Educar através do folclore promovendo a identidade e consciência histórico-cultural dos alunos: estudo no 1º ano do 1º CEB

Folclore e Educação: identidade cultural

Informações do documento

Autor

Mariana Jaco Torres

instructor Gonçalo Marques, Professor Doutor
Escola

Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico

Curso Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico
Tipo de documento Relatório Final de Prática de Ensino Supervisionada
Idioma Portuguese
Formato | PDF
Tamanho 2.53 MB

Resumo

I.Contexto da Pesquisa Folclore e Identidade Cultural em Escola Rural

A pesquisa investiga o papel do folclore na construção da identidade cultural de alunos do 1º ciclo do ensino básico numa freguesia rural portuguesa composta por 27 freguesias, após recente reestruturação. As atividades principais da freguesia são a agricultura, indústria têxtil e pequeno comércio. A freguesia é conhecida pelo seu Grupo Folclórico, internacionalmente reconhecido, e pelo seu artesanato, particularmente os bordados tradicionais. A escola onde a pesquisa ocorreu possui infraestruturas adequadas (refeitório, sala de professores, polivalente, biblioteca) e um espaço exterior amplo para atividades ao ar livre.

1. Caracterização da Freguesia e Contexto Rural

A pesquisa se desenvolve em uma freguesia rural portuguesa, pertencente a um concelho que, após recente reestruturação, passou a ter 27 freguesias. As principais atividades econômicas são a agricultura, a indústria têxtil e o pequeno comércio. A freguesia se destaca por sua forte ligação ao patrimônio cultural, com uma presença marcante da religião católica (Igreja Paroquial, capelas e cruzeiro). Seu Grupo Folclórico é internacionalmente reconhecido, e a região é conhecida por seus bordados tradicionais. Além disso, a freguesia possui belos recursos paisagísticos, delimitados pelo rio Lima. Apesar de seu caráter predominantemente rural, a freguesia tem experimentado um crescimento nos últimos anos, com a construção de novas infraestruturas nos setores de educação, saúde, comércio e habitação. A escola onde a pesquisa foi conduzida possui um amplo espaço exterior, ideal para atividades lúdicas e esportivas (campo de jogos, espaços verdes, parque infantil), e um edifício de dois andares com refeitório, sala dos professores, espaço polivalente com materiais esportivos, biblioteca/sala de informática e salas para o jardim de infância. A organização do refeitório, com horários distintos para o jardim de infância (12h) e o 1º ciclo (12h30), também é descrita.

2. O Projeto de Folclore Escolar e a Integração Curricular

A pesquisa destaca a importância de um projeto escolar que integra o folclore local nas atividades curriculares, realizado em conjunto com a Escola de Folclore da freguesia. O projeto, que já existe na escola há muitos anos (desde 1994), visa aproximar os alunos das tradições locais. A iniciativa é fundamental para as aprendizagens, seguindo a recomendação do Ministério da Educação (2004) de que o meio local seja o objeto privilegiado da aprendizagem. Todas as semanas, por uma hora, um responsável pela Escola de Folclore ensina danças folclóricas tradicionais aos alunos. Apesar do programa curricular do 1º ciclo recomendar a valorização do patrimônio histórico local, essa área ainda é pouco explorada. O estudo aprofunda a importância do folclore como um elemento essencial da cultura popular portuguesa, espelhando o sentir e o ansiar do povo (Rabaçal, 1968). O folclore, transmitido oralmente ao longo das gerações, representa a identidade social e cultural de um povo (Viana, 1956; Roque, 1956). A pesquisa ressalta a necessidade de usar o folclore de forma pedagógica, não como um conteúdo isolado, mas como um recurso didático para diferentes áreas do currículo, favorecendo a compreensão e o desenvolvimento cultural (Ribeiro, 1976, citado em Guimarães, 2012).

3. Infraestrutura Escolar e Recursos Disponíveis

O espaço exterior da escola é amplo, com áreas para brincadeiras, atividades físicas (campo de jogos) e um pequeno parque infantil usado pelo jardim de infância. O edifício tem dois andares: no térreo, fica o refeitório (utilizado por alunos do jardim de infância e do 1º ciclo em turnos), a sala dos professores com materiais de apoio, acesso ao espaço polivalente com materiais esportivos, e duas salas para o jardim de infância. Há ainda banheiros e uma biblioteca/sala de informática. O ensino de letras no 1º ciclo é destacado, com a utilização de métodos como o de Jean Qui Rit, e recursos criados para a consciência fonológica, tais como o quadro silábico e o saco silábico, que auxiliam os alunos no reconhecimento das sílabas e na formação de palavras. A pesquisa enfatiza a riqueza da herança cultural da região e a importância de sua preservação para a formação de cidadãos mais conscientes e cultos.

II.Metodologia da Pesquisa Abordagem Qualitativa e Método Exploratório

Utilizando uma abordagem qualitativa e um método exploratório, a pesquisa teve como objetivo principal compreender as conceções dos alunos sobre o folclore e o seu contributo para a formação da sua consciência histórica e identidade cultural. Para isso, foram utilizados registos audiovisuais e entrevistas, com autorização dos encarregados de educação. A análise de dados focou-se em três categorias: Conceções dos Alunos (CA), Envolvimento (E) e Formação Cultural (FC).

1. Abordagem Qualitativa e o Paradigma Interpretativo

A pesquisa utiliza uma abordagem qualitativa, buscando compreender como os participantes interpretam situações relacionadas ao folclore e o significado que atribuem a essas situações em um contexto social específico. A escolha por uma abordagem qualitativa se justifica pela intenção de explorar as concepções dos alunos sobre o folclore e seu impacto na construção da identidade cultural. O paradigma interpretativo, escolhido como o mais adequado, guia a investigação, buscando entender os significados atribuídos pelos participantes às diversas situações. A adoção de um paradigma orienta a pesquisa em um conjunto de teorias comuns, comprometendo-se com um quadro teórico e metodológico preciso. Segundo Coutinho (2014), a escolha de um paradigma é fundamental para o sucesso da investigação, pois direciona a busca pelas melhores respostas ao problema de pesquisa. A pesquisa se concentra na interpretação da ação humana intencional, buscando compreender os seus significados dentro de um contexto social, conforme Coutinho (2014).

2. Método Exploratório e a Relevância do Folclore na Educação

O método de investigação selecionado foi o exploratório, apropriado para novas áreas de pesquisa pouco estudadas (Hernandez Sampieri, Collado e Lucio, 2006). Apesar de o folclore ser frequentemente investigado por especialistas na área, a sua aplicação na educação ainda é pouco explorada. A escolha pelo método exploratório se justifica pela necessidade de examinar um tema pouco estudado, apesar da vasta literatura existente sobre o folclore em outras áreas. O objetivo é explorar o tema, buscando compreender como o folclore contribui para a construção da identidade e consciência cultural dos alunos. Bisquerra (1989, citado em Coutinho, 2014) define os métodos de investigação como o caminho para se alcançar o conhecimento científico. Assim, o método exploratório se configura como a ferramenta adequada para alcançar os objetivos desta pesquisa, que busca contribuir para uma melhor compreensão da relação entre folclore e educação.

3. Instrumentos de Recolha de Dados Registos Audiovisuais e Entrevistas

A pesquisa utilizou registos audiovisuais (vídeos) como um instrumento fundamental para a recolha de dados, devido à riqueza de informações em uma sala de aula. Os vídeos permitem rever os acontecimentos, analisando detalhes que poderiam passar despercebidos em observações diretas, incluindo a linguagem verbal e não verbal dos alunos. A análise cuidadosa dos vídeos permite uma avaliação mais objetiva das intervenções, sem a pressão do momento da observação direta. Apesar da preocupação com a possibilidade de os registos audiovisuais interferirem no comportamento dos alunos, o uso frequente dos materiais e o envolvimento nas atividades minimizaram esse impacto. Bogdan & Biklen (1994) sugerem que o investigador deve se tornar invisível por meio da familiaridade e distração dos participantes. A análise dos dados envolveu a descrição, análise e interpretação, conforme proposto por Coutinho (2014), com a definição de categorias baseadas no problema de pesquisa e ajustadas aos dados recolhidos. Foram criadas categorias como Conceções dos Alunos (CA), Envolvimento (E) e Formação Cultural (FC) para guiar a análise. Além disso, foram realizadas entrevistas com o mentor do projeto de folclore na escola e com os encarregados de educação, com autorização prévia e preservando o anonimato dos participantes.

4. Técnica de Aula Oficina

A intervenção pedagógica foi baseada na técnica de aula-oficina, que prioriza o papel ativo do aluno, em oposição a modelos tradicionais onde o professor detém todo o conhecimento e os alunos são meros receptores de informações (Barca, 2004). A aula-oficina possibilita a valorização das experiências e saberes dos alunos, permitindo-lhes participar ativamente no processo de aprendizagem. Esse modelo de aula, que contrasta com modelos mais tradicionais e expositivos, se mostra cada vez mais relevante no contexto da educação contemporânea. Este método escolhido permite que haja uma maior interação entre alunos e professor, buscando uma construção de conhecimento mais colaborativa e significativa para o desenvolvimento dos alunos.

III.O Projeto Folclórico Escolar e a Transmissão Intergeracional

A pesquisa destaca a importância de um projeto escolar que integra o folclore local nas atividades da escola, em parceria com a Escola de Folclore da freguesia. Fundada em 2001, a Escola de Folclore demonstra a preocupação em manter vivas as tradições da região. As entrevistas com o mentor do projeto e com encarregados de educação revelaram a importância da transmissão intergeracional de saberes e da memória cultural para a formação da identidade dos alunos, incluindo elementos como danças folclóricas, trajes típicos e atividades tradicionais (vindimas, apanha do sargaço, desfolhada).

1. O Projeto da Escola de Folclore Inovação e Perseverança

A pesquisa se centra em um projeto pedagógico que integra a Escola de Folclore local nas atividades escolares. Iniciado em 1994 e formalizado em 2001, o projeto nasceu da iniciativa de pais que buscavam dar continuidade ao entusiasmo demonstrado pelas crianças em atividades de folclore. A Escola de Folclore, criada em 2001, visa garantir que as crianças tenham contato com as tradições, usos e costumes da região. A iniciativa demonstra o esforço em manter vivas as tradições locais, apesar da constatação de um progressivo desvanecimento da cultura, devido principalmente à comercialização excessiva de produtos relacionados com a tradição e a falta de trajes apropriados em festas e romarias, segundo o mentor do projeto. O sucesso do projeto se deve à forte adesão de professores e alunos, assim como ao importante papel das famílias que se engajaram ativamente na iniciativa, contrastando com a participação muitas vezes limitada dos pais nas escolas atualmente, onde a presença se resume a reuniões semestrais. A pesquisa evidencia a necessidade de uma maior interação entre as famílias e a escola para fortalecer o desenvolvimento dos alunos.

2. Transmissão Intergeracional e a Memória Cultural

Uma entrevista com o mentor do projeto de folclore escolar revela a importância da transmissão intergeracional de conhecimento e memória cultural. O folclore é visto como uma forma de imortalizar o passado através da partilha de vivências e memórias. A falta de partilha dessas tradições resulta em uma menor valorização das raízes pessoais e culturais. A preservação da memória é fundamental, pois, como afirma Rüsen (2007, citado em Solé, 2013), o passado é mantido vivo pela memória, sendo a história também memória. Encarregados de educação entrevistados enfatizam o valor de as crianças conhecerem os costumes e tradições de gerações passadas, permitindo o reconhecimento da cultura local através de recriações de cenas como vindimas, apanha do sargaço, desfolhada, etc. Os encarregados de educação demonstram grande conhecimento cultural e valorizam o folclore, não o considerando um tema insignificante, mas sim um elemento essencial na valorização da cultura dos antepassados. A entrevista destaca a importância da partilha de vivências e memórias para a valorização do passado. A transmissão intergeracional, através da qual a identidade cultural se mantém ao longo do tempo (Kaes, Faimberg, Enriquez e Baranes, 2001), é crucial para a preservação do patrimônio cultural.

IV.Resultados da Pesquisa Evolução das Conceções dos Alunos sobre Folclore

Através de aulas-oficina e atividades, a pesquisa observou uma evolução significativa nas conceções dos alunos sobre o folclore. Inicialmente, a maioria associava o folclore apenas à dança e convívio. No entanto, após as intervenções, os alunos demonstraram uma compreensão mais abrangente do tema, incluindo a sua importância histórica, cultural e social, a transmissão intergeracional, e a preservação do patrimônio. Os registos audiovisuais e desenhos dos alunos foram cruciais para a análise dos dados.

1. Análise das Conceções Iniciais dos Alunos sobre Folclore

A pesquisa analisou inicialmente as concepções dos alunos sobre folclore. A maioria dos alunos, inicialmente, associava o folclore à dança e ao convívio com os amigos. Apenas dois alunos afirmaram que o tema não lhes evocava nenhuma lembrança. Essa percepção inicial, limitada à dança e convívio, indica uma compreensão ainda superficial do folclore como manifestação cultural. A análise dessa fase inicial da pesquisa serviu como linha de base para avaliar a evolução das concepções dos alunos após as intervenções pedagógicas. A utilização de diferentes instrumentos de recolha de dados, como registos audiovisuais e desenhos, permitiu uma análise mais profunda das concepções iniciais, identificando diferentes níveis de compreensão entre os alunos. A análise dessas informações iniciais foi crucial para avaliar o impacto das intervenções posteriores na compreensão e apropriação do tema folclore pelos alunos.

2. Evolução das Conceções dos Alunos após as Intervenções Pedagógicas

Após as intervenções pedagógicas, observa-se uma evolução significativa nas concepções dos alunos sobre o folclore. A dinâmica das atividades, especialmente a utilização de recursos visuais e a promoção do diálogo em grupo, permitiu que os alunos expandissem sua compreensão do tema. A partilha de opiniões e pontos de vista, em atividades de grupo, contribuiu para reformular os discursos e novas perspectivas sobre o tema. A observação dessa evolução nas concepções se deu pela análise de dados recolhidos ao longo da investigação. Dois alunos demonstraram uma compreensão mais ampla do folclore, alcançando um nível superior de compreensão. A análise da categoria 'Conceções dos Alunos (CA)' demonstrou uma variância ao longo do tempo, mostrando como a interação e a participação ativa influenciaram a construção do conhecimento sobre o folclore. A evolução das conceções demonstra a eficácia das estratégias pedagógicas utilizadas na pesquisa.

3. O Envolvimento dos Alunos e a Motivação nas Atividades

A pesquisa acompanhou o nível de envolvimento dos alunos nas atividades propostas, considerando-o um fator crucial para o sucesso da investigação. Observa-se um aumento significativo do envolvimento na segunda intervenção, comparado com a primeira, onde um declínio de interesse foi evidente. O uso de materiais concretos, ligados ao folclore, ajudou a manter a motivação dos alunos, tornando o processo menos expositivo. A maioria dos alunos atingiu o nível máximo de envolvimento (E3), indicando um grande interesse e participação ativa. Apenas um aluno não demonstrou interesse, sendo classificado no nível mais baixo de envolvimento. A análise da categoria 'Envolvimento (E)' demonstra uma relação direta entre a motivação e a aprendizagem, reforçando a importância de estratégias que cativem o interesse dos alunos. A dinâmica e a interação em atividades práticas contribuíram para um aumento significativo do envolvimento e, consequentemente, para a evolução das concepções sobre o folclore.

4. A Formação Cultural e a Consciência Histórico Cultural

A pesquisa analisou o contributo do folclore para a formação cultural dos alunos, focando na sua contribuição para a consciência histórico-cultural. Embora a categoria 'Formação Cultural (FC)' seja complexa de avaliar, a investigação identificou progressos nesse aspecto. Os alunos demonstraram, através de suas falas, uma crescente consciência da importância cultural e social das tradições. Alguns alunos conseguiram expressar um desenvolvimento da consciência identitária, reconhecendo a importância do folclore na preservação do passado e visualizando-o como herança cultural dos antepassados. A emoção e o envolvimento desempenharam um papel crucial nesse processo. Santacana (2015) destaca a relação entre emoção, motivação e aprendizagem, afirmando que a experiência emocional com objetos, pessoas ou histórias contribui para a motivação e, consequentemente, para o aprendizado. A pesquisa conclui que a forte envolvência da professora-investigadora e o afeto pelo tema contribuíram para o sucesso do processo de aprendizagem. Os alunos, além de reconhecerem a herança cultural, destacaram a valorização dos saberes dos mais velhos, frequentemente os avós, como importantes guardiões dessa transmissão de conhecimentos.

V.Conclusões e Limitações Importância do Folclore na Educação

A pesquisa conclui que o folclore pode ser um instrumento eficaz para a construção da consciência histórica e identidade cultural dos alunos, promovendo a valorização do patrimônio cultural e a transmissão de saberes entre gerações. A pesquisa destaca a importância de metodologias ativas e integradoras, como as aulas-oficina, para motivar os alunos. Como limitação, aponta-se a curta duração da intervenção, que poderia ser ampliada em futuras investigações. A colaboração entre escola, família e comunidade foi fundamental para o sucesso do projeto.

1. Conclusões sobre o Uso do Folclore na Educação

A pesquisa conclui que o folclore se mostra um instrumento valioso para a consciencialização e valorização histórico-cultural em crianças. A investigação comprovou a possibilidade de desenvolver, desde cedo, um trabalho que fortaleça a identidade cultural dos alunos, através do reconhecimento e estima pelas suas origens. O folclore se mostrou eficaz por permitir a compreensão das origens, identidade, aspectos transitórios e permanentes da cultura (Almeida, 1964, citado em Silva, 2010). A pesquisa evidencia que as atividades com folclore contribuíram para que os alunos se apropriassem da importância cultural e social das tradições locais, desenvolvendo a sua consciência identitária e reconhecendo o folclore como parte da herança cultural dos antepassados. A forte envolvência da professora-investigadora e do grupo de alunos também contribuiu para o sucesso do projeto. O estudo demonstra que a integração do folclore no currículo escolar, através de metodologias ativas e interativas, pode ser uma ferramenta eficaz na promoção da identidade cultural e do conhecimento histórico dos alunos. Metodologias de ensino que priorizem a participação ativa e a exploração dialógica, são fundamentais para promover formas de interpretação e compreensão do patrimônio cultural (Santacana, 2015; Marques e Barbosa, 2015).

2. Limitações do Estudo e Recomendações para Pesquisas Futuras

A pesquisa apresenta algumas limitações, principalmente em relação ao tempo de intervenção. A duração limitada da pesquisa (PES II) impossibilitou uma recolha de dados mais abrangente, dificultando a análise mais ampla dos efeitos das intervenções pedagógicas. Um tempo maior permitiria aprofundar o conhecimento sobre os interesses dos alunos e explorar com mais profundidade os temas que surgiram durante o estudo. A heterogeneidade da turma também se apresentou como um desafio, exigindo do professor a capacidade de adaptar as estratégias para alcançar todos os alunos. O estudo também destaca a importância da participação familiar no processo educativo, observando uma descontinuidade na envolvência das famílias na transição do pré-escolar para o 1º ciclo. Sugere-se a criação de momentos propícios para a interação entre escola e famílias, fortalecendo o diálogo e a colaboração no desenvolvimento das crianças, e não limitando a participação dos pais a reuniões de avaliação (Ministério da Educação, 1997). Futuras pesquisas podem expandir o tempo de intervenção e aprofundar a análise do envolvimento familiar, contribuindo para uma maior compreensão e otimização das práticas pedagógicas envolvendo o folclore na educação.