Canais iónicos mecano-sensíveis e stresse oxidativo no traumatismo crânio-encefálico

TCE: Canais Iônicos e Estresse Oxidativo

Informações do documento

Autor

José Alejandro Ribeiro dos Santos

instructor Professor Doutor Nuno Pedro Garcia Fernandes Bento Borges (Professor Associado da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto)
Escola

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

Curso Nutrição
Tipo de documento Dissertação de Doutoramento
Local Porto
Idioma Portuguese
Formato | PDF
Tamanho 5.15 MB

Resumo

I.Métodos Modelo Experimental de Lesão Cerebral Difusa em Ratos

Este estudo utilizou um modelo experimental de traumatismo cranioencefálico (TCE) fechado em ratos Wistar-Hannover (Harlan Ibérica, Barcelona), com peso entre 340-400g, baseado no modelo de Marmarou et al. O TCE foi induzido por impacto controlado, mimetizando a lesão axonal difusa (LAD). Os animais foram mantidos em condições controladas de temperatura (21°C) e fotoperíodo (12 horas luz/12 horas escuro), com acesso livre à água e ração Teklad Global 16%.

1. Animais e Condições Experimentais

O estudo utilizou ratos machos da estirpe Wistar-Hannover, obtidos da Harlan Ibérica (Barcelona, Espanha), com peso entre 340 e 400g. Os animais foram alojados em ambiente com temperatura controlada a 21°C e ciclo de luz/escuro de 12 horas, com acesso ad libitum a água e ração Teklad Global 16%. Estas condições padronizadas são essenciais para garantir a reprodutibilidade dos resultados e minimizar a variabilidade entre os animais, assegurando que as diferenças observadas sejam atribuíveis à indução do traumatismo cranioencefálico e não a fatores ambientais. A escolha da linhagem Wistar-Hannover é baseada em sua ampla utilização em estudos pré-clínicos, facilitando a comparação com outros trabalhos. O controle rigoroso de peso também minimiza a variabilidade fisiológica que poderia influenciar os resultados do experimento. O acesso livre a água e comida garante o bem-estar animal e condições fisiológicas estáveis durante todo o estudo. A utilização de ração padronizada garante a consistência nutricional entre os animais, evitando variações que poderiam afetar a resposta ao trauma.

2. Indução do Traumatismo Cranioencefálico TCE

O modelo experimental de traumatismo cranioencefálico (TCE) utilizado foi baseado no método de Marmarou e colaboradores, um modelo de TCE fechado que protege o crânio de fraturas. Após a anestesia, realizou-se uma incisão na linha média do crânio, expondo o vértice após a remoção do periósteo. Um disco metálico foi fixado entre as suturas coronal e lambdóide do crânio. O animal, em pronação, foi colocado sobre uma esponja de constante elástica conhecida dentro de uma caixa de acrílico. Um tubo de plexiglass foi posicionado sobre o capacete, e a lesão foi induzida pela queda de um peso de 2 metros de altura. A caixa foi removida imediatamente após o impacto para evitar um segundo trauma. A respiração dos animais foi espontânea, sem intubação traqueal. A escolha do modelo de Marmarou permite a indução de lesão axonal difusa, similar à observada em humanos, sem a presença de lesões focais. A metodologia rigorosa, com o controle da altura da queda do peso e a remoção imediata da caixa após o impacto, visa minimizar a variabilidade da lesão e garantir a reprodutibilidade do modelo, crucial para a validade dos resultados experimentais. O critério dos autores do modelo foi a gravidade do traumatismo, resultando em mortalidade de aproximadamente 50%.

II.Métodos Avaliação da Lesão Axonal Difusa LAD

A avaliação da LAD incluiu várias técnicas: coloração do tecido cerebral com cloreto de 2,3,5-trifeniltetrazólio (TTC) para analisar o metabolismo mitocondrial; estudo ultraestrutural de zonas com predomínio de feixes axonais (cíngulo) para observar a acumulação de organelos e edema mitocondrial; determinação da atividade de enzimas antioxidantes (catalase e superóxido dismutase - SOD) no sistema nervoso central e periferia, e avaliação da peroxidação lipídica (níveis de malonildialdeído - MDA) através do método dos TBARS; e testes comportamentais (rotarod) para avaliar o défice neurológico.

1. Avaliação do Metabolismo Mitocondrial via Coloração com TTC

Uma das principais metodologias empregadas para avaliar a lesão axonal difusa (LAD) neste estudo foi a coloração do tecido cerebral com cloreto de 2,3,5-trifeniltetrazólio (TTC). Esta técnica permite avaliar alterações no metabolismo mitocondrial, uma vez que a coloração com TTC depende da atividade da desidrogenase do succinato mitocondrial, que reduz o TTC a formazano, um composto vermelho. Áreas com metabolismo comprometido permanecem descoradas (brancas). A análise das imagens digitais permitiu quantificar a percentagem de tecido não corado, fornecendo uma medida indireta da extensão do dano mitocondrial associado à LAD. A escolha do TTC se deve a sua capacidade de fornecer uma avaliação rápida e objetiva do metabolismo, sendo uma alternativa a técnicas histológicas mais morosas. A escolha de 24 horas após o traumatismo para a análise reflete o momento em que a lesão axonal atinge sua máxima expressão, segundo estudos prévios, permitindo uma avaliação mais precisa do impacto do TCE e dos tratamentos administrados. Este método, embora indireto, oferece uma visão geral da integridade metabólica do tecido cerebral após o trauma, sendo um parâmetro crucial na avaliação da LAD.

2. Análise Ultraestrutural de Feixes Axonais

Para complementar a análise metabólica, foi realizado um estudo ultraestrutural em zonas ricas em feixes axonais, especificamente o cíngulo. Este exame microscópico permitiu a observação direta de alterações ultraestruturais associadas à LAD, tais como a acumulação de organelos (como peroxissomas e mitocôndrias) e o edema mitocondrial. Essas alterações ultraestruturais são indicadores de disfunção axonal e são frequentemente observadas em casos de LAD. A análise microscópica detalhada fornece informações sobre as alterações morfológicas das estruturas celulares, complementando os dados obtidos através da coloração com TTC. A escolha do cíngulo como região de interesse se justifica pela sua alta densidade de feixes axonais, tornando-o uma região particularmente suscetível a danos na LAD. A observação dessas alterações ultraestruturais permitiu uma avaliação mais completa da gravidade da LAD e a eficácia dos tratamentos testados, oferecendo uma visão microscópica da resposta tecidual ao trauma.

3. Avaliação da Atividade de Enzimas Antioxidantes e Peroxidação Lipídica

A avaliação da resposta ao estresse oxidativo foi realizada através da medição da atividade de enzimas antioxidantes, como a catalase e a superóxido dismutase (SOD), tanto no sistema nervoso central quanto no sistema sistêmico (fígado e sangue). A peroxidação lipídica, um processo associado ao dano oxidativo, foi determinada através da quantificação de malonildialdeído (MDA), usando o método das substâncias reativas com ácido tiobarbitúrico (TBARS). A escolha da catalase e SOD se justifica pelo seu papel fundamental na proteção celular contra os danos causados por espécies reativas de oxigênio (EROs), geradas em abundância após o TCE. A avaliação da peroxidação lipídica, através da medição de MDA, fornece uma medida indireta do dano oxidativo sofrido pelas membranas celulares. A análise da atividade destas enzimas em diferentes tecidos (cérebro, fígado e sangue) permite uma avaliação mais completa da resposta sistêmica ao trauma. A combinação dessas análises fornece um quadro abrangente da resposta antioxidante do organismo ao trauma e do potencial efeito protetor dos fármacos.

4. Teste Comportamental para Avaliação do Défice Neurológico Rotarod

Para avaliar os défices neurológicos resultantes do TCE, foi utilizado o teste do rotarod. Este teste avalia o desempenho motor dos animais, medindo a capacidade de permanecer em equilíbrio numa plataforma rotativa. A perda de equilíbrio e a queda precoce são indicadores de disfunção motora, relacionada com a lesão do sistema nervoso. A escolha do teste do rotarod é justificada por sua sensibilidade e eficiência na avaliação de défices motores em modelos de TCE. A análise do desempenho dos animais no rotarod permite correlacionar os défices motores observados com a gravidade da lesão cerebral induzida e avaliar o possível efeito protetor dos tratamentos administrados. A capacidade de realizar este teste é limitada pela forma de administração do gadolínio, não sendo possível sua avaliação neste grupo experimental, o que limitou a possibilidade de avaliar a influência deste composto na recuperação motora.

III.Resultados Efeitos do Gadolínio e Amilorida na Lesão Axonal Difusa LAD

A administração de gadolínio (GAD) e amilorida (AMI) 30 minutos após o TCE demonstrou efeitos neuroprotetores. Observou-se reversão dos efeitos do TCE em diversos parâmetros: diminuição da área de tecido não corado pelo TTC, preservação do diâmetro mitocondrial, redução da acumulação de peroxissomas, diminuição da peroxidação lipídica, e manutenção da atividade das enzimas antioxidantes e da função motora (em particular com AMI no teste do rotarod). A administração de GAD em animais controlo também resultou em redução da peroxidação lipídica.

1. Efeitos na Coloração com TTC Metabolismo Mitocondrial

A análise da coloração com TTC, 24 horas após o traumatismo cranioencefálico (TCE), revelou uma diminuição significativa da área de tecido não corado (área branca) no grupo TCE (12,71% ± 1,45) comparado ao grupo controle (23,94% ± 2,26; p <0,05, Newman-Keuls). Este achado indica comprometimento do metabolismo mitocondrial após o TCE. No entanto, a administração de gadolínio (GAD) ou amilorida (AMI) 30 minutos após o trauma reverteu significativamente este efeito (TCEGAD: 21,47% ± 1,02; TCEAMI: 21,92% ± 2,51), indicando um efeito protetor desses fármacos sobre o metabolismo mitocondrial. A administração dos fármacos em animais controle não traumatizados não alterou significativamente a coloração (CONTGAD: 24,1% ± 1,98; CONTAMI: dados não apresentados), sugerindo que o efeito observado nos grupos com TCE se deve à ação dos fármacos sobre o dano induzido pelo trauma e não a um efeito direto independente do TCE. A reversão da diminuição da área de tecido corado pelo TTC após a administração de GAD e AMI sugere uma preservação ou recuperação da atividade metabólica mitocondrial, indicando um potencial efeito neuroprotetor desses compostos.

2. Efeitos na Peroxidação Lipídica

A avaliação da peroxidação lipídica, medida pela quantidade de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) 24 horas após o TCE, mostrou um aumento significativo no grupo TCE (26,81 nmol/g cérebro ± 2,19) em comparação com o grupo controle (18,25 nmol/g cérebro ± 1,25; p <0,05, Newman-Keuls). Este achado é consistente com a formação de espécies reativas de oxigênio após o trauma. O tratamento com GAD (13,41 nmol/g cérebro ± 1,80) ou AMI (17,48 nmol/g cérebro ± 1,77) reverteu esse aumento, demonstrando um efeito protetor contra o dano oxidativo. Interessantemente, a administração de GAD em animais controle não traumatizados levou a uma redução significativa na produção de TBARS (9,26 nmol/g cérebro ± 0,66; p <0,05, Newman-Keuls), enquanto a AMI não apresentou o mesmo efeito (17,54 nmol/g cérebro ± 1,77), indicando um possível efeito independente do TCE para o gadolínio na redução da peroxidação lipídica. Os resultados demonstram que ambos os fármacos reduzem a peroxidação lipídica induzida pelo TCE, sugerindo um mecanismo de neuroproteção.

3. Efeitos na Atividade de Enzimas Antioxidantes e Déficit Neurológico

A atividade da catalase, enzima antioxidante, apresentou aumento significativo até 6 horas pós-TCE, seguida de redução a níveis inferiores aos controles às 24 horas. Tanto GAD como AMI evitaram essa queda da atividade da catalase às 24 horas, indicando um efeito protetor. Em relação à superóxido dismutase (SOD), observou-se preservação da atividade hepática e sanguínea com a administração de GAD, enquanto o AMI manteve a atividade sanguínea. O teste do rotarod, para avaliar a função motora, mostrou que a administração de AMI impediu a perda de desempenho motora observada no grupo TCE, enquanto a administração de GAD não pôde ser avaliada neste teste devido à limitação na performance animal provocada pela sua administração. A análise conjunta desses parâmetros indica que ambos os compostos apresentam um efeito neuroprotetor, diminuindo o estresse oxidativo e mantendo, em diferentes níveis, a função motora, sendo que o amilorido demonstrou mais efeito neste caso.

IV.Discussão Mecanismos da Neuroproteção e Importância Mitocondrial

A neuroproteção observada com GAD e AMI é atribuída ao seu papel como bloqueadores de canais iónicos mecano-sensíveis, regulando o influxo de cálcio e prevenindo a cascata de eventos que levam à lesão secundária após o TCE. A disfunção mitocondrial desempenha um papel central na patogênese da LAD, afetando o metabolismo energético e desencadeando estresse oxidativo. Os resultados sugerem que a manutenção da função mitocondrial é crucial para a neuroproteção.

1. Mecanismo de Neuroproteção do Gadolínio e Amilorida

Os resultados sugerem que a neuroproteção observada com a administração de gadolínio (GAD) e amilorida (AMI) após o traumatismo cranioencefálico (TCE) está relacionada à sua ação como bloqueadores de canais iônicos mecano-sensíveis. Esses canais, quando abertos devido ao trauma, permitem um influxo excessivo de íons, como sódio e cálcio, desencadeando uma cascata de eventos que levam à lesão celular e à lesão axonal difusa (LAD). Ao bloquear esses canais, o GAD e o AMI previnem ou reduzem esse influxo iônico, minimizando os efeitos deletérios subsequentes, como a peroxidação lipídica e o edema mitocondrial. A eficácia desses fármacos em preservar a atividade das enzimas antioxidantes (catalase e superóxido dismutase) suporta essa hipótese, demonstrando a redução do estresse oxidativo. A escolha desses fármacos baseou-se em estudos prévios que demonstraram o efeito protetor de bloqueadores de canais iônicos mecano-sensíveis no desenvolvimento do edema cerebral após TCE, o que justifica a sua utilização no presente estudo.

2. Papel da Disfunção Mitocondrial na Patogênese da LAD

A discussão destaca a importância da mitocôndria na patogênese da LAD. A disfunção mitocondrial, evidenciada pela redução da coloração com TTC e alterações ultraestruturais (edema mitocondrial e acúmulo de organelas), contribui significativamente para a gravidade da lesão. O TCE causa desequilíbrio iônico intracelular, afetando a função mitocondrial e levando à redução do metabolismo energético e à produção de espécies reativas de oxigênio, resultando em estresse oxidativo. A proteção observada com GAD e AMI sobre os parâmetros mitocondriais sugere que a manutenção da função mitocondrial é crucial para atenuar os danos causados pelo TCE. A capacidade das mitocôndrias de atuarem como sumidouros de cálcio, em condições normais, e a subsequente sobrecarga de cálcio intramitocondrial que resulta em danos, inibe a síntese de ATP e liberta citocromo c, contribuindo para a lesão celular. A prevenção do edema mitocondrial por GAD e AMI, indica a proteção da função mitocondrial e destaca a importância do controle do desequilíbrio iônico intracelular na prevenção da lesão secundária.

3. Importância do Controle da Peroxidação Lipídica

O aumento da peroxidação lipídica observado no grupo TCE é consistente com a produção de espécies reativas de oxigênio após o trauma. A redução significativa da peroxidação lipídica observada nos grupos tratados com GAD e AMI reforça a ideia de que o controle desse processo é uma via importante para a neuroproteção. A capacidade de GAD em reduzir a produção de TBARS, mesmo em animais de controle sem TCE, sugere uma ação independente do trauma, possivelmente relacionada à inibição de células de Kupffer (no fígado) ou micróglia (no sistema nervoso central). A peroxidação lipídica causa danos às membranas celulares e contribui para a disfunção celular. A observação de que GAD e AMI reduzem a peroxidação lipídica, tanto no cérebro quanto no fígado, indica que o efeito protetor não se limita apenas ao tecido cerebral, mas reflete uma resposta sistêmica ao tratamento, com impacto benéfico em diferentes órgãos.

V.Conclusões Efeitos Neuroprotetores no TCE

Os resultados demonstram o potencial neuroprotetor do GAD e do AMI no contexto de TCE, provavelmente através do bloqueio de canais iónicos mecano-sensíveis, prevenindo a disfunção mitocondrial e a peroxidação lipídica associadas à lesão axonal difusa (LAD). Esses fármacos mostraram-se eficazes em reduzir os danos celulares, preservando a atividade das enzimas antioxidantes e a função motora. Mais estudos são necessários para confirmar esses achados e explorar o potencial terapêutico destes compostos no tratamento do traumatismo cranioencefálico (TCE).

1. Efeito Neuroprotetor do Gadolínio e Amilorida no TCE

Este estudo demonstra o efeito neuroprotetor do gadolínio (GAD) e amilorida (AMI) em um modelo experimental de traumatismo cranioencefálico (TCE) em ratos. A administração desses fármacos 30 minutos após a indução do TCE resultou em significativa atenuação dos danos associados à lesão axonal difusa (LAD). A melhora observada em vários parâmetros, incluindo o metabolismo mitocondrial (avaliado pela coloração com TTC), a ultraestrutura de feixes axonais (redução de acúmulo de organelas e edema mitocondrial), a peroxidação lipídica (redução dos níveis de malonildialdeído) e a atividade de enzimas antioxidantes (catalase e superóxido dismutase), demonstra a eficácia dos compostos no combate aos mecanismos de lesão secundária após TCE. A preservação da função motora, observada particularmente com amilorida no teste do rotarod, reforça as evidências de neuroproteção.

2. Mecanismos de Ação e Implicações para Tratamento do TCE

A neuroproteção conferida por GAD e AMI provavelmente se deve à sua capacidade de bloquear canais iônicos mecano-sensíveis, regulando o influxo de cálcio e prevenindo o desequilíbrio iônico intracelular que desencadeia a cascata de eventos lesivos após o TCE. A preservação da atividade da catalase, uma enzima antioxidante crucial, indica a eficácia desses fármacos em atenuar o estresse oxidativo, característica marcante da lesão secundária. A manutenção da atividade mitocondrial sugere uma ação direta na proteção contra a disfunção dessas organelas fundamentais para o metabolismo energético celular. Esses resultados apontam para um potencial terapêutico de GAD e AMI no tratamento do TCE, reduzindo a gravidade da lesão e melhorando os resultados neurológicos. Entretanto, estudos adicionais são necessários para confirmar esses resultados e investigar a eficácia clínica desses compostos.

3. Limitações do Estudo e Direções Futuras

Embora os resultados sejam promissores, é importante considerar algumas limitações do estudo, como a ausência de avaliação da função motora no grupo tratado com GAD, devido à interferência do fármaco no teste do rotarod. A utilização de um modelo animal, embora fundamental para a pesquisa pré-clínica, não reproduz completamente a heterogeneidade da patologia em humanos. Portanto, estudos futuros devem focar na otimização dos protocolos de administração, na investigação de possíveis efeitos adversos e em ensaios clínicos para confirmar a eficácia e segurança de GAD e AMI em pacientes com TCE. A exploração de outros parâmetros, assim como a análise de diferentes tempos após a lesão, podem fornecer uma compreensão mais profunda dos mecanismos de ação e da janela terapêutica desses fármacos. A investigação continua crucial para o desenvolvimento de terapias eficazes para tratar o TCE, com potencial de melhora na recuperação neurológica dos pacientes.