Canais de Difusão do Conhecimento Tecnológico mais Significativos nos Países Imitadores e Inovadores

Canais de Difusão: Inovação e Imitação

Informações do documento

Autor

Óscar Ariel Torales Decoud

instructor Professor Doutor Óscar João Atanazio Afonso
Escola

Faculdade de Economia da Universidade do Porto

Curso Economia e Gestão da Inovação
Tipo de documento Tese de Mestrado
Local Porto
Idioma Portuguese
Formato | PDF
Tamanho 1.00 MB

Resumo

I.A Difusão Internacional do Conhecimento Tecnológico Uma Análise dos Fatores Determinantes

Este estudo investiga os principais fatores que influenciam a difusão tecnológica entre países desenvolvidos (PD) e países em desenvolvimento (PED), focando-se no impacto no crescimento económico. A pesquisa explora diferentes modelos de difusão internacional de tecnologia, incluindo o modelo do "gap tecnológico" e o conceito de catch-up tecnológico. Analisam-se os papéis das importações de alta tecnologia, do Investimento Direto Estrangeiro (IDE), dos Direitos de Propriedade Intelectual (DPI), e da inovação versus imitação como mecanismos-chave. Autores como Connolly (2003) e Fagerberg (1988) são referenciados, cujos modelos servem como base para a análise empírica. A capacidade de absorção, o capital humano, e o papel das redes sociais na difusão do conhecimento são também considerados. O estudo destaca a distinção entre conhecimento explícito e conhecimento tácito e seus impactos na transferência de tecnologia.

1. Limitações dos Modelos Neoclássicos e a Convergência Económica

A seção inicia apontando uma falha nas formulações neoclássicas: a incapacidade de explicar endogenamente o progresso tecnológico. O crescimento econômico, segundo essas teorias, dependia da acumulação de capital, sujeita à lei dos rendimentos decrescentes, a menos que houvesse progresso tecnológico exógeno. Um corolário desses modelos era a convergência de renda per capita: economias mais pobres, estando mais distantes do estado estacionário, cresceriam mais rápido que as ricas até atingirem, a longo prazo, esse estado (Sala-i-Martin, 2008). A discussão introduz o conceito de 'catching-up' (Godinho, 1995) como intimamente ligado à análise dos fatores que afetam a difusão internacional da tecnologia, antecipando a discussão central sobre os mecanismos de difusão e o crescimento econômico diferenciado entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O modelo do 'gap tecnológico' de Fagerberg (1988) é apresentado como uma explicação para o catching-up econômico e tecnológico, baseado na imitação de tecnologias de economias mais avançadas. A capacidade de imitação depende do conhecimento da existência dessas tecnologias e dos meios para sua reprodução, fatores frequentemente favorecidos por relações internacionais entre países.

2. Difusão do Conhecimento Tecnológico Conceitos e Definições

Esta parte define e contextualiza o conceito central de 'difusão tecnológica', descrevendo-a como a disseminação e transferência de conhecimento e inovação (Dahab et al., 1995). Diversas definições são apresentadas, destacando a difusão tecnológica como um processo de transferência de conhecimentos, habilidades e procedimentos aplicáveis à produção (Krugliankas e Fonseca, 1992), envolvendo transações comerciais de inputs tecnológicos (Reddy, 1990), e como um fluxo cumulativo de conhecimento (Pavitt, 1985). A difusão ocorre de duas maneiras, segundo Keller (2001): tecnologia incorporada em máquinas e bens de consumo, e tecnologia não incorporada (conhecimento científico e técnico). Canais formais (importações, patentes, joint-ventures) e informais (consultoria) são identificados como vias de transferência. Figueiredo et al. (2008) ressaltam a redução do fenômeno de transferências tecnológicas no sistema capitalista, levando à dependência econômica de alguns países. A discussão inclui o conceito de 'spillovers' de conhecimento, onde os retornos de investimentos em conhecimento tecnológico criam benefícios externos às empresas e indivíduos que os absorvem. O conhecimento tecnológico é associado a 'blueprints' de produtos, sua aprendizagem internacional direta e a difusão através de bens intermediários estrangeiros.

3. Características da Tecnologia e o Papel do Conhecimento Explícito e Tácito

A seção aprofunda as características da tecnologia, destacando três aspectos essenciais identificados por Dosi (1988): a tecnologia não é apenas informação, mas envolve habilidades e processos; o conhecimento científico-tecnológico mobiliza indivíduos e instituições, com ênfase na difusão de tecnologia não incorporada em equipamentos; e a geração de tecnologia supõe apropriabilidade de benefícios ou lucratividade, com cada tecnologia possuindo um balanço específico entre aspectos de bem público e características privadas. Bell e Pavitt (1992) ampliam a discussão, argumentando que a difusão tecnológica não se reduz apenas à aquisição de máquinas e à assimilação de informações, mas inclui melhorias significativas adaptadas às condições de uso. Este processo de melhoria envolve duas etapas: adaptação inicial e melhorias posteriores em cada unidade produtiva. A seção destaca a importância crescente do conhecimento tácito e sua dificuldade de codificação e transferência, contrastando-o com o conhecimento explícito, mais fácil de disseminar. A análise inclui a perspectiva de Nonaka (1991) sobre o início do novo conhecimento no indivíduo, e a estimativa de Teece (1997) sobre os custos substanciais de transferência de conhecimento não codificado. O conceito de 'know-who', como conhecimento sobre quem sabe o quê e como fazer, é apresentado como um elemento-chave da difusão.

4. Determinantes da Difusão Tecnológica Importações Exportações IDE e o Papel do Governo

Esta parte examina diferentes canais de difusão tecnológica, focando inicialmente nas importações de bens intermediários. Estudos, como o de Keller (2001), mostram a importância das importações na difusão internacional do conhecimento tecnológico, analisando 'spillovers' internacionais de P&D. A pesquisa aponta também para a importância de se considerar a aprendizagem por meio das exportações (Rhee et al., 1984). Resultados de estudos utilizando dados dos EUA e de países como Colômbia, México e Marrocos mostram que empresas exportadoras são mais produtivas, mas a evidência de uma forte relação de aprendizagem através das exportações é menos conclusiva. O investimento direto estrangeiro (IDE) é analisado, com estudos sobre a Irlanda mostrando seu papel fundamental no crescimento econômico a partir de 1960, contribuindo para diversificação de exportações, modernização industrial, e difusão de conhecimento tecnológico (O'Sullivan, 1993; OECD, 1994). A comunicação e a terceirização de etapas de produção são identificadas como mecanismos facilitadores da difusão, embora reconheça-se que a comunicação remota pode ser um substituto imperfeito para a comunicação face a face, particularmente quando o conhecimento é tácito. O papel ambíguo das patentes é discutido: enquanto facilitam a transferência de informações, também podem dificultar a imitação quando os Direitos de Propriedade Intelectual (DPI) são fortalecidos.

5. Catch up Tecnológico Spillovers e a Importância do Capital Humano

A seção aprofunda o conceito de 'catch-up' tecnológico, definindo a existência de países líderes (que criam e usam novo conhecimento) e países seguidores (que imitam e adaptam tecnologias dos líderes) (Escot e Galindo, 1997). A capacidade da sociedade, em particular dos trabalhadores, de compreender e utilizar o novo conhecimento é crucial para o sucesso do 'catch-up'. O papel do decisor político é destacado, com políticas educacionais e de transferência facilitando esse processo (Escot e Galindo, 1998). A discussão explora a dimensão espacial da difusão tecnológica e os 'spillovers' tecnológicos entre países e regiões, que ocorrem através de canais como IDE, fluxos internacionais de bens e conhecimento (Keller, 2001). A dificuldade de quantificar o alcance geográfico desses 'spillovers' é reconhecida, bem como suas duas conotações: a criação de um bem público e as preocupações com a propriedade intelectual. A importância do capital humano (Nelson e Phelps, 1966) e da I&D (Cohen e Levinthal, 1989) na capacidade de absorção de conhecimento tecnológico estrangeiro é também destacada, com a capacidade da empresa de compreender e avaliar novas tendências tecnológicas como condição para adoção bem-sucedida.

II.Modelos Empíricos de Difusão Tecnológica e o Papel do Comércio

A pesquisa avalia modelos empíricos existentes que analisam a difusão tecnológica por meio do comércio. O trabalho de Connolly (2003) é central, explorando como as importações de bens com tecnologia incorporada influenciam a inovação e o crescimento económico em PEDs. A análise considera também o papel das exportações na aprendizagem tecnológica e o impacto do IDE na aquisição de conhecimento tecnológico estrangeiro. Estudos sobre a influência dos DPI no crescimento económico são citados, bem como a análise do impacto da I&D na difusão. O modelo do "gap tecnológico", que explora a imitação e a redução do gap tecnológico, é um foco importante.

1. O Modelo de Connolly 2003 e a Difusão Tecnológica via Comércio

A seção centraliza-se no trabalho de Connolly (2003), que propõe um modelo para analisar a difusão tecnológica através do comércio e da imitação. Connolly investiga os canais mais eficazes de entrada de conhecimento tecnológico em países imitadores, utilizando dados de patentes de 75 países para criar uma proxy de imitação e inovação. Sua abordagem difere de outras ao discriminar entre países desenvolvidos (PD) e países em desenvolvimento (PED) para uma análise mais precisa. O estudo de Connolly parte do pressuposto de que o comércio funciona como um mecanismo pelo qual tecnologia estrangeira avançada pode ser utilizada por países em desenvolvimento, impulsionando a inovação doméstica e a continuação das inovações estrangeiras. A autora utiliza variáveis como importações de bens com tecnologia incorporada, infraestrutura de transportes e comunicações, Investimento Direto Estrangeiro (IDE) e Direitos de Propriedade Intelectual (DPI) para modelar a influência do comércio na difusão tecnológica e no crescimento econômico. O estudo contribui para a literatura ao destacar a escassez de evidências empíricas sobre o tema, a pouca exploração dessa realidade e a necessidade de novas pesquisas e análises atualizadas.

2. Canais de Difusão Importações Exportações e Investimento Direto Estrangeiro

A análise aprofunda os canais de difusão tecnológica, focando inicialmente nas importações. Diversos estudos, incluindo o de Keller (2001), que estima 'spillovers' internacionais de P&D, reforçam a evidência da relação positiva entre importações e difusão de conhecimento tecnológico. A pesquisa menciona uma correlação positiva entre citações de patentes suecas e importações bilaterais (Sjöholm), demonstrando a contribuição das importações para a difusão internacional. Entretanto, a aprendizagem por meio de exportações também é considerada (Rhee et al., 1984), com resultados de estudos de Bernard e Jensen (1996) e Clerides et al. (1998) mostrando maior produtividade em empresas exportadoras. No entanto, a evidência de uma forte relação entre exportações e aprendizagem tecnológica não é conclusiva. O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) é outro canal explorado, com a maior parte dos estudos sobre o impacto do IDE na Irlanda mostrando seu papel fundamental no crescimento econômico a partir da década de 1960, impulsionando a diversificação e o crescimento das exportações, modernizando o setor industrial e difundindo conhecimentos tecnológicos (O'Sullivan, 1993 e OECD, 1994). Os padrões de comunicação são discutidos como mecanismos de difusão, facilitando a terceirização de produção e a monitorização de plantas distantes, embora a comunicação remota não seja vista como um substituto perfeito para a comunicação face a face, especialmente para o conhecimento tácito.

3. O Papel dos Direitos de Propriedade Intelectual DPI e Outros Mecanismos de Difusão

A seção analisa o papel dos Direitos de Propriedade Intelectual (DPI) na difusão tecnológica, destacando seus efeitos ambíguos. As patentes podem facilitar a transferência de informações adicionais, mas também dificultam a imitação quando o sistema global de DPI é fortalecido. Estudos sobre o impacto dos DPI no crescimento econômico são mencionados, incluindo o trabalho de Chu (2009) que encontrou uma associação positiva entre patentes e crescimento econômico no âmbito macroeconômico. Dinopoulos e Segerstrom (2010) analisaram a proteção dos DPI em países em desenvolvimento, concluindo que seus efeitos dependiam da relevância de cada modo de transferência de tecnologia, com efeito positivo final sobre a inovação. A seção também menciona o 'franchising' como um mecanismo de difusão, em que uma empresa franqueadora licencia um sistema de negócios inteiro, oferecendo uma forma eficiente de expansão em novos mercados (Saad, 2000; Freire, 2006). Estudos analisando diferentes combinações de interações econômicas internacionais (importação de bens intermediários, exportação e propriedade estrangeira) não encontraram efeitos significativos sobre o custo marginal das empresas ou a qualidade dos bens produzidos, embora Keller (2001) tenha encontrado resultados significativos para importações e IDE como ligação de comunicação em uma análise do efeito total, atribuindo mais de 50% às importações e o restante em partes iguais a IDE e comunicação.

III.A Natureza do Conhecimento Tecnológico e os Canais de Difusão

O estudo aprofunda a natureza do conhecimento tecnológico, diferenciando conhecimento explícito (facilmente codificado e transmitido) de conhecimento tácito (mais difícil de transferir, frequentemente baseado em experiência e know-how). São examinados diversos canais de difusão, incluindo canais formais (importações, patentes, licenciamentos, joint-ventures) e informais (consultoria, redes sociais). A pesquisa analisa como a facilidade de acesso ao conhecimento tecnológico e a capacidade de absorção influenciam o catch-up tecnológico e o crescimento económico. A importância do capital humano e da capacidade de aprendizagem (“learning-to-learn”) são destacados como fatores cruciais.

1. Conhecimento Explícito vs. Conhecimento Tácito

Esta seção discute a natureza dual do conhecimento tecnológico, contrastando o conhecimento explícito com o conhecimento tácito. O conhecimento explícito é definido como aquele que é facilmente codificado e transmitido, podendo ser encontrado em diversos suportes como livros, bases de dados e publicações científicas. Já o conhecimento tácito é aquele associado à experiência prática, habilidades e 'know-how', sendo mais difícil de transferir e frequentemente incorporado nas pessoas e suas capacidades (Barceló, 2001). A distinção entre esses tipos de conhecimento é crucial para entender os mecanismos de difusão tecnológica, pois a transferência de conhecimento tácito representa um desafio maior do que a do conhecimento explícito. O texto cita Teece (1997), que estimou que a parte dos custos de transferência de tecnologia correspondente ao conhecimento não codificado era substancial (cerca de 20% dos custos totais dos projetos, e ainda maior para máquinas e equipamentos, cerca de 36%), evidenciando a complexidade da transferência tecnológica e a importância do conhecimento tácito nos padrões de criação e difusão da tecnologia. O conceito de 'know-who' (saber quem) é apresentado como um tipo de conhecimento tácito, que envolve informações sobre quem detém o conhecimento e a habilidade social de cooperação e comunicação com especialistas.

2. Canais Formais e Informais de Difusão Tecnológica

A seção detalha os canais pelos quais a informação tecnológica se difunde, tanto entre empresas como entre países. São identificados canais formais, como importações, aquisição de patentes e licenças, operações de joint-ventures, e canais informais, como consultoria e aquisição de equipamentos e maquinários. Keller (2001) destaca a difusão por meio da tecnologia incorporada em bens de consumo e máquinas, e tecnologia não incorporada (conhecimento científico, técnico e de engenharia). O texto enfatiza que o processo de geração e difusão de tecnologia envolve seleção de informações, difusão, absorção, aprimoramento e posterior transferência por meio dos canais mencionados. Figueiredo et al. (2008) apontam que os contatos internacionais transmitem informação técnica através de produtos com conhecimento externo e fornecimento de informações que, de outra forma, seriam dispendiosas. Essa observação destaca a complexidade das transferências tecnológicas no sistema capitalista e suas implicações para países com economias dependentes. A seção menciona ainda o papel de 'spillovers' tecnológicos, que ocorrem através de diferentes canais e afetam o alcance geográfico da difusão, embora sua magnitude seja difícil de quantificar (Watanabe et al., 2001).

3. A Importância das Redes Sociais e a Aprendizagem Contínua

A seção aborda o papel das redes sociais na difusão de inovações, destacando-as como um elemento essencial no acesso contínuo a informações e experimentação do conhecimento tecnológico. Wright (in Silverger, 1991) destaca a mudança tecnológica como um processo de aprendizagem que ocorre em rede, com aprendizagem contínua através de feedbacks entre agentes cooperativos e competitivos. Lahaye e Llerena (1997) sublinham a importância da partilha de experiências nas redes, que reduzem os riscos e medos da adoção de novo conhecimento tecnológico. No entanto, o fenômeno da aprendizagem contínua é considerado uma 'caixa preta', e os modelos causais ainda não identificam completamente os fatores que sustentam seus efeitos. A discussão sobre redes contrasta a facilidade de acesso ao conhecimento explícito/codificado com a importância do conhecimento tácito na criação de capacidades únicas e produtos (Maskell e Malmberg, 1999). Pavitt (in Asheim e Gertler, 2006) argumenta que, na era atual, o conhecimento tácito constitui a base para a criação de valor baseado na inovação, enquanto o conhecimento explícito é mais facilmente acessível. A seção enfatiza que, apesar da crescente digitalização da informação, uma parte do conhecimento permanece tácita e crucial para a compreensão dos padrões de criação e difusão de tecnologia.

IV.Análise Empírica e Resultados

A análise empírica utiliza dados de 27 países desenvolvidos (PD) e 31 países em desenvolvimento (PED) para testar o impacto de variáveis como I&D, tamanho da população, importações de alta tecnologia, IDE, e DPI na difusão tecnológica e no crescimento económico. Os resultados sugerem que as importações de alta tecnologia são um canal significativo de difusão para PEDs, corroborando achados de estudos anteriores. A pesquisa também destaca a importância da I&D e do tamanho da economia (população) como fatores cruciais em ambos os grupos de países. Os resultados quantificados das regressões (coeficientes) são apresentados, mas a discussão detalhada das regressões e sua metodologia será abordada em trabalhos posteriores. A metodologia incluiu o uso do software IBM SPSS para análise de dados.

1. Metodologia da Pesquisa e Base de Dados

A análise empírica utilizou dados de 27 países desenvolvidos (PD) e 31 países em desenvolvimento (PED), baseando-se em duas fontes de informação complementares: revisão da literatura científica e recolha de dados estatísticos oficiais e governamentais. A escolha dos países seguiu critérios estabelecidos por autores como Barro e Sala-i-Martin (1995), classificando os países em grupos de inovadores (PD) e imitadores (PED), embora o texto reconheça a existência de diferentes nomenclaturas na literatura para essas classificações. A definição dos países inovadores (PD) baseou-se na capacidade de gerar progresso tecnológico endógeno, enquanto os países imitadores (PED) são aqueles cujo progresso tecnológico resulta da imitação e adaptação de inovações realizadas nos países desenvolvidos. A análise utilizou o software IBM SPSS versão 20 para análise de dados, empregando técnicas básicas e avançadas para gerar relatórios tabulados, gráficos e análises descritivas e de correlação entre variáveis. A recolha de dados seguiu metodologias já empregadas em trabalhos anteriores, como os de Connolly, assegurando consistência na comparação de resultados.

2. Variáveis da Regressão e Resultados da Análise

O modelo empírico incluiu variáveis como Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (I&D), população (como proxy para o tamanho da economia), importações de alta tecnologia e outras importações tecnologicamente relevantes. A análise investigou o impacto dessas variáveis na difusão tecnológica e no crescimento econômico, comparando os resultados entre os países inovadores (PD) e imitadores (PED). As importações de alta tecnologia mostraram uma influência positiva e significativa na difusão do conhecimento para os países imitadores, com coeficientes positivos entre 0,01 e 0,22 para os três períodos analisados, confirmando resultados obtidos por Connolly (2003). A I&D e a população mostraram coeficientes de regressão significativos nos três períodos para ambos os grupos de países, demonstrando a importância desses fatores na difusão tecnológica e no crescimento econômico. Para os países imitadores, as importações de alta tecnologia e outras importações tecnologicamente relevantes também surgiram como canais significativos de difusão de conhecimento, embora para os países inovadores, a evidência do papel das importações como canal de difusão não tenha sido conclusiva.