CONIC-SEMESP

Gestão de Projetos na Arcor

Informações do documento

Autor

Diego Sousa Dos Santos

instructor Marcia Michelotti Sampaio
Escola

Universidade Do Grande ABC

Curso Administração De Empresas
Local Campinas
Tipo de documento Projeto De Pesquisa (Em Andamento)
Idioma Portuguese
Formato | PDF
Tamanho 810.89 KB

Resumo

I.Problema e Justificativa Otimizando a Distribuição da Arcor do Brasil

Este estudo investiga a importância de um novo centro de distribuição (CD) para a Arcor do Brasil, principal exportadora de guloseimas do país, produzindo 170 mil toneladas/ano. Apesar de sua liderança em chicletes infantis, terceiro lugar em chocolates e forte presença no mercado de biscoitos, a Arcor enfrenta desafios como processos internos burocráticos, distância entre o CD de Campinas e clientes, e baixo nível de serviço. Um novo CD é crucial para melhorar a logística empresarial e a cadeia de suprimentos, aumentando a competitividade da Arcor no mercado brasileiro.

1. A Arcor no Mercado Brasileiro Liderança e Desafios

A justificativa para o estudo centra-se na Arcor, destacada como a principal exportadora de guloseimas do Brasil, com produção anual de 170 mil toneladas. A empresa detém posição de liderança no segmento de chicletes infantis, ocupa o terceiro lugar na produção de chocolates e figura entre os principais players do mercado de biscoitos. Apesar desse sucesso, a Arcor enfrenta deficiências que impactam sua eficiência e competitividade. O documento aponta a existência de processos internos burocráticos, a distância física considerável entre seu centro de distribuição (CD) em Campinas e muitos de seus clientes, resultando em um baixo nível de serviço no atendimento a esses clientes. Essa análise inicial estabelece a necessidade de aprimoramento na logística e distribuição dos produtos, para melhor atender a demanda do mercado e garantir a manutenção da sua posição de destaque.

2. A Necessidade de um Novo Centro de Distribuição CD

O problema central do estudo reside na avaliação da importância de um novo CD para a otimização da distribuição da Arcor nas redes varejistas. Atualmente, a distância entre o CD em Campinas e os clientes, somada a ineficiências nos processos internos, compromete a eficiência da entrega dos produtos. A implementação de um novo CD visa reduzir essa distância física, agilizando o processo de distribuição e melhorando o tempo de resposta às demandas dos clientes. A expectativa é que, com um novo CD estrategicamente localizado, a Arcor consiga melhorar significativamente seu nível de serviço, reduzir custos operacionais relacionados ao transporte e armazenamento, e, consequentemente, aumentar sua competitividade no mercado, se posicionando ainda melhor diante de seus concorrentes.

3. Competitividade e a Busca por Eficiência

O texto contextualiza a Arcor em um ambiente de mercado altamente competitivo e dinâmico. A busca por vantagens competitivas exige um gerenciamento estratégico de recursos e o desenvolvimento de conhecimentos humanos. A empresa precisa se adaptar às constantes mudanças e inovações tecnológicas que surgem diariamente. Para isso, investir na capacitação de seus profissionais é essencial para enfrentar ameaças e aproveitar as oportunidades do mercado. A implementação de um novo CD está diretamente ligada a essa necessidade de modernização e otimização de processos, pois representa um investimento estratégico na busca pela melhoria contínua da distribuição e consequente aumento da competitividade da Arcor.

II.Metodologia Pesquisa para Melhoria da Logística Arcor

A pesquisa utiliza o método dedutivo e técnicas de observação direta (intensiva e extensiva), análise de conteúdo e pesquisa de mercado. O objetivo é fornecer dados para decisões estratégicas, minimizando erros na gestão da qualidade da distribuição.

1. Abordagem Metodológica Dedução e Observação

A metodologia empregada na pesquisa para a melhoria da logística da Arcor baseia-se no método dedutivo, combinando-o com técnicas de pesquisa qualitativa e quantitativa. A pesquisa de campo utiliza a observação direta, tanto intensiva quanto extensiva. A observação direta intensiva recorre à utilização dos sentidos para captar aspectos da realidade, enquanto a observação direta extensiva utiliza a técnica de análise de conteúdo. Essa análise permite a descrição sistemática, objetiva e quantitativa do conteúdo da comunicação, fornecendo informações relevantes para a tomada de decisões estratégicas. A pesquisa de mercado, parte integrante da metodologia, oferece informações organizadas e sistemáticas sobre o mercado, contribuindo para um processo decisório mais preciso e eficiente, minimizando a margem de erro na avaliação da necessidade de um novo centro de distribuição e de suas consequências sobre a logística da empresa.

2. Técnicas de Pesquisa de Mercado e Análise de Conteúdo

A pesquisa de mercado é fundamental para a metodologia, oferecendo dados organizados e sistemáticos sobre o mercado consumidor. Esta abordagem contribui diretamente para o processo decisório dentro da empresa, ajudando a minimizar possíveis erros em decisões estratégicas, como a implementação de um novo centro de distribuição. A análise de conteúdo, por sua vez, permite uma descrição sistemática, objetiva e quantitativa do conteúdo da comunicação relacionada ao tema. Essa análise fornece uma base sólida de informações para compreender o contexto da distribuição dos produtos Arcor e identificar as áreas que necessitam de maior atenção, permitindo assim uma avaliação mais completa do impacto de um novo centro de distribuição.

III.Estratégias de Melhoria Reengenharia Engenharia Simultânea e Boas Práticas

A Arcor busca a otimização de seus processos por meio da reengenharia, visando eliminar ineficiências, e da engenharia simultânea, utilizando a gestão de projetos para o lançamento de produtos e serviços. O estudo também aborda a adoção de boas práticas, como o programa 5S, e o aprendizado com a concorrência.

1. Reengenharia Otimizando a Eficiência Operacional

O documento destaca a reengenharia como uma estratégia para a eliminação de ineficiências na organização. A proposta é transformar a empresa em uma estrutura enxuta e objetiva, onde os colaboradores realizam mais tarefas em menos tempo, com uma redução no número de funcionários. Esse processo exige capacitação e treinamento, e a gestão de projetos se apresenta como uma ferramenta crucial para concretizar a mudança. A reengenharia, portanto, busca a otimização de recursos e a melhoria da produtividade, impactando diretamente a eficiência da distribuição e tornando a empresa mais competitiva. A implementação de um novo centro de distribuição pode ser vista como um componente dessa estratégia de reengenharia, buscando otimizar os fluxos de distribuição e armazenamento.

2. Engenharia Simultânea Melhoria no Lançamento de Produtos e Serviços

A engenharia simultânea é apresentada como uma estratégia para obter melhores técnicas de programação no lançamento de novos produtos e serviços. A gestão de projetos é fundamental nesse processo, permitindo um planejamento mais eficiente e a coordenação de diferentes etapas do desenvolvimento, resultando num lançamento mais rápido e eficaz. Essa abordagem enfatiza a integração e a colaboração entre diferentes áreas da empresa, maximizando a utilização de recursos e minimizando possíveis atrasos ou problemas. A aplicação da engenharia simultânea pode ser particularmente importante no planejamento e implementação de um novo centro de distribuição, garantindo uma transição mais suave e uma integração eficiente com os sistemas já existentes.

3. Boas Práticas e Aprendizado com a Concorrência 5S e Benchmarking

O texto menciona a importância da adoção de boas práticas gerenciais para o sucesso da empresa. Um exemplo citado é o programa 5S, conhecido por melhorar a produtividade através da integração de pensar, agir e sentir. Além disso, o documento sugere a análise de técnicas, gestões e procedimentos utilizados pela concorrência, adaptando-as à realidade da Arcor. Essa estratégia de benchmarking permite o aprendizado com empresas de sucesso no mercado, identificando melhores práticas e otimizando os próprios processos. No contexto da implementação de um novo centro de distribuição, a adoção de boas práticas e o aprendizado com a concorrência são essenciais para garantir a eficiência e a otimização dos recursos, aprendendo com os sucessos e fracassos de outras empresas no mesmo ramo.

IV.A Empresa Arcor História Responsabilidade Social e Sustentabilidade

Fundada em 1951, a Arcor se tornou um grupo multinacional líder. Seu compromisso com a responsabilidade social empresarial (RSE) é demonstrado através da Fundação Arcor e de iniciativas em sustentabilidade, incluindo auto-abastecimento de matérias-primas (leite, açúcar, álcool etílico), alianças estratégicas (Coca-Cola) e um sistema integrado de gestão de RSE. A empresa investe em coaching e treinamento para seus colaboradores, buscando alinhar projetos com as dimensões social, econômica e ambiental.

1. Histórico da Arcor De Padaria a Multinacional

A Arcor, fundada em 1951, evoluiu de um pequeno grupo de pioneiros a uma multinacional líder no mercado de guloseimas. Sua trajetória começou em 1924, com Amos Pagani, um imigrante italiano que abriu uma padaria em Arroyito, Argentina. A empresa se expandiu significativamente na América do Sul, com a construção de plantas industriais, como a de balas no Peru em 1995. A aquisição da LIA, uma empresa argentina de biscoitos em 1997, marcou um marco importante. Em Arroyito, também foi inaugurado o Museu Arcor, para celebrar a história da companhia. Essa expansão demonstra a capacidade da Arcor de crescimento e adaptação ao mercado, impulsionando sua presença global e diversificação de produtos.

2. Responsabilidade Social Empresarial RSE e Sustentabilidade na Arcor

A Arcor demonstra um forte compromisso com a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e a sustentabilidade. A empresa estabeleceu um Grupo de Trabalho sobre RSE (GT/RSE), composto por 11 colaboradores de diversas áreas, utilizando os Indicadores Ethos para elaborar um diagnóstico. A parceria com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) foi crucial na implementação de um sistema integrado de gestão de RSE, alinhando as estratégias da empresa com as expectativas de seus stakeholders. Em 2006, foram lançados os códigos de Ética e de Conduta, e criada uma Gerência de Responsabilidade Social da Arcor (GRSA). A empresa busca integrar a RSE a todos os níveis de negócios e públicos, promovendo uma mudança cultural interna e explorando novas oportunidades de negócio, como um programa de estilos de vida saudável, mostrando o impacto positivo da RSE na estratégia de negócios.

3. Auto Abastecimento e Parcerias Estratégicas Garantindo Qualidade e Inovação

A Arcor implementa uma estratégia de auto-abastecimento de matérias-primas, garantindo a qualidade de seus produtos. O Grupo é líder argentino na produção de álcool etílico de cereais, um dos principais produtores argentinos de leite (com 7 propriedades e 2.900 vacas, produzindo 90 mil litros diários), e produz mais de 135 mil toneladas de açúcar/ano. Alianças estratégicas, como a parceria com a Coca-Cola, resultam em produtos inovadores, como o sorvete Fanta. Essa verticalização e integração na cadeia produtiva fortalecem a empresa, permitindo controle de qualidade e custos, e impulsionam a inovação, garantindo sua competitividade no mercado. O autoabastecimento demonstra um compromisso com a sustentabilidade, reduzindo a dependência de terceiros e assegurando o fornecimento contínuo de matérias-primas de alta qualidade.

V.Canais de Distribuição Estratégias e Desafios

O estudo analisa os canais de distribuição da Arcor, incluindo direta e indireta, e as diferentes estratégias (exclusiva, seletiva e intensiva). A localização estratégica de CDs é crucial para eficiência. O texto destaca a importância da armazenagem, dos equipamentos e do transporte, apontando problemas como a falta de infraestrutura e o alto custo do transporte no Brasil, e discute o uso de tecnologia, como o sistema Omni Sat, para otimizar o monitoramento de frotas.

1. Tipos de Canais de Distribuição Direto Indireto e Paralelo

O texto aborda diferentes tipos de canais de distribuição, classificando-os como diretos (mais curtos, do produtor ao consumidor) e indiretos (maiores, com intermediários). A escolha entre distribuição direta, indireta ou mista depende do produto e do tempo necessário para atingir o consumidor final. A existência de canais paralelos, menores e diretos, que complementam o canal principal, também é discutida. A decisão entre multimarketing (vender a mesma linha para canais paralelos ou duas marcas para canais diferentes) e distribuição dualista precisa ser analisada cuidadosamente pela empresa, considerando as características do produto e do mercado-alvo. A capacidade de distribuição é geralmente maior em canais maiores, embora essa afirmação possa ser alterada por outros fatores, como a perecibilidade do produto, onde canais mais curtos são preferíveis.

2. Sistemas de Distribuição Individualista Vertical e Horizontal

O documento descreve os sistemas de distribuição, destacando o sistema individualista, predominante no Brasil, onde a integração entre os componentes (produtor, atacado e varejo) se tornou mais simples e de menor custo. Em contraponto, o sistema individualista, com integração vertical (produtor-atacado-varejo) ou horizontal (atacado-atacado e/ou varejo), é caracterizado pela independência das ações comerciais individuais, levando a disfunções e comprometendo os resultados. A empresa precisa escolher entre políticas de distribuição direta, indireta ou mista, avaliando os custos e benefícios de cada opção. A integração vertical, muito comum em empresas de grande varejo, é mencionada como um exemplo de estratégia para controlar melhor a cadeia de distribuição e garantir maior eficiência.

3. Logística de Transporte e Armazenagem Desafios e Soluções

O texto analisa o modelo logístico de transporte, considerando-o ultrapassado em muitos aspectos, devido aos altos custos em transportes e armazenagem. A melhoria nesses aspectos não resolve os problemas de uma infraestrutura industrial defeituosa. A construção de grandes instalações de produção em locais distantes de fornecedores e mercados é apontada como uma ineficiência. A importância dos estoques no atendimento ao cliente é ressaltada, mostrando como o tempo de reposição de estoques pode afetar a satisfação do cliente. Soluções como o uso de tecnologias de informação para o controle de frotas, opções de transporte (terceiros ou próprio), e centros de distribuição para terceiros são apresentadas como alternativas para reduzir custos e melhorar a eficiência da distribuição.

4. Tecnologia na Distribuição e Otimização de Rotas

O uso de tecnologia na logística, como sistemas de informação para controlar a localização de caminhões via comunicação computadorizada, é destacado como uma prática de empresas transportadoras de ponta. O texto menciona as vantagens e desvantagens do transporte por terceiros versus transporte próprio da empresa, enfatizando o equilíbrio entre custos e desempenho. Problemas como veículos retornando vazios e a necessidade de transportes bidirecionais são discutidos, assim como a importância de estudos de tempo e movimentos para otimizar o uso de equipamentos e mão de obra. A implementação de tecnologias como o sistema Omni Sat para rastreamento e otimização de rotas é mencionada como uma solução para alguns dos problemas de transporte.

VI.Localização de Centros de Distribuição CD e Uso de Tecnologia

A localização estratégica de fábricas e CDs é analisada, considerando a proximidade com fornecedores e mercados consumidores. O texto menciona o uso do Geographic Information System (GIS) como ferramenta para otimizar a localização de CDs, auxiliando na tomada de decisão estratégica. A Arcor busca a melhoria contínua, analisando a necessidade de um novo CD no Rio de Janeiro, buscando reduzir custos e melhorar o tempo de entrega.

VII.Código de Ética e Conduta da Arcor

O documento apresenta o código de ética e conduta da Arcor, enfatizando a importância da transparência e do cumprimento de normas para evitar conflitos de interesses. As regras sobre presentes e entretenimento são detalhadas, com procedimentos para lidar com situações complexas.

1. Prevenção de Conflito de Interesses

O Código de Ética e Conduta da Arcor estabelece normas claras para prevenir conflitos de interesse. Nenhum colaborador pode representar o Grupo Arcor em relações comerciais onde tenha interesse pessoal, direto ou indireto. Qualquer situação que possa criar um potencial conflito de interesse, incluindo aquelas envolvendo familiares diretos, deve ser comunicada ao gestor imediato ou ao Comitê de Ética e Conduta. A transparência e a comunicação aberta são essenciais para garantir a integridade das relações comerciais e a proteção dos interesses da empresa. O objetivo é garantir que as decisões sejam tomadas com base na ética e na imparcialidade, evitando qualquer favorecimento ou vantagem pessoal.

2. Regras sobre Presentes e Entretenimento

O código aborda a questão de presentes e entretenimentos, definindo que sua aceitação é permitida desde que não afete o interesse da empresa ou suas relações comerciais. A definição de presente ou entretenimento é ampla, incluindo descontos, empréstimos, dinheiro, condições favoráveis em produtos ou serviços, entre outros benefícios. No caso de impossibilidade de devolução de um presente ou entretenimento recebido, o colaborador deverá notificar seu superior direto ou o Comitê de Ética e Conduta. Para qualquer situação não contemplada nas categorias definidas, o colaborador deve informar seu gestor imediato, que encaminhará a consulta ao Comitê de Ética e Conduta para uma decisão final. A clareza e a abrangência das regras buscam garantir a conduta ética em todas as interações comerciais.

3. Responsabilidade Individual e Limitações do Código

Embora o Código de Ética e de Conduta e o procedimento para conflitos de interesse contenham uma ampla variedade de situações descritas para orientar os colaboradores, nenhum documento pode contemplar todas as situações que os indivíduos possam enfrentar. Assim, a responsabilidade e a obrigação de cada colaborador em exercer um bom critério de comportamento permanece fundamental. O código serve como guia, mas a tomada de decisão ética individual, baseada no bom senso e no respeito aos princípios da empresa, é inegociável. A aplicação das regras e a interpretação de situações específicas são responsabilidade dos gestores e do Comitê de Ética e Conduta.

Referência do documento