Sistema Capote: Guia Completo

A segurança contra incêndio em sistemas capote é abordada considerando a certificação dos materiais utilizados. Sistemas que empregam isolantes certificados na Euroclasse E, de acordo com a norma EN 13501, como o Poliestireno Expandido Sinterizado, podem incluir barreiras resistentes ao fogo em todas as paredes, entre andares. Essa certificação garante um nível mínimo de resistência à propagação de chamas, contribuindo para a segurança do edifício. A escolha de materiais com propriedades intrínsecas de resistência ao fogo, como a lã de rocha com classificação Euroclasse A1 (incombustível), é crucial para a segurança contra incêndio. A integração de barreiras e a seleção criteriosa de materiais certificados são, portanto, aspetos fundamentais na concepção de um sistema capote seguro.

Para garantir a segurança contra incêndio em fachadas, é essencial o cumprimento de normas e recomendações técnicas. A nota DCPREV 5093 de 15/04/2013, publicada pelo Corpo Nacional de Bombeiros, atualiza o Guia técnico “Requisitos de segurança anti-incêndio das fachadas nos edifícios públicos”. Este guia fornece informações detalhadas sobre os materiais, normas e procedimentos a serem adotados para minimizar o risco de propagação de incêndios, tanto internos como externos. A sua finalidade principal é limitar a probabilidade de propagação de chamas e prevenir a queda de partes da fachada durante um incêndio. Consultar e seguir as diretrizes deste guia é, portanto, fundamental para a segurança e conformidade de projetos que envolvem sistemas capote.

A conformidade com normas europeias é assegurada através de organismos de avaliação técnica. A EOTA (European Organisation for Technical Assessment) desempenha um papel central na avaliação de produtos de construção, gradualmente convertendo as linhas orientadoras ETAG (European Technical Approval Guidelines) em documentos EAD (European Assessment Documents). Para produtos não cobertos por normas harmonizadas EN, o EAD serve como base para a avaliação. Um organismo técnico notificado TAB (Technical Assessment Body) avalia o produto com base no EAD e emite uma ETA (European Technical Assessment). A ETA é uma avaliação crucial do desempenho do produto ou sistema, permitindo ao fabricante emitir a Declaração de Performance (DoP) e aplicar a marcação CE, demonstrando a conformidade com as normas europeias. As ETAG podem ser utilizadas como EAD, definindo métodos de ensaio para caracterizar o comportamento inicial de um componente.

O texto destaca a importância da certificação ETA para sistemas capote, exemplificando com o sistema FASSATHERM®. Os certificados ETA emitidos para o FASSATHERM® baseiam-se em linhas orientadoras europeias, como a ETAG 004, que define o sistema como aplicável sobre suportes tradicionais, como paredes de alvenaria (blocos cerâmicos, betão, pedra), betão moldado ou painéis pré-fabricados. A Fassa Bortolo apresenta também o sistema capote FASSATHERM® WOOD, certificado ETA 16/0932, especificamente projetado para estruturas com suportes de madeira. Este sistema foi testado com placas isolantes em EPS 100 e lã de rocha, demonstrando sua adequação a vários suportes de madeira, incluindo painéis de madeira, aglomerados e cimento, fibrocimento, aglomerado e gesso, placas de gesso, e produtos similares. A certificação ETA, portanto, valida o desempenho e a conformidade do sistema com as normas europeias para diferentes tipos de suporte.

A linha Fassatherm® Classic apresenta opções que priorizam diferentes características. O sistema Performance Classic foca no melhor desempenho térmico, explorando as propriedades da placa isolante com colagem/regularização mais leve, rede de armadura resistente a álcalis e um ciclo de proteção otimizado nos acabamentos. A adição de poeiras de grafite na placa permite alcançar elevados desempenhos térmicos mesmo com espessuras reduzidas, enquanto o ecrã termo-refletor branco permite a aplicação até em ambientes de forte irradiação solar. Já o sistema Impact Classic prioriza a resistência ao choque, conseguida através de uma cola mais firme e um barramento mais leve, sendo ideal para locais de alto tráfego, como ginásios, escolas e centros comerciais, onde choques acidentais são mais frequentes. Testes em laboratório comprovaram sua resistência seis vezes superior à de um sistema capote tradicional.

Outros sistemas da linha Fassatherm® Classic se concentram em aspectos específicos de desempenho. O BaseSystem e o Silver Classic são projetados para reduzir significativamente as tensões causadas pelos ciclos térmicos, graças a um design inovador da placa isolante, um barramento reforçado com fibra de vidro e uma rede de armadura de alto desempenho. Assim como no Performance Classic, a adição de poeiras de grafite contribui para elevadas performances térmicas com espessuras reduzidas, otimizando o espaço e a eficiência. A aplicação de revestimentos em pedra ou cerâmica nesses sistemas exige uma avaliação técnica cuidadosa para definir a melhor metodologia de intervenção, incluindo a preparação do suporte, técnicas de aplicação, e modalidades de colagem.

O sistema Fassatherm® Eco, em conjunto com o Rivesto Plus, combina o isolamento térmico com a estética. O Rivesto Plus, em particular, permite a aplicação de revestimentos em pedra ou cerâmica, oferecendo uma solução estética diferenciada do revestimento em pasta tradicional. Esse sistema utiliza placas isolantes em lã de rocha, conhecidas por seus excelentes desempenhos em isolamento térmico, acústico e proteção contra o fogo, atendendo à demanda crescente por soluções estéticas e funcionais. Similarmente aos outros sistemas, a instalação de revestimentos em pedra ou cerâmica requer uma avaliação técnica minuciosa, considerando as etapas de preparação do suporte, técnicas de aplicação e modalidades de colagem adequadas à especificidade de cada obra.

Para situações específicas, a Fassa Bortolo propõe o Fassatherm® Extra, ideal para a recuperação de sistemas capote degradados superficialmente, através de uma intervenção de ‘lifting’. Este sistema mantém o isolamento térmico existente, melhorando o aspeto decorativo e a proteção da fachada. Como se trata de uma intervenção de manutenção, as camadas e componentes podem variar de acordo com a avaliação do suporte. Por outro lado, o Fassatherm® Termointonaco é uma solução de revestimento termo-isolante com ótima transpirabilidade, indicado para paredes irregulares e situações onde a aplicação de um sistema capote com placas isolantes não é viável. Sua aplicação pode ser externa ou interna, dependendo das necessidades da obra, e, devido a sua espessura, recomenda-se aplicação em camadas com redes de armação. Em ambos os casos, a assistência técnica da Fassa Bortolo está disponível para auxiliar na tomada de decisão e projeto.

A instalação de um sistema capote envolve diversos componentes. A argamassa A 50, de base cimentícia, é crucial para a colagem e regularização das placas isolantes, a realização de barramentos armados e a regularização de superfícies em betão e elementos pré-fabricados. As placas isolantes podem ser de diferentes materiais, como EPS (poliestireno expandido), lã de rocha, ou cortiça, cada uma com suas propriedades específicas de isolamento térmico e acústico. A rede de armação, frequentemente a Fassanet Maxi (fibra de vidro resistente a álcalis), proporciona resistência a impactos e limita tensões provocadas por variações térmicas. O revestimento final pode variar dependendo do sistema escolhido, incluindo opções como revestimentos em pedra ou cerâmica, conforme os sistemas Rivesto Classic e Rivesto Plus. A escolha adequada de cada componente é fundamental para o sucesso da instalação.

O método de colagem das placas isolantes varia consoante o tipo de placa. Para placas de EPS, podem ser utilizados o método de linhas e pontos ou a colagem com superfície total. No caso de placas de lã de rocha, a aplicação de uma fina camada de cola antes da aplicação da argamassa melhora a aderência. É importante proteger as placas isolantes da exposição aos agentes atmosféricos e à luz solar direta, especialmente as placas de EPS com grafite, que são sensíveis à ação da luz. A instalação deve ser realizada evitando a incidência direta do sol; em caso contrário, devem-se utilizar telas de proteção nos andaimes. Para juntas de dilatação, recomenda-se deixar um espaço vazio de aproximadamente 2 cm, preenchido com um cordão de lã de rocha. A fixação mecânica suplementar com buchas aumenta a aderência ao suporte, principalmente em situações onde a força do vento ou a preparação incorreta do suporte possam comprometer a adesão da argamassa.

A instalação requer atenção a detalhes como a junção com elementos salientes (vigas, soleiras, janelas etc.), onde se recomenda a aplicação de fita adesiva de vedação para garantir impermeabilização contra chuva. Para suportes de montagem de elementos como buchas e campainhas, existem sistemas como FASSA ZYRILLO EPS, FASSA UMP-ALU-TRI e FASSA TRA-WIK-PH, projetados para garantir uma fixação segura e adequada. Após a instalação, é fundamental proteger as fachadas da chuva e do gelo durante pelo menos 48 horas. Para evitar o sobreaquecimento das paredes e garantir a durabilidade do sistema, deve-se optar por cores com um índice de reflexão Y superior a 25, sendo recomendável Y superior a 30 em áreas com forte exposição solar ou com espessura da placa isolante superior a 10cm. A Fassa Bortolo disponibiliza assistência técnica gratuita para aconselhamento e resolução de problemas.