A(s) cultura(s) organizacionalais) de um grupamento vertical de escolas

Cultura Organizacional Escolar

Informações do documento

Autor

Cristina Maria Bicho Alpalhão Caixeiro

instructor Carlos Alberto Vilar Estêvão, Doutor
Escola

Universidade de Évora

Curso Educação, Variante de Administração Escolar
Tipo de documento Dissertação de Mestrado
Local Évora
Idioma Portuguese
Formato | PDF
Tamanho 24.06 MB

Resumo

I.A Desigualdade na Construção da Cultura Organizacional Escolar

Este estudo analisa a construção da cultura organizacional escolar em Portugal, focando-se na desigualdade e assimetria de poder entre os atores envolvidos. A administração centralizada do sistema educativo português impacta significativamente a gestão escolar, conferindo aos docentes um protagonismo desigual na definição da cultura organizacional da escola. Professores atuam como receptores e intérpretes das políticas educacionais, reproduzindo e adaptando as orientações normativas no contexto escolar.

1. Assimetria de Poder na Construção da Cultura Organizacional Escolar

O texto inicia afirmando que a construção da cultura organizacional nas escolas é marcada por desigualdade, desequilíbrio e assimetria, principalmente devido à centralização administrativa do sistema educacional português. A estrutura organizacional confere aos docentes um grau de responsabilidade educativa e poder em diferentes níveis (político, pedagógico, gestor e organizativo), resultando num protagonismo significativo na construção simbólico-cultural. Apesar desse protagonismo, os professores são, fundamentalmente, receptores das políticas centrais, incumbidos da tarefa de interpretá-las e executá-las no contexto escolar, reproduzindo e, ao mesmo tempo, autocriando as orientações normativas e culturais preestabelecidas. Essa dinâmica destaca a complexidade da realidade escolar, em constante (re)construção, o que torna qualquer abordagem ao tema necessariamente parcelar e incompleta. A constatação inicial estabelece o tom para a análise da influência da estrutura administrativa centralizada na construção da cultura organizacional escolar, que é o foco principal do documento.

2. A Escola como Organização Cultural e Socializadora

A seção continua destacando a escola como um reflexo da sociedade e do meio social em que está inserida, atuando como uma das suas organizações culturais e socializadoras mais marcantes e essenciais. A transformação da escola em instituição massificada, recebendo alunos de diversas realidades socioculturais, acentua a complexidade da sua função e a multiplicidade de exigências e expectativas sobre ela depositadas. A educação é apresentada como um dos principais eixos de socialização e promoção do desenvolvimento individual, passando os valores da sociedade através dos sistemas educativos. A cultura escolar e a cultura organizacional escolar são, então, conceituadas como um conjunto de aspectos transversais que caracterizam a escola como instituição, a tornando um foco de estudo fundamental para compreensão da dinâmica interna.

3. Abordagem Exploratória e Limitações do Estudo

Diante da complexidade da problemática da cultura organizacional escolar, o estudo admite uma abordagem exploratória e, consequentemente, parcelar. A realidade escolar, em constante (re)construção, inviabiliza uma análise exaustiva e abrangente em um único trabalho. Essa limitação é explicitamente reconhecida, justificando o foco em aspectos específicos da construção da cultura organizacional. A natureza dinâmica e multifacetada da escola é reforçada, mostrando que a instituição está em permanente transformação, reflexo das mudanças sociais e políticas que a afetam. A observação dessa dinâmica, reconhecidamente complexa e em transformação, torna mais urgente a necessidade de aprofundar a análise da cultura organizacional escolar.

II.A Escola como Espelho da Sociedade e a Importância da Educação

A escola é reconhecida como uma organização socializadora crucial, refletindo a sociedade e o meio social em que se insere. A educação é vista como um eixo fundamental de socialização e desenvolvimento individual, transmitindo os valores da sociedade. A cultura escolar e a cultura organizacional escolar são entendidas como conjuntos de aspectos transversais que caracterizam a escola como instituição, tornando-se cada vez mais relevantes em contextos de escolas massificadas e diversificadas socioculturalmente.

1. A Escola como Espelho da Sociedade

O texto posiciona a escola como um elemento fundamental da sociedade, atuando como um reflexo da mesma e do meio social onde está inserida. A sua natureza como organização cultural e socializadora é enfatizada, destacando a sua importância na formação dos indivíduos. A escola não é apenas um edifício, mas uma estrutura organizativa, seja ela unida ou espacialmente dispersa, que desempenha um papel crucial na transmissão de valores e na construção da identidade social dos seus membros. A crescente massificação da escola e a sua transformação em espaço de encontro e desencontro de diferentes realidades socioculturais reforçam a sua relevância enquanto espelho da complexidade social contemporânea. Este papel social da escola é o ponto de partida para a reflexão sobre a sua cultura organizacional.

2. A Educação como Eixo de Socialização e Desenvolvimento

A educação é apresentada como um dos principais eixos de socialização e de promoção do desenvolvimento individual. Os sistemas educativos são responsáveis por transmitir os valores que norteiam a sociedade, desempenhando um papel central na construção da cultura de uma nação. A cooperação e a comunicação entre os indivíduos na organização escolar são essenciais para a criação e preservação da cultura escolar. Esta cultura, juntamente com a cultura organizacional escolar, é vista como um conjunto de aspectos transversais que caracterizam a escola como instituição. A importância da educação na formação dos indivíduos é destacada, contextualizando a análise da cultura organizacional escolar como um elemento inerente a este processo de formação social.

3. Cultura Escolar e Cultura Organizacional Escolar Conceitos e Relevância

O texto define a cultura escolar e a cultura organizacional escolar como conjuntos de aspectos transversais que caracterizam a escola como instituição. A sua relevância aumenta significativamente no contexto atual, marcado pela massificação escolar e pela diversidade de realidades socioculturais presentes nas escolas. A interação entre esses dois conceitos — cultura escolar e cultura organizacional escolar — é fundamental para compreender a dinâmica interna da escola. A relação entre a cultura e os valores sociais transmitidos pela educação é enfatizada, mostrando como a escola age como mediadora entre a sociedade e os indivíduos que a compõem. A compreensão desses conceitos é essencial para o estudo da organização escolar e das suas dinâmicas internas, que serão abordadas em seções subsequentes.

III.º 115 A 98 e Despacho n

A pesquisa investiga a cultura organizacional em escolas portuguesas, tendo como base o modelo organizacional estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 115-A/98 de 4 de Maio e reforçado pelo Despacho n.º 13313/2003 de 8 de Julho. Estes documentos previam o desenvolvimento de estratégias de agrupamento de escolas, visando o reordenamento da rede escolar e a criação de unidades organizacionais com órgãos próprios de administração e gestão. A investigação analisa as consequências deste modelo de agrupamento de escolas na cultura organizacional.

1. Objetivos da Pesquisa e o Enquadramento Legal

Este trabalho de investigação, realizado no âmbito da organização escolar, tem como base o modelo organizacional estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio, e reafirmado pelo Despacho n.º 13313/2003, de 8 de Julho. Ambos os documentos previam o desenvolvimento de estratégias de agrupamento de escolas, resultantes das dinâmicas locais e de um levantamento rigoroso das necessidades educativas, frequentemente através de cartas escolares concelhias. O agrupamento de escolas é definido como uma unidade organizacional com órgãos próprios de administração e gestão, constituído por estabelecimentos de educação pré-escolar e de um ou mais níveis e ciclos de ensino não superior, baseando-se num projeto pedagógico comum. A constituição destes agrupamentos seguiu critérios de planeamento que permitiram o reordenamento da rede escolar pública, perspectivando a escola não apenas como edifício, mas como estrutura organizativa, podendo ser unida ou espacialmente dispersa, conforme descrito pelo GIASE (2001:17). A pesquisa, portanto, se insere nesse contexto de transformação da estrutura educacional portuguesa.

2. Foco da Investigação Cultura Organizacional em Contexto Escolar

O estudo centra-se na problemática da cultura organizacional em contexto escolar, um tema recorrente em abordagens organizacionais e sociológicas. A investigação pretende analisar a cultura organizacional na escola como organização, procurando, numa primeira fase, apresentar uma perspectiva teórica sobre o assunto, considerando as limitações inerentes à sua condição dinâmica e movente. Para além da teoria organizacional, a pesquisa aborda as principais reformas do sistema educativo português desde a Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) de 1986 até ao momento da escrita do documento. A complexidade deste estudo reside na necessidade de analisar um sistema em constante transformação, e por isso a metodologia utilizada é explicitamente definida como exploratória, entendendo-se as limitações de uma análise exaustiva face à realidade em constante (re)construção.

3. O Modelo de Agrupamento de Escolas e suas Consequências

A investigação se propõe a analisar o impacto do Decreto-Lei n.º 115-A/98 e do Despacho n.º 13313/2003 na organização e cultura das escolas portuguesas, particularmente nos agrupamentos de escolas. A implementação destes documentos visava o aumento da eficiência e da qualidade das aprendizagens através da criação de unidades organizacionais mais eficazes. No entanto, a pesquisa também reconhece a complexidade deste processo, que implicou a reorganização da rede escolar e a criação de um novo perfil de escola baseado na associação de diferentes equipamentos educativos. A citação do GIASE (2001:17) sobre a perspectiva da escola como estrutura organizativa, unida ou espacialmente dispersa, é relevante para entender as mudanças estruturais implementadas. O estudo se propõe a avaliar não apenas o sucesso em termos de eficiência e qualidade, mas também como estas alterações impactaram a cultura organizacional das escolas e os seus atores.

IV.Modelos Organizacionais e a Cultura Organizacional Escolar

O estudo explora diferentes modelos organizacionais (racional, político, sistema social e anárquico) aplicados à escola, com foco na cultura organizacional. Analisa-se a escola como burocracia, arena política, democracia e anarquia, comparando-as com o modelo da escola como organização com cultura própria. A pesquisa investiga como essas diferentes concepções organizacionais influenciam a gestão escolar e a cultura organizacional escolar.

1. Modelos Organizacionais e suas Metáforas

A seção discute a aplicação de diferentes modelos organizacionais à escola, utilizando metáforas para ilustrar as diferentes perspectivas. O texto menciona o modelo racional, que define a organização segundo objetivos determinados; o modelo político, que considera a diversidade de interesses e a falta de consenso sobre os objetivos; o modelo de sistema social, que enfatiza os processos espontâneos e adaptativos; e o modelo anárquico, que descreve a organização como um sistema caótico e pouco articulado. Ellstrom (1989) é citado como autor que propõe um modelo multifocalizado que integra esses quatro modelos. A escolha de metáforas para representar a realidade organizacional escolar demonstra a complexidade da escola como organização e como cada modelo se aplica de forma particular.

2. A Escola como Burocracia Uma Análise Crítica

O modelo burocrático, inspirado em Weber, é analisado em detalhe. O texto destaca a ênfase na estrutura formal, na racionalidade e na dominação (autoridade e poder). Formosinho (1985:8) é citado, apontando o legalismo, a uniformidade, a impessoalidade, o formalismo, o centralismo e a hierarquia como características do modelo weberiano aplicável à escola. Porém, Muñoz Sedano & Roman Perez (1989:119) apontam as limitações deste modelo, como a menorização do ambiente externo, a visão limitada das interações com o meio, e a desconsideração da organização informal. Uma visão monolítica da escola como burocracia seria considerada unidirecional e limitadora da participação dos atores educativos, reduzindo-os a meros executantes de papéis num determinismo normativo (Crozier & Friedberg, 1977:101).

3. A Escola como Arena Política Conflito Poder e Negociação

O modelo político das organizações é apresentado, com base em Bolman & Deal (1984:109), que o descrevem em cinco proposições centradas no conflito e no poder como recursos estratégicos. A alocação de recursos escassos, as coligações de indivíduos e grupos de interesse com valores divergentes, a negociação e a disputa de posições são elementos centrais deste modelo. A análise micropolítica da realidade organizacional, utiliza a metáfora de ‘arena política’, onde a tomada de decisões resulta de processos de confrontação e negociação baseados em interesses conflitantes e estratégias de poder. O ‘mito da racionalidade’ dos modelos racionais é contrastado com o ‘mito pluralista’, que enfatiza a pluralidade de interesses, conflitos e fontes de poder na vida organizacional (Morgan, 1996:191). A escola, neste modelo, torna-se um espaço de gestão de conflitos e interesses pelo poder, onde atores buscam influenciar decisões e salvaguardar suas posições.

4. Outros Modelos Democracia e Anarquia Organizacional

Além dos modelos burocrático e político, o texto menciona brevemente a escola como democracia (baseada em abordagens democráticas e modelos colegiais) e a escola como anarquia (caracterizada pela incerteza, imprevisibilidade e ambiguidade). A visão unitária dos modelos burocráticos é contrastada com a visão pluralista, que aceita a existência de jogos políticos constantes. O modelo anárquico de organização, de Cohen, March & Olsen (1972:1), enfatiza a participação inconstante dos indivíduos na organização, com decisões muitas vezes tomadas individualmente, como no espaço solitário da sala de aula. A menção desses outros modelos serve para enriquecer a compreensão da multiplicidade de perspectivas que podem ser usadas para analisar a organização escolar, influenciando sua cultura organizacional.

V.A Cultura Organizacional como Sistema Compartilhado e as Subculturas

A investigação aborda diferentes perspectivas sobre a cultura organizacional: unitária (corporate culture) e diferenciadora (com subculturas). Explora-se a ideia de que a cultura organizacional escolar pode não ser homogênea, mas sim composta por diversas subculturas escolares, influenciadas por fatores sociais, geográficos, e funcionais. A pesquisa analisa como a existência de subculturas afeta a partilha de valores e crenças, podendo impactar o sucesso do sistema educativo português.

1. Cultura Organizacional Visão Unitária vs. Diferenciadora

A seção aborda a questão da cultura organizacional, confrontando a visão unitária e homogênea, associada ao conceito de 'corporate culture', com uma perspectiva diferenciadora que reconhece a existência de subculturas. A visão unitária pressupõe a partilha de valores, crenças e comportamentos comuns por todos os membros da organização, algo que o texto considera mais ideal para o período de fundação de uma organização do que para uma realidade estabelecida. A visão diferenciadora, por outro lado, reconhece a heterogeneidade das organizações, fundamentada em papéis e posições diferenciadoras, resultando em diferentes subculturas. Gomes (2000:75) é citado para reforçar a ideia de que é a cultura nas organizações, e não a cultura das organizações, que está em questão, justificando o uso do plural: culturas organizacionais. Esta discussão sobre a unidade ou fragmentação da cultura organizacional é fundamental para a análise da escola.

2. A Cultura Organizacional Escolar como Sistema Compartilhado ou não

O texto questiona se, na escola pública atual, é possível falar com rigor de um sistema compartilhado de valores e crenças, definindo a cultura organizacional escolar como um sistema de representações simbólicas, valores, crenças e modos de agir que constroem e reconstruem a escola. A observação atenta da realidade escolar põe em causa esta hipótese de partilha homogênea, sugerindo a existência de subculturas escolares que podem dificultar a comunicação e a cooperação interna. O insucesso no sistema educativo português, de acordo com o texto, pode estar relacionado com a falta de comunicação entre essas subculturas. A investigação foca como os órgãos de gestão escolar reagem, analisam e disseminam suas dinâmicas organizacionais neste contexto de possível fragmentação cultural.

3. Subculturas Escolares Fatores de Emergência e Diversidade

A seção detalha os fatores que contribuem para o surgimento de subculturas escolares, identificando cinco categorias principais: a) estratos sociais (diferenças de classe e status socioeconômico); b) distribuição geográfica (variáveis regionais e urbanas/rurais); c) origem (movimentos migratórios e diversidade étnica); d) função (divisão do trabalho e especializações); e) faixa etária (conflito de gerações e diferenças entre grupos etários). Cada um destes fatores contribui para a criação de padrões distintos de comportamentos, valores e atitudes, resultando em diferentes subculturas dentro da organização escolar. Martin (1992) é citado, usando a metáfora de “ilhas de clareza num mar de ambiguidades” (2004:12) para ilustrar como a ambiguidade na perspectiva diferenciadora da cultura reside entre as subculturas, e não dentro delas. A compreensão dessas subculturas é crucial para uma análise aprofundada da cultura organizacional escolar.

VI.Conclusão Análise da Cultura Organizacional em Agrupamentos Verticais de Escolas

O estudo se concentra na análise da cultura organizacional em agrupamentos verticais de escolas, considerando a complexidade da sua estrutura e as dinâmicas entre diferentes ciclos de ensino. A pesquisa investiga como os órgãos de gestão escolar reagem e implementam as políticas educacionais, examinando a interação entre a administração central e as unidades escolares. O objetivo é compreender como a cultura organizacional influencia a eficácia e eficiência da gestão escolar.

1. A Cultura Organizacional como Conceito Multifacetado

A seção inicia explorando a variedade de definições existentes para cultura organizacional, enfatizando a falta de consenso entre especialistas sobre os níveis e conteúdos a serem privilegiados no estudo. A diversidade de conceitos resulta da ênfase dada por alguns autores em diferentes aspectos: níveis e conteúdos da cultura organizacional, regras e formas de comunicação, práticas partilhadas, valores, metáforas e imagens utilizadas pelos atores organizacionais, e a criatividade. Davis (1984:1) define cultura como um padrão de crenças e valores partilhados que dão sentido aos membros de uma organização e lhes fornecem regras de comportamento, enquanto Schein (1991) propõe três níveis: artefactos, valores e pressupostos básicos. Bates (1986:262), por sua vez, situa a cultura organizacional no nível dos artefactos. Essa diversidade de perspectivas demonstra a complexidade do conceito de cultura organizacional, especialmente em organizações complexas como a escola.

2. Cultura Organizacional Unitária versus Cultura Organizacional Diferenciada

A discussão sobre a natureza da cultura organizacional prossegue, contrastando a visão unitária e homogênea (corporate culture) com a visão diferenciadora, que reconhece a existência de múltiplas subculturas. A visão unitária pressupõe um consenso generalizado sobre valores, crenças e comportamentos, enquanto a visão diferenciadora considera a ambiguidade inerente à coexistência de diferentes grupos e suas respectivas culturas. Gomes (2000:75, 81) é citado para reforçar que se trata da cultura nas organizações e não da cultura das organizações, justificando o uso do termo subculturas ou do plural: culturas organizacionais. A ambiguidade, nesta perspectiva diferenciadora, é vista como existente entre as subculturas e não dentro delas, como ilustrado pela metáfora de “ilhas de clareza num mar de ambiguidades” de Martin (2004:12). Essa discussão é crucial para entender a complexidade da cultura organizacional escolar.

3. Subculturas na Escola Pública e suas Implicações

A seção aplica a discussão sobre a cultura organizacional e subculturas ao contexto específico da escola pública. O texto questiona se, na escola pública atual, pode-se falar, com rigor, de um sistema partilhado de valores e crenças. A observação da realidade escolar sugere a existência de subculturas escolares, influenciadas por estratos sociais, distribuição geográfica, origem, função e faixa etária dos seus membros. A falta de comunicação entre essas subculturas é apontada como um possível fator para o insucesso do sistema educativo português. A análise da cultura organizacional escolar, portanto, deve levar em consideração essa heterogeneidade e as suas implicações nas dinâmicas organizacionais, particularmente nos agrupamentos verticais de escolas, que são o foco deste estudo.