
Estação Ciências: Percepção Docente
Informações do documento
Autor | Marcos Vinicius Dos Santos |
Escola | Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza (ILACVN) da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) |
Curso | Ciências da Natureza – Biologia, Física e Química |
Tipo de documento | Trabalho de Conclusão de Curso |
Idioma | Portuguese |
Formato | |
Tamanho | 1.45 MB |
Resumo
I.Percepções de Professores sobre o Programa Estação Ciências Um Espaço Não Formal de Educação
Esta pesquisa qualitativa investigou as percepções de professores sobre o programa Estação Ciências, um espaço não formal de educação localizado no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) em Foz do Iguaçu, Paraná. Utilizando um instrumento de pesquisa com dez afirmações, o estudo buscou avaliar a contribuição do programa para a aprendizagem significativa dos estudantes, focando no ensino por investigação. Participaram professores da rede pública e particular de Foz do Iguaçu, cujos alunos (cerca de 30 estudantes de 8 anos, em média, do 3º ano do ensino fundamental) realizaram atividades práticas sobre medidas de tempo (horas, minutos, segundos) com abordagem investigativa. A análise de dados, realizada através de análise de conteúdo, utilizou gráficos e porcentagens do Google Formulários para revelar a eficácia do programa no estímulo à alfabetização científica e ao desenvolvimento de habilidades investigativas.
1. Introdução Espaços Não Formais de Educação e a Estação Ciências
A seção introdutória contextualiza a crescente importância dos espaços não formais de educação na disseminação do conhecimento científico. Ela destaca a necessidade de ambientes de aprendizagem que promovam a formação de cidadãos críticos e reflexivos, em contraste com os espaços formais de educação. O estudo se concentra no programa Estação Ciências, um espaço não formal localizado no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) em Foz do Iguaçu, que utiliza práticas investigativas para o ensino de ciências. A introdução estabelece a relevância da pesquisa em entender as percepções dos professores sobre o programa e seu impacto na aprendizagem dos alunos. A pesquisa se justifica pela necessidade de identificar a contribuição desses espaços para a educação formal, buscando compreender como a Estação Ciências contribui para a alfabetização científica e a compreensão de princípios científicos e tecnológicos, complementando o aprendizado em sala de aula. A citação de Jacobucci (2008) e Siqueira e Watanabe (2016) reforça a ideia de que esses espaços oferecem um ensino e aprendizagem mais efetivos de conteúdos científicos.
2. Objetivo da Pesquisa e Metodologia
O objetivo principal do estudo é identificar as percepções dos professores participantes das visitas pedagógicas ao programa Estação Ciências. Para isso, foi elaborado um instrumento de pesquisa contendo dez afirmações com respostas alternativas e espaço para justificativas opcionais. Este instrumento foi aplicado aos professores durante as visitas, permitindo coletar dados qualitativos e quantitativos. A metodologia incluiu a análise de gráficos mostrando a quantidade de respostas e as porcentagens de concordância, discordância e respostas em branco. As respostas justificadas foram organizadas em categorias com base em semelhanças de palavras ou temas. A pesquisa se baseia em uma abordagem qualitativa, buscando entender as opiniões e experiências dos professores em relação à eficácia do programa e seu impacto na aprendizagem dos estudantes. O método utilizado permitiu analisar a contribuição das atividades da Estação Ciências para a aprendizagem dos alunos, focando na utilização de experimentações investigativas que agregam ao conhecimento prévio e concretizam o pensamento científico a partir de problemas cotidianos, contribuindo para a alfabetização científica dos estudantes.
3. Caracterização da Estação Ciências e Público Alvo
Esta seção descreve a Estação Ciências, situada no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) em Foz do Iguaçu, como um espaço não formal de educação dedicado à popularização e disseminação da cultura científica por meio de práticas investigativas. O programa atende alunos do ensino fundamental e médio, oferecendo atividades práticas em laboratórios e fornecendo aos professores novas abordagens de ensino. A pesquisa se concentra nas atividades realizadas com alunos do 3° ano do ensino fundamental (cerca de 30 estudantes com média de 8 anos) da rede pública de Foz do Iguaçu. As atividades, com duração total de 1h30min, incluem a exploração de conceitos matemáticos relacionados à medida do tempo (horas, minutos e segundos), utilizando materiais manipuláveis e atividades lúdicas. A parceria entre o PTI e a Secretaria Municipal da Educação (SMED) de Foz do Iguaçu viabiliza as visitas pedagógicas dos professores. A descrição dos alunos e da estrutura do programa contribui para contextualizar a pesquisa e a análise das percepções dos professores.
4. Análise dos Resultados e Interpretação das Percepções dos Professores
Esta seção apresenta a análise dos dados coletados, focando nas percepções dos professores sobre o impacto das atividades da Estação Ciências na aprendizagem dos alunos. A análise considera as respostas às dez afirmações do instrumento de pesquisa, incluindo as justificativas fornecidas pelos professores. Os resultados demonstram que os professores reconhecem a contribuição do programa para o aprendizado, destacando a eficácia do ensino por investigação e o uso de materiais concretos. A análise das justificativas, categorizadas por semelhança de temas, revela diferentes perspectivas sobre as vantagens e desvantagens da abordagem investigativa, incluindo a questão do tempo disponível em sala de aula e a disponibilidade de recursos materiais para atividades experimentais. A pesquisa discute a importância da aprendizagem significativa e a necessidade de continuidade do trabalho iniciado na Estação Ciências no contexto da sala de aula, considerando as diretrizes da BNCC. As citações de diversos autores sustentam a discussão sobre a abordagem investigativa no ensino de ciências e a importância do lúdico no processo de aprendizagem.
II.Metodologia da Pesquisa e Análise de Dados
A pesquisa empregou uma metodologia qualitativa, utilizando um instrumento com dez afirmações e respostas alternativas, aplicado aos professores durante as visitas pedagógicas à Estação Ciências. As respostas, incluindo as justificativas (opcionais), foram analisadas por meio da análise de conteúdo, seguindo as etapas de pré-análise, exploração do material (codificação, decomposição e categorização) e tratamento dos resultados. Os dados quantitativos (porcentagens de concordância, discordância e respostas em branco) foram apresentados em gráficos gerados pelo Google Formulários. A categorização das justificativas permitiu identificar temas recorrentes nas percepções dos professores sobre o ensino por investigação e seu impacto na educação científica.
1. Instrumento de Pesquisa e Coleta de Dados
A metodologia da pesquisa se baseou na aplicação de um instrumento com dez afirmações contendo respostas alternativas e um espaço para justificativas opcionais. Esse instrumento foi aplicado aos professores durante suas visitas pedagógicas à Estação Ciências. A escolha desse tipo de instrumento permitiu a coleta de dados tanto quantitativos (número de respostas e porcentagens de concordância, discordância e indecisão) quanto qualitativos (justificativas escritas). A utilização de afirmações com respostas alternativas facilitou a tabulação e análise dos dados quantitativos, enquanto as justificativas permitiram uma análise mais aprofundada das percepções dos professores, revelando as razões por trás de suas escolhas. O método de aplicação do instrumento, durante as visitas pedagógicas, assegurou que as respostas fossem contextualizadas pela experiência direta dos professores com o programa Estação Ciências. A escolha do instrumento e da forma de aplicação foram cruciais para garantir a obtenção de dados relevantes e fidedignos para a análise.
2. Análise de Dados Abordagem Quantitativa e Qualitativa
A análise dos dados coletados combinou abordagens quantitativas e qualitativas. A análise quantitativa envolveu a utilização de gráficos para apresentar a quantidade de respostas e as porcentagens de concordância, discordância e respostas em branco para cada afirmação. Essas informações forneceram uma visão geral das tendências nas respostas dos professores. Já a análise qualitativa concentrou-se nas justificativas escritas, utilizando a técnica de análise de conteúdo. Segundo Bardin (2011), foram seguidas as três etapas da análise de conteúdo: pré-análise, exploração do material (codificação, decomposição e categorização), e tratamento dos resultados e interpretação. A pré-análise sistematizou as ideias iniciais, a exploração do material classificou as respostas em categorias, e a última etapa tornou os resultados significativos e válidos. A combinação dessas abordagens permitiu uma compreensão mais completa e rica das percepções dos professores, integrando dados numéricos com interpretações contextualizadas das justificativas fornecidas.
3. Ferramentas e Recursos Utilizados na Análise
Para a análise dos dados quantitativos, os gráficos e porcentagens foram extraídos diretamente do Google Formulários, ferramenta utilizada para a coleta de dados. A escolha do Google Formulários simplificou o processo de coleta e organização dos dados, permitindo uma rápida visualização dos resultados. Para a análise qualitativa das justificativas, o método de análise de conteúdo, conforme descrito por Bardin (2011), orientou o processo de codificação, categorização e interpretação das respostas. A utilização do Google Formulários e a aplicação rigorosa da análise de conteúdo garantiram a objetividade e a transparência da análise, facilitando a compreensão dos resultados e a replicabilidade do estudo. A combinação de ferramentas digitais e métodos de análise qualitativos permitiu uma abordagem eficiente e eficaz na análise dos dados, permitindo extrair conclusões significativas a partir do conjunto de informações coletadas.
III.Resultados e Discussão Impacto do Ensino por Investigação na Aprendizagem
Os resultados indicaram que os professores consideram as atividades da Estação Ciências altamente eficazes para a aprendizagem dos estudantes. A utilização de materiais concretos e a abordagem investigativa foram apontadas como fatores que facilitam a compreensão dos conceitos, estimulam a curiosidade e promovem um aprendizagem significativa. Entretanto, alguns professores mencionaram dificuldades em integrar plenamente o ensino por investigação em suas práticas em sala de aula, devido a limitações de tempo e recursos. Apesar disso, a pesquisa destaca o potencial do programa Estação Ciências para fomentar a cultura científica, principalmente por meio de atividades práticas e experiências lúdicas que conectam o conteúdo curricular ao cotidiano dos estudantes, contribuindo para a formação de cidadãos críticos e reflexivos. A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) serviu como referência para a adequação das atividades.
1. Percepção Positiva do Ensino por Investigação
A análise dos resultados revela uma percepção predominantemente positiva dos professores em relação ao ensino por investigação aplicado na Estação Ciências. A maioria dos professores concordou que as atividades contribuem para a aprendizagem dos estudantes e que a utilização de materiais concretos facilita a compreensão dos conteúdos. As justificativas apresentadas pelos professores reforçam essa visão, destacando o aumento do interesse e da curiosidade dos alunos, bem como a possibilidade de concretizar o conhecimento científico a partir de problemas do cotidiano. A abordagem investigativa, portanto, é vista como um método eficaz para promover a aprendizagem significativa, diferentemente do modelo tradicional de ensino. A integração entre teoria e prática é um ponto destacado, com os estudantes se tornando coautores de sua aprendizagem, como apontam Pinto e Silva (2018). A facilitação da compreensão do conteúdo, devido à experimentação investigativa, também é ressaltada pelos professores.
2. Desafios e Limitações da Abordagem Investigativa em Sala de Aula
Apesar da percepção positiva geral, a pesquisa também identificou desafios e limitações na implementação do ensino por investigação em sala de aula. Alguns professores mencionaram dificuldades relacionadas à gestão do tempo para concluir todo o conteúdo planejado, e outros citaram a falta de materiais como um obstáculo para a realização de atividades experimentais. A falta de familiaridade com os passos de uma abordagem investigativa também foi apontada como um fator limitante. A análise das justificativas revela que, embora os professores reconheçam as etapas de uma investigação, há dificuldades em estabelecer ações concretas e coerentes com cada etapa, o que pode estar associado à sua compreensão sobre a construção do conhecimento científico. A conciliação entre as demandas do currículo escolar e a implementação de atividades investigativas é apresentada como um desafio significativo para os professores. A pesquisa sugere que a formação docente em metodologias investigativas é crucial para superar essas dificuldades.
3. Importância da Continuidade do Processo Investigativo
A discussão dos resultados destaca a importância de dar continuidade ao processo investigativo iniciado na Estação Ciências, integrando-o ao trabalho em sala de aula. Os professores reconheceram a necessidade de seguir com conteúdos adequados após a visita, relacionando o que foi aprendido na Estação Ciências com as mudanças curriculares, os avanços científicos e as propostas dos estudantes, de acordo com Carvalho e Gil-Pérez (2011). A continuidade do processo permite que os estudantes vivenciem os conceitos de forma mais real, consolidando a aprendizagem significativa. A pesquisa discute como o professor pode atuar como um articulador entre o conteúdo e os fenômenos cotidianos, permitindo que os alunos apliquem o conhecimento adquirido em diversas áreas do currículo. A menção à aprendizagem significativa, segundo Moreira (2012), ressalta que o processo de aprendizagem deve envolver a interação das ideias expressas simbolicamente com o conhecimento prévio do aluno. A importância de atividades lúdicas e práticas para o desenvolvimento do pensamento científico também é discutida, destacando a visão multidisciplinar que o ensino por investigação proporciona.
IV.Conclusão Estação Ciências e a Educação Não Formal
A pesquisa concluiu que a Estação Ciências, como espaço não formal de educação, contribui significativamente para a aprendizagem dos estudantes ao proporcionar atividades práticas, ensino por investigação, e uma abordagem que conecta a teoria à prática. A metodologia utilizada, incluindo o emprego de materiais concretos e a ênfase no desenvolvimento de habilidades investigativas, foi fundamental para a eficácia do programa. A pesquisa destaca a importância da continuidade do trabalho iniciado na Estação Ciências, integrando os conceitos aprendidos no contexto da educação formal. A pesquisa reforça a importância dos espaços não formais de educação na promoção da alfabetização científica e na formação de cidadãos críticos, além de sugerir a necessidade de superar os desafios relacionados à integração do ensino por investigação no currículo escolar.
1. Eficácia da Estação Ciências na Aprendizagem dos Estudantes
A conclusão reforça a eficácia da Estação Ciências como um espaço não formal de educação, comprovada pela percepção positiva dos professores participantes da pesquisa. Os professores apontam que as atividades contribuem significativamente para a aprendizagem dos estudantes, principalmente devido à utilização de materiais concretos durante as experimentações. O ensino por investigação, metodologia central das atividades, é destacado como um fator crucial para despertar o interesse e a curiosidade dos alunos, resultando em um aprendizado mais significativo e duradouro. A conclusão enfatiza a importância do diálogo entre professor e aluno no processo de aprendizagem, promovendo a construção do conhecimento científico de forma colaborativa. A adequação das atividades ao nível escolar e a abordagem de temas relacionados ao currículo formal são também ressaltados como pontos positivos, contribuindo para a compreensão, reflexão e aprimoramento do conhecimento científico. A Estação Ciências se destaca como um espaço que promove a formação de um sujeito reflexivo e questionador.
2. Estação Ciências como Complemento à Educação Formal e Formação de Cidadãos
A conclusão destaca o papel complementar da Estação Ciências à educação formal, contribuindo para o aprimoramento do conhecimento científico e a formação de cidadãos críticos. Ao abordar temas relacionados ao currículo escolar de forma prática e investigativa, o programa reforça a aprendizagem em sala de aula e promove uma compreensão mais profunda dos conceitos. A abordagem utilizada, focada no ensino por investigação e na utilização de materiais concretos, é apontada como um diferencial para a construção de um conhecimento significativo e contextualizado. A conclusão ressalta a capacidade da Estação Ciências de promover a aprendizagem significativa, estimulando a curiosidade e o diálogo entre professor e aluno. A metodologia empregada, baseada em experimentação e resolução de problemas, é crucial na formação de indivíduos capazes de analisar criticamente o meio em que estão inseridos e aplicar o conhecimento aprendido de forma eficaz na sociedade, conforme a perspectiva de Pizzi (2013).
3. Perspectivas e Implicações para a Educação Não Formal
A conclusão reforça a importância dos espaços não formais de educação, como a Estação Ciências, na promoção da alfabetização científica e na formação de cidadãos críticos e reflexivos. A pesquisa demonstra a eficácia do programa na aprendizagem dos estudantes, evidenciando a necessidade de investir em metodologias inovadoras e em recursos que facilitem a integração do ensino por investigação no contexto escolar. A conclusão sugere que a abordagem multidisciplinar do ensino por investigação, capaz de explorar um mesmo tema em diferentes disciplinas, é uma vantagem significativa desta metodologia. É enfatizada a necessidade de continuidade do trabalho iniciado na Estação Ciências, integrando a experiência prática à educação formal. A conclusão destaca a Estação Ciências como um exemplo de como a educação não formal pode contribuir de forma significativa para a formação integral dos estudantes, complementando e enriquecendo o processo de ensino-aprendizagem em ambientes formais.