
Materiais Pedagógicos: Integração Curricular
Informações do documento
Autor | Marylene Mendonça Medeiros Cabral |
instructor | Professora Doutora Raquel José de Jesus Vigário Dinis |
Escola | Universidade dos Açores, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas |
Curso | Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico |
Tipo de documento | Relatório de Estágio |
Idioma | Portuguese |
Formato | |
Tamanho | 3.01 MB |
Resumo
I.O Potencial dos Materiais Pedagógicos para Aprendizagens Integradoras
Este estudo analisa o elevado potencial de materiais pedagógicos adequados na promoção de aprendizagens integradoras e significativas em crianças e alunos. A pesquisa demonstra que o uso de recursos didáticos com características lúdicas e manipulativas, geridos com rigor científico-pedagógico, motiva os aprendentes, cativando sua atenção e interesse. A pesquisa investigou a integração curricular, explorando a pluridisciplinaridade e interdisciplinaridade na prática educativa. O objetivo é valorizar os materiais pedagógicos como ferramenta para experiências de aprendizagem mais inclusivas e eficazes.
1. Potencial dos Materiais Pedagógicos para Aprendizagens Integradoras
A análise inicial do trabalho demonstra o significativo potencial de materiais pedagógicos adequados na promoção da articulação entre áreas de conhecimento, tanto em níveis pluridisciplinares quanto interdisciplinares. Essa articulação contribui diretamente para a aprendizagem significativa das crianças e dos alunos. A pesquisa destaca a importância das características lúdicas e manipulativas dos materiais, bem como das dinâmicas inerentes à sua exploração em sala de aula, fatores que se mostraram altamente motivadores, cativando o interesse e a atenção dos aprendizes. Materiais pedagógicos construídos e gerenciados com intencionalidade e rigor científico-pedagógico são apresentados como uma mais-valia no processo educacional, devendo ser valorizados como forma de promover experiências de aprendizagem integradoras e inclusivas. A reflexão sobre as potencialidades desses materiais para a promoção de aprendizagens integradoras e significativas é um ponto central do estudo. O relatório, estruturado em dois capítulos, analisa os fundamentos científico-pedagógicos da construção e gestão de materiais pedagógicos e sua integração curricular, aprofundando a dimensão da integração das áreas e domínios do conhecimento. A eficácia dos materiais na promoção de aprendizagens significativas é destacada como um ponto crucial para a pesquisa.
2. Materiais Pedagógicos como Mediadores entre Intenções Educativas e Objetivos
O estudo enfatiza o papel dos materiais pedagógicos como mediadores eficazes entre as intenções educativas e os objetivos propostos. Quando devidamente pensados, construídos e explorados, os materiais pedagógicos se configuram como um elemento fundamental para a concretização do currículo. Autores como Zabalza (1994, 1998) e Martínez-Figueira, Raposo Rivas & Añel-Cabanelas (2012) são referenciados para reforçar essa ideia. Além disso, a pesquisa reconhece o caráter motivador dos materiais, sua capacidade de despertar o interesse e captar a atenção das crianças e dos alunos. Autores como Nérici, Correia (1995), Zabala (1998), Graells (2000) e Borrás (2001) são citados para apoiar essa afirmação. A pesquisa busca conciliar o rigor e a fundamentação teórica com o prazer e a espontaneidade da prática, considerando que o aprendizado eficaz se dá quando essas duas dimensões se complementam. A busca pela construção de materiais pedagógicos eficazes, que auxiliem professores a responder aos problemas concretos das diferentes fases do processo de ensino-aprendizagem (planejamento, execução e avaliação), é um dos focos do estudo, respaldado por Zabalza (1998).
3. Conceitos chave de Recursos Didáticos e Integração Curricular
A pesquisa aborda diferentes perspectivas sobre recursos didáticos, citando autores como Botas (2013), Souza (2007), Guislain (1994) e Zabalza (1998). Souza (2007) define recursos didáticos como todo material usado como auxílio no processo de ensino-aprendizagem, enquanto Guislain (1994) os descreve como meios utilizados ou propostos pelo docente para atingir objetivos específicos. Zabalza (1998) destaca a importância dos materiais didáticos para ajudar professores a resolver problemas concretos em diferentes etapas do processo de ensino-aprendizagem. O documento cita Beane (2002) para enfatizar a importância da integração curricular, onde alunos participam ativamente da “planificação das suas próprias experiências”. A integração de conteúdos curriculares é vista como facilitadora de aprendizagens significativas, integrando-se melhor nos esquemas de significação dos alunos quando relacionados com sua realidade. Um currículo centrado em problemas e questões com significado pessoal e social é proposto por Beane (2002) como elemento fundamental para a participação e empenho dos alunos. Alonso (2002) é mencionado para reforçar a ideia de uma integração curricular que combine rigor teórico com o prazer da prática.
II.O Papel do Professor na Implementação de Aprendizagens Integradoras
O estudo destaca o papel crucial do professor na implementação de aprendizagens integradoras. A pesquisa analisa as exigências da profissão docente na atualidade, enfatizando a necessidade de professores como promotores de aprendizagens significativas, utilizando saberes próprios e transversais de forma integrada. O documento menciona a importância de estratégias pedagógicas diferenciadas que considerem os contextos pessoais e culturais dos alunos, além da avaliação contínua da qualidade do ensino e da aprendizagem. O estágio pedagógico é apontado como crucial na formação de professores capacitados para esse trabalho.
1. A Complexidade da Profissão Docente na Atualidade
O documento inicia a discussão sobre o papel do professor na implementação de aprendizagens integradoras, contextualizando a complexidade da profissão docente na atualidade. Formosinho (2008) é citado para destacar que ser professor hoje implica lidar com problemas desconhecidos antes da emergência da escola de massas. A função docente, ao longo do tempo, acumulou diversas responsabilidades em relação aos alunos (avaliação contínua e progressão) e ao currículo (manejo de metodologias diversificadas, elaboração de provas de avaliação, individualização do ensino, atividades complementares, etc.). O texto também destaca as exigências deontológicas associadas à profissão, conforme o Decreto-Lei nº 240/2001. A dimensão de desenvolvimento do ensino e da aprendizagem exige um ensino de qualidade, com rigor científico e metodológico. O educador/professor deve assumir-se como promotor de aprendizagens significativas, utilizando de forma integrada saberes da sua especialidade e saberes transversais e multidisciplinares (Anexo ao Decreto-Lei 240/2001). Priorizam-se estratégias pedagógicas diferenciadas, mobilizando valores, saberes e experiências dos alunos, atendendo às necessidades individuais e promovendo a participação ativa na aprendizagem. A regulação da ação docente através da avaliação, visando a qualidade do ensino, da aprendizagem e da própria formação docente, é fundamental. A profissão docente exige adaptações superiores às da maioria das profissões (Cunha, 2008), requerendo atenção às especificidades do meio, escola e alunos numa sociedade diversificada e complexa, onde a preocupação em responder ao imprevisível é crucial (Tavares, 2003). A docência é concebida como uma profissão que exige atuação intencional, contextualizada, ética, reflexiva e colaborativa (Roldão, Perrenoud, 2000; Tavares, 2003; Nóvoa, 2007; Cunha, 2008; Formosinho, 2009; Roldão, 2009).
2. Perfil do Professor e Desenvolvimento Curricular Inclusivo
O documento aprofunda o perfil do professor, focando o desenvolvimento do currículo em contexto de escola inclusiva. O desenvolvimento curricular deve integrar conhecimentos científicos das áreas que o fundamentam e as competências necessárias à promoção da aprendizagem dos alunos (Anexo nº 2 ao Decreto-Lei 241/2001). É essencial considerar as particularidades do contexto educativo e os conhecimentos prévios dos alunos para organizar situações de aprendizagem que promovam a autonomia e a mobilização de saberes. A experiência com objetos, como fator responsável pela construção do conhecimento, é discutida, citando Piaget (referenciado por Kamii, 1996). A interação com objetos exteriores à criança guia a aprendizagem do concreto para o abstrato, sendo a abstração o processo de estruturação do conhecimento (Kamii, 1996). O educador/professor deve proporcionar situações educativas que permitam às crianças obter informações agindo sobre os objetos e observando suas reações (Kamii, 1996). A importância do contato com uma diversidade de objetos, materiais, situações e contextos que estimulem a cognição, pensamento e aprendizagem, facilitando a compreensão do mundo, é ressaltada. A pesquisa destaca a importância da formação contínua e reflexiva, e menciona a importância do estágio pedagógico como etapa fundamental na formação inicial de professores, o momento em que o futuro professor assume o seu papel pela primeira vez, enfrentando a realidade da sala de aula e aprendendo com a sua prática, mobilizando saberes para resolver problemas do dia a dia escolar (Gomes & Medeiros, 2005; Braga, 2001; Formosinho).
3. Formação Contínua e Prática Reflexiva do Professor
O documento enfatiza a importância da formação contínua e da prática reflexiva na profissão docente. Nóvoa (2002) considera os professores como “pedras-chave da nova sociedade do conhecimento”, destacando a necessidade do desenvolvimento de competências como saber relacionar, organizar, analisar e auto-analisar. A constante evolução e adaptação a novas situações, com atualização e desenvolvimento de competências profissionais, é fundamental (Pacheco & Flores, 1999). Uma prática reflexiva contínua de auto-informação e auto-aprendizagem é essencial (Lei nº 49/2005). O estágio pedagógico é destacado como um ponto importante na formação inicial, confrontando o futuro professor com um novo papel, mobilizando conhecimentos em contextos práticos, mas também gerando ansiedade e incerteza (Gomes & Medeiros, 2005). A observação, no contexto do estágio, é apresentada como a primeira etapa de uma formação científica mais geral e de uma intervenção pedagógica fundamentada (Estrela, 1994). A observação inicial das práticas da educadora cooperante permitiu uma passagem gradual dos contextos para a sala de aula e da observação para o desempenho (Formosinho, 2009). A capacidade de mobilização de saberes para a resolução de problemas da prática docente no cotidiano escolar é posta à prova (Formosinho).
III.Integração Curricular Através de Materiais Pedagógicos Abordagem Metodológica
A pesquisa se concentra na construção e gestão de materiais pedagógicos que promovam a integração das áreas do conhecimento. A análise abrange diferentes níveis de integração: pluridisciplinaridade (coordenação entre áreas) e interdisciplinaridade (convergência em torno de um objeto comum). O estudo destaca a importância de materiais que estimulem a participação ativa dos alunos e que sejam contextualizados, aproximando o conhecimento escolar do conhecimento cotidiano. Autores como Pombo, Zabalza e Beane são referenciados para fundamentar a metodologia de integração curricular.
1. Níveis de Integração Curricular Pluridisciplinaridade e Interdisciplinaridade
A integração curricular através de materiais pedagógicos é abordada focando diferentes níveis de integração. O estudo discute a pluridisciplinaridade, definida como uma coordenação entre áreas do saber, onde cada área mantém sua identidade, mas sua associação contribui para uma compreensão mais abrangente da realidade. A interdisciplinaridade é apresentada como um nível mais profundo de integração, envolvendo o confronto e cruzamento de metodologias e perspectivas de diferentes disciplinas para alcançar um entendimento completo do objeto de estudo. Pombo et al. (1994) e Pombo (2003, 2004) são citados como referência para esses conceitos. A interdisciplinaridade exige reorganização do processo de ensino-aprendizagem, combinando duas ou mais disciplinas em torno de um objeto comum, promovendo a cooperação entre professores e a troca de perspectivas. A transdisciplinaridade, como nível máximo de integração, é mencionada, mas os autores advertem sobre sua impraticabilidade na organização curricular atual, pois pressupõe a unificação total dos conteúdos, ultrapassando as barreiras entre disciplinas (Pombo et al., 1994; Pombo, 2004). A pesquisa se concentra na construção e gestão de materiais pedagógicos que promovem a integração das áreas do conhecimento, usando-os como mediadores entre intenções educativas e objetivos (Martínez-Figueira, Raposo Rivas & Añel-Cabanelas, 2012). A integração curricular visa quebrar o caráter estanque das disciplinas e concretizar um ensino contextualizado (Pombo, 2005).
2. A Importância da Participação Ativa dos Alunos e a Concepção de Materiais Pedagógicos
A metodologia de integração curricular proposta enfatiza a participação ativa dos alunos na “planificação das suas próprias experiências” (Beane, 2002), reconhecendo que aprendizagens significativas se constroem quando os conteúdos se aproximam da realidade dos alunos, integrando-se em seus esquemas de significação (Beane, 2002). Um currículo organizado em torno de problemas e questões com significado pessoal e social facilita a participação e o empenho dos alunos na construção do conhecimento (Beane, 2002). A integração dos alunos no processo de aprendizagem se dá por meio de atividades educativas contextualizadas, que priorizam experiências e conhecimentos prévios, buscando a articulação entre rigor teórico e prazer da prática (Alonso, 2002). A integração do meio ambiente nas aprendizagens é ressaltada, articulando o conhecimento escolar com o cotidiano (Alonso, 2002). A integração das áreas curriculares se refere à organização integrada e articulada das mesmas, mobilizando diversos conhecimentos para resolução de questões reais (Alonso, 2002). A integração dos professores e da escola destaca a importância dos professores como intelectuais críticos, capazes de elaborar propostas curriculares adequadas às necessidades dos alunos e que privilegiem o trabalho em equipa e a partilha de experiências (Alonso, 2002). O estudo valoriza a construção e gestão de materiais pedagógicos para concretizar a integração curricular, utilizando os materiais como mediadores entre as intenções educativas e os objetivos propostos (Martínez-Figueira, Raposo Rivas & Añel-Cabanelas, 2012).
3. Critérios de Qualidade e Adequação na Construção e Gestão de Materiais Pedagógicos
O sucesso da integração curricular depende da qualidade na concepção e gestão dos materiais pedagógicos. A pesquisa destaca a necessidade de materiais pedagógicos construídos e gerenciados com rigor e qualidade (Zabalza, 1994, 1998; Martínez-Figueira, Raposo-Rivas & Añel-Cabanelas, 2012; Souza, 2007; Castoldi & Polinarski, 2009), atendendo a critérios como exatidão, atualidade, finalidade, utilidade, adequação, simplicidade, aplicabilidade, interesse, compreensão e apresentação (Correia, 1995). Materiais pedagógicos que contemplem a pluridisciplinaridade e interdisciplinaridade são valorizados. O estudo considera que os materiais pedagógicos, quando adequadamente construídos e geridos, possuem elevado potencial para promover a integração e a relação entre os conhecimentos, gerando conexões entre as áreas curriculares. As características manipulativas e lúdicas dos materiais, além de positivas para a motivação, suscitam descobertas e experimentações, favorecendo o estabelecimento de relações e conexões espontâneas pelos alunos. A pesquisa corrobora as conclusões de Raposo (2013) e Pacheco (2013) sobre o potencial dos materiais pedagógicos rigorosos e adequados para desconstruir a complexidade e concretizar informações e realidades abstratas. A construção e gestão intencional e adequada de materiais pedagógicos são consideradas estratégicas para o desenvolvimento articulado das aprendizagens (SREF/DREF, 2011).
IV.Resultados e Análise de Intervenções Pedagógicas Educação Pré Escolar e 1º Ciclo
A pesquisa apresenta resultados de intervenções pedagógicas na educação pré-escolar e no 1º ciclo do ensino básico, detalhando o desenvolvimento e uso de materiais pedagógicos específicos. Para cada material, são analisados os potenciais pedagógicos, destacando-se como cada um promove a integração de áreas curriculares (por exemplo, Matemática, Língua Portuguesa, Estudo do Meio, Formação Pessoal e Social) e a aprendizagem significativa. As características lúdicas e manipulativas dos materiais são associadas ao aumento do interesse e motivação dos alunos. A análise inclui o impacto das intervenções na aprendizagem dos alunos, especialmente na articulação entre diferentes áreas do conhecimento e no desenvolvimento de competências sociais e emocionais.
1. Intervenções Pedagógicas na Educação Pré Escolar Estágio Pedagógico I
O Estágio Pedagógico I envolveu a planificação e desenvolvimento de cinco intervenções na educação pré-escolar, tendo como base as Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar (1997) e o Referencial Curricular para a Educação Básica na Região Autónoma dos Açores (2011). As atividades procuraram a construção articulada do saber, considerando a criança como sujeito ativo e parte integrante de um grupo (ME/DEB, 1997). O planejamento considerou as diferentes áreas de conteúdo e sua articulação, prevendo várias possibilidades que se modificam de acordo com as situações e propostas das crianças (Orientações Curriculares, 1997). A pesquisa destaca o uso de materiais pedagógicos como auxílio no processo de ensino-aprendizagem (Correia, 1995; Souza, 2007), enfatizando a organização do espaço e dos materiais como recursos para o desenvolvimento curricular, proporcionando experiências educativas integradas (Decreto-Lei 241/2001). O uso de materiais estimulantes e diversificados, incluindo aqueles selecionados a partir do contexto e das experiências de cada criança, foi priorizado, respeitando a individualidade e estimulando novas experiências (Decreto-Lei 241/2001; Raffa & Grillo, s.d.). A análise dos materiais inclui exemplos específicos, com descrição de suas dinâmicas e potencial pedagógico, demonstrando a integração de diferentes áreas curriculares (Formação Pessoal e Social, Matemática, Conhecimento do Mundo, Expressão Plástica, Linguagem Oral).
2. Intervenções Pedagógicas no 1º Ciclo do Ensino Básico Estágio Pedagógico II
O Estágio Pedagógico II, no 1º Ciclo do Ensino Básico, focou-se na construção e gestão de materiais pedagógicos que promovessem a integração das diversas áreas disciplinares, com base no desenvolvimento de competências da área de Formação Pessoal e Social, nomeadamente a autonomia e confiança em si. As práticas tiveram como base as características do espaço educativo, do meio em que se inseria e, principalmente, dos alunos do 4º ano. Todas as práticas foram refletidas e estruturadas em um Plano de Formação Inicial (PFI). Os materiais desenvolvidos envolveram diversas dimensões da integração curricular, focando a integração das áreas e domínios do conhecimento (Pombo et al., 1994). A análise dos materiais pedagógicos é feita considerando as formas de articulação promovidas, classificando-os em pluridisciplinaridade (coordenação) e interdisciplinaridade (convergência), com base em registros de planificação, sequências e avaliações. Exemplos de materiais são descritos com suas dinâmicas e potencial pedagógico, destacando a integração de diferentes áreas curriculares e a adaptação às necessidades dos alunos, incluindo aqueles que beneficiam de apoio educacional especializado (CEI).
3. Análise do Potencial Pedagógico dos Materiais e Integração Curricular
A análise aprofunda o potencial pedagógico dos materiais desenvolvidos, classificando-os pela articulação promovida (pluridisciplinaridade e interdisciplinaridade). A pesquisa considera que materiais pedagógicos adequadamente construídos e geridos têm alto potencial na promoção integrada e relacional do conhecimento, fazendo emergir conexões entre as áreas curriculares nos discursos e desempenhos dos alunos. As características manipulativas e lúdicas dos materiais impactaram positivamente a motivação e o interesse dos alunos, proporcionando momentos de descoberta e experimentação, além de conexões espontâneas. A pesquisa compartilha as conclusões de Raposo (2013) e Pacheco (2013) sobre o potencial de materiais pedagógicos rigorosos e adequados para desconstruir complexidade e concretizar informações abstratas. No caso específico de um projeto envolvendo visitas de estudo, a análise demonstra como a integração curricular ocorreu de forma natural e espontânea, integrando as áreas do Estudo do Meio, Português, Matemática, Expressão Plástica e Formação Pessoal e Social. Os materiais atenderam aos princípios da construção de materiais pedagógicos, como exatidão, atualidade, qualidade, finalidade, utilidade, adequação, simplicidade, aplicabilidade, interesse, compreensão e apresentação (Correia, 1995).
V.Conclusão A Importância dos Materiais Pedagógicos para a Integração Curricular
O estudo conclui que materiais pedagógicos bem concebidos e geridos são fundamentais para a promoção de aprendizagens integradoras, ativas e significativas. A pesquisa destaca a importância do rigor e da qualidade na construção dos materiais, enfatizando o seu papel na desconstrução da complexidade e na concretização de informações abstratas. A participação ativa dos alunos na construção e utilização dos materiais pedagógicos é apresentada como crucial. O estudo reforça a necessidade de professores assumirem o desafio da inovação e criação de materiais diversificados e escolas se tornarem impulsionadoras das práticas de integração curricular, fornecendo os apoios necessários.
1. Materiais Pedagógicos Ferramentas Essenciais para Aprendizagens Integradoras
A conclusão reforça a importância dos materiais pedagógicos como ferramentas essenciais para a promoção de aprendizagens integradoras, ativas e significativas. O estudo demonstra que materiais pedagógicos, quando adequadamente construídos e geridos, com referência a critérios de rigor e qualidade, encerram um elevado potencial na promoção integrada e relacional do conhecimento. As características manipulativas e lúdicas dos materiais pedagógicos influenciam positivamente a motivação e o interesse dos alunos pela aprendizagem, proporcionando momentos de descoberta e experimentação que resultam em conexões espontâneas entre os diferentes domínios curriculares. A pesquisa corrobora as conclusões de Raposo (2013) e Pacheco (2013) sobre o alto potencial dos materiais pedagógicos rigorosos e adequados para a desconstrução da complexidade e a concretização de informações e realidades abstratas. A eficácia dos materiais depende de sua adequação e qualidade na concepção e gestão, servindo os propósitos de integração do conhecimento, seja em pluridisciplinaridade ou interdisciplinaridade (Añel-Cabanelas, 2012; Souza, 2007; Castoldi & Polinarski, 2009). A pesquisa evidencia a necessidade de romper com o caráter estanque das disciplinas, concretizando um ensino contextualizado (Pombo, 2005).
2. Desafios e Recomendações para a Implementação da Integração Curricular
Embora se reconheçam as possibilidades e vantagens da integração das áreas/domínios do conhecimento, a pesquisa aponta desafios para sua implementação. As práticas de integração curricular exigem maior investimento de tempo e reflexão por parte dos docentes na planificação e elaboração dos materiais e na preparação de sua exploração. Para que a integração curricular seja eficaz, o estudo recomenda que os docentes assumam o desafio de inovar, criar e explorar materiais pedagógicos diversificados, privilegiando a participação e o envolvimento ativo das crianças e alunos (Zabalza, 1994; Graells, 2000; Borrás, 2001; Castoldi & Polinarski, 2009; Santos, 2013). Complementando essa necessidade, as escolas devem assumir-se como instituições decisoras e impulsionadoras dessas práticas, mobilizando os apoios institucionais, científicos e materiais necessários (Pombo et al., 1994). A pesquisa destaca a importância da organização estratégica de sequências de aprendizagem com intencionalidade pedagógica (SREF/DREF, 2011). Todas as intervenções pedagógicas analisadas, tanto na Educação Pré-Escolar quanto no 1º Ciclo do Ensino Básico, seguiram os princípios e pressupostos de autores da especialidade (Nérici, s.d.; Sant’Anna e Menegolla, 1991; Karling, 1991; Guislain, 1994; Correia, 1995; Zabala, 1998; Graells, 2000; Borrás, 2001; Martínez-Figueira, Raposo-Rivas & Añel-Cabanelas, 2012).