclusão do curso de meditação, a relação entre essas variáveis tornou-se mais forte, indicando que a prática de mindfulness pode melhorar o funcionamento psicológico positivo.

No entanto, o estudo apresentou limitações metodológicas que requerem atenção em estudos futuros, como a ausência de um grupo de controle e o curto período de acompanhamento após o curso de meditação.

2. Limitações e sugestões para futuros estudos

O estudo enfrentou limitações metodológicas, como a dependência de autoavaliações e a falta de controle sobre os níveis de mindfulness após o curso de meditação. Estudos futuros devem abordar essas limitações usando amostras mais diversificadas e períodos de acompanhamento mais longos.

A prática de mindfulness demonstrou influenciar positivamente a satisfação com a vida e o otimismo, destacando a importância de promover essa prática para indivíduos com baixos níveis dessas variáveis.