
Amostragem de Empoasca vitis em vinha
Informações do documento
Autor | Cristiano Daniel Moreira Lopes Lima |
instructor | Professor Doutor José Raúl de Oliveira Rodrigues |
Escola | Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior Agrária de Ponte de Lima |
Curso | Mestrado em Agricultura Biológica |
Tipo de documento | Dissertação |
Local | Ponte de Lima |
Idioma | Portuguese |
Formato | |
Tamanho | 2.11 MB |
Resumo
I.Dinâmica Populacional da Cigarrinha Verde Empoasca vitis em Vinhas da Região dos Vinhos Verdes
Este estudo investigou a dinâmica populacional da cigarrinha-verde (Empoasca vitis) em uma vinha localizada em Chafé, Viana do Castelo, Portugal, durante o ciclo vegetativo de 2010. A pesquisa, realizada na exploração vitícola Rural Lima, focou-se nas castas Loureiro, Arinto e Trajadura, analisando a densidade populacional semanalmente, de 13 de abril a 14 de setembro. Os resultados revelaram dois picos populacionais, em junho e julho, sugerindo a existência de duas gerações. A análise espacial, utilizando os modelos da lei da potência de Taylor e a regressão de Iwao, indicou um padrão agregado da praga (b = 1,219), comum às três castas. A pesquisa também desenvolveu um plano de amostragem binomial (presença/ausência) para estimar as densidades populacionais da cigarrinha-verde, um método mais eficiente que a contagem direta devido à alta mobilidade do inseto. O estudo contribui para o manejo de pragas na vitivinicultura da região dos Vinhos Verdes, especialmente no contexto da agricultura biológica (MPB).
1. Introdução e Objetivos do Estudo
O estudo teve como foco a cigarrinha-verde (Empoasca vitis), uma praga relevante em algumas regiões vitivinícolas portuguesas, como Douro e Alentejo. Na região dos Vinhos Verdes, a praga é considerada ocasional, com poucos estudos dedicados a ela. O trabalho, realizado numa vinha em Viana do Castelo, teve dois objetivos principais: analisar a dinâmica populacional de adultos de cigarrinhas-verdes associadas às castas Loureiro, Arinto e Trajadura; e desenvolver um plano de amostragem binomial para estimar as densidades populacionais dessa praga. As observações, com periodicidade semanal, ocorreram entre 13 de abril e 14 de setembro de 2010. Para determinar o padrão espacial da cigarrinha-verde, utilizaram-se os modelos da lei da potência de Taylor e a regressão de Iwao. A metodologia de amostragem enumerativa foi simplificada para uma abordagem binomial (presença-ausência), correlacionando a percentagem de folhas ocupadas por pelo menos um adulto com o número de formas móveis por folha. Este enfoque na região dos Vinhos Verdes e a utilização de modelos estatísticos robustos para a análise espacial são pontos-chave da metodologia.
2. Dinâmica Populacional e Padrão Espacial
As cigarrinhas-verdes estiveram presentes na vinha durante todo o período de observação, atingindo dois picos populacionais em junho e julho. O modelo de Taylor (r² = 0,991) mostrou-se mais adequado para descrever o padrão espacial da praga do que o modelo de Iwao (r² = 0,877). O padrão espacial foi classificado como agregado (b = 1,219), um coeficiente comum a todas as castas estudadas (Loureiro, Arinto e Trajadura). Este resultado justifica a utilização de um plano de amostragem comum para todas as castas. A dimensão da amostra necessária para estimar as populações, com níveis de precisão de 0,15, 0,20 e 0,25, foi calculada a partir dos coeficientes a e b de Taylor. A pesquisa demonstrou que o tamanho da amostra aumenta significativamente com o aumento da precisão e com a diminuição da densidade populacional. A relação entre a densidade populacional e a percentagem de folhas ocupadas permitiu a simplificação da amostragem para um método presença-ausência, com alta significância estatística (r² = 0,879). A identificação clara de dois picos populacionais e a demonstração da eficácia do modelo de Taylor na descrição do padrão espacial são pontos relevantes deste sub-tópico.
3. Impacto da Praga e Fatores de Influência
A atividade alimentar da cigarrinha-verde causa danos diretos às folhas, como descoloração (avermelhada em castas tintas e amarelada em castas brancas) e seca marginal. A primeira geração demonstra menor nocividade, enquanto a segunda geração (julho-agosto), em condições climáticas favoráveis (altas temperaturas e baixa humidade), causa danos mais significativos. Esses danos resultam da destruição de células fotossintéticas, da ação de compostos salivares que induzem hipertrofia celular e bloqueio de vasos flóemicos, e de reações fisiológicas da planta. Danos indiretos incluem atraso na maturação, menor acumulação de reservas, redução no número e peso dos bagos, impactando a produção e qualidade. O ano de 2010, segundo o Instituto de Meteorologia (IM, 2011), foi o mais chuvoso da última década em Portugal Continental, com Verão quente e seco e 4 ondas de calor na região dos Vinhos Verdes. A sensibilidade da cigarrinha-verde a condições climáticas extremas foi discutida, juntamente com a influência de tratamentos fitossanitários, limitados no MPB (Modo de Produção Biológico), onde o cobre e o enxofre são utilizados. A análise dos danos diretos e indiretos causados pela praga, a influência das condições climáticas de 2010, e as restrições do MPB no que se refere aos tratamentos, compõem os aspectos principais desta seção.
4. Discussão dos Resultados e Conclusões
Os resultados sugeriram que, na área estudada, a cigarrinha-verde não constitui uma praga significativa, sendo, no máximo, uma praga ocasional, diferente do observado em regiões com clima mais mediterrânico como o Douro e Alentejo. A comparação com outros estudos, como o de Pereira (2009) (parâmetro b de Taylor para ninfas: 1,06; adultos: 1,01, indicando padrão aleatório) e Cerruti et al. (1991) (padrão ligeiramente agregado, b entre 1,11 e 1,44), ressalta a influência das características agroecológicas na distribuição espacial. A relação entre a percentagem de folhas ocupadas (calculada e observada) foi altamente significativa, validando a amostragem binomial para estimar densidades populacionais, especialmente considerando a mobilidade da praga. A análise da dimensão da amostra demonstra que o método baseado no erro padrão da média é mais prático que o intervalo de confiança a 95% para estudos de campo. A comparação com o método proposto por Félix & Cavaco (2009) (observação de 100 folhas, NEA de 50-100 ninfas/100 folhas), considerando um erro admissível de 20%, mostra que o método binomial, com base no erro padrão da média, é o mais eficiente. A interpretação dos resultados considerando as especificidades da região dos Vinhos Verdes e a comparação com outras pesquisas são os pontos-chave dessa seção.
II.Metodologias de Amostragem para o Controlo da Cigarrinha Verde
O estudo comparou métodos de amostragem para a cigarrinha-verde, incluindo a amostragem enumerativa (contagem direta) e a amostragem binomial (presença/ausência). A amostragem binomial, baseada na correlação entre a percentagem de folhas ocupadas e a densidade populacional, mostrou-se mais eficiente e prática, principalmente devido à alta mobilidade do inseto. O tamanho da amostra foi calculado utilizando os coeficientes da lei da potência de Taylor, considerando níveis de precisão de 0,15, 0,20 e 0,25. Os resultados demonstraram que o tamanho da amostra aumenta com o aumento da precisão e diminuição da densidade populacional. A pesquisa apresenta um plano de amostragem otimizado para o controlo da cigarrinha-verde, utilizando o método binomial, contribuindo para um manejo de pragas mais eficiente e econômico.
1. Comparação entre Amostragem Enumerativa e Binomial
O estudo comparou a eficácia de dois métodos de amostragem para estimar a população de cigarrinhas-verdes: a amostragem enumerativa e a amostragem binomial. A amostragem enumerativa, que envolve a contagem direta do número de cigarrinhas-verdes por folha, revelou-se trabalhosa e ineficiente, especialmente em populações elevadas, devido à mobilidade do inseto. Como alternativa, foi proposta a amostragem binomial, um método de presença/ausência, que registra apenas se a cigarrinha está presente ou ausente em cada unidade amostral. Este método, mais econômico em termos de tempo e esforço, baseia-se na forte correlação entre a percentagem de folhas ocupadas e a densidade populacional do organismo. A validação desse método ocorreu através de uma regressão linear que avaliou a relação entre a percentagem de folhas ocupadas (calculada e esperada). A alta significância estatística (r² = 0,879) obtida demonstra a viabilidade da utilização da amostragem binomial para estimar as densidades populacionais de cigarrinhas-verdes. A busca por um método de amostragem mais eficiente e prático, considerando as características do inseto, é o foco central desta seção.
2. Determinação do Tamanho da Amostra
Para determinar o número ideal de folhas a serem amostradas, foram utilizados dois métodos: o erro padrão da média e o intervalo de confiança a 95%. Ambos os métodos exigem o conhecimento prévio da relação entre a média e a variância das amostras. A dimensão da amostra foi calculada utilizando os parâmetros da lei da potência de Taylor (S² = Amᵇ), que foram posteriormente introduzidos nas equações para o cálculo do tamanho da amostra. Os resultados mostraram que o tamanho da amostra aumenta consideravelmente com o aumento do grau de precisão e com a diminuição da densidade populacional. Entretanto, verificou-se que, a partir de valores próximos de 5 formas móveis por folha, o tamanho da amostra tende a estabilizar, tanto pelo método do erro padrão da média como pelo método do intervalo de confiança a 95%. A precisão requerida na estimativa da densidade populacional, e a consequente definição do tamanho da amostra, são pontos-chave desta seção. A escolha do método mais apropriado e prático para estudos de campo é também discutida.
3. Validação do Método de Amostragem Binomial
A eficácia do método de amostragem binomial foi validada pela análise da relação entre a percentagem de folhas ocupadas (observada e calculada). A alta significância estatística da regressão (r² = 87,1%) entre a proporção de folhas ocupadas por pelo menos uma forma móvel e o número médio de adultos de cigarrinha-verde por folha, confirma a possibilidade de usar a proporção de folhas infestadas como um indicador confiável da densidade populacional. Esta abordagem simplificada, comparada com a amostragem enumerativa, se mostra vantajosa, particularmente em situações de densidades populacionais elevadas, onde a contagem direta se torna impraticável devido à alta mobilidade do inseto. A comparação entre o método binomial proposto e a metodologia sugerida por Félix & Cavaco (2009), baseada na observação de 100 folhas e um NEA de 0,5% a 1,0% de folhas ocupadas, mostra que o tamanho da amostra necessário para atingir o nível de precisão desejado varia conforme o método escolhido (erro padrão da média ou intervalo de confiança). Conclui-se que, em termos práticos, a estimativa da amostra com base no erro padrão da média é mais adequada para estudos de campo.
III.Impacto da Cigarrinha Verde na Vinha e Métodos de Proteção
A cigarrinha-verde causa danos diretos às folhas da videira, resultando em descoloração, seca e redução da fotossíntese. Os danos indiretos incluem atraso na maturação das uvas, redução do número e peso dos bagos, e consequente queda na produção e qualidade. O estudo destaca que a segunda geração (julho/agosto) é a mais prejudicial. Em relação ao controlo da cigarrinha-verde, a pesquisa menciona a importância da luta cultural na agricultura biológica (MPB), incluindo medidas como a eliminação de órgãos afetados e o uso de variedades mais resistentes. A utilização de produtos químicos é limitada no MPB, com o cobre e o enxofre sendo as principais opções. O estudo analisou o impacto de fatores climáticos, como chuvas torrenciais e ondas de calor, na dinâmica populacional da praga. A pesquisa enfatiza a necessidade de estratégias de manejo integrado de pragas para minimizar os impactos da cigarrinha-verde na produção vitícola, respeitando os princípios do MPB.
1. Danos Diretos e Indiretos da Cigarrinha Verde
A cigarrinha-verde (Empoasca vitis) causa danos diretos e indiretos às videiras. Os danos diretos resultam de sua alimentação, que leva à destruição de células fotossintéticas nas folhas, alteração de sua coloração (avermelhada em castas tintas e amarelada em castas brancas) e posterior secagem. Rebelo (1993) descreve três fatores que contribuem para esses danos: a destruição direta de células pela ação dos estiletes; a ação de compostos da saliva que induzem hipertrofia celular e bloqueiam os vasos do floema, retardando a translocação de assimilados; e reações fisiológicas da planta aos danos. A primeira geração da praga geralmente causa menos danos devido à intensa atividade fotossintética da videira. Já a segunda geração, que ocorre em julho e agosto, é mais preocupante, pois causa danos mais severos, especialmente em condições climáticas favoráveis (altas temperaturas e baixa umidade relativa). Os danos indiretos incluem atraso na maturação, menor acumulação de reservas, redução no número e peso dos bagos, resultando em quebra de produção e qualidade (Raposo & Amaro, 1998). A descrição detalhada dos mecanismos de danos e a diferenciação entre a severidade das gerações são pontos importantes desta seção.
2. Métodos de Proteção e Luta Cultural
O documento discute métodos de proteção contra a cigarrinha-verde, com ênfase na luta cultural, especialmente importante em sistemas de produção integrada e agricultura biológica (MPB). A gestão holística, considerando solo, água e cultura, torna a luta cultural mais eficaz, diminuindo fontes de inóculo e reduzindo fatores de stress. Medidas indiretas incluem a eliminação de órgãos atacados e a apanha manual de insetos. Medidas diretas envolvem o uso de plantas certificadas, variedades mais resistentes, solarização, mulching, enrelvamento e consociações de culturas (Aguiar et al., 2005). O documento menciona a limitação de produtos químicos homologados para o controle direto da cigarrinha-verde no MPB, onde o cobre (Sergomil L60®) e o enxofre (Thiovit® ou Stulln®) são utilizados. A frequência dos tratamentos é de 8 a 10 dias, do abrolhamento ao pintor (início de agosto), mas não há dados suficientes para correlacionar a densidade populacional do inseto com a eficácia destes tratamentos. A possibilidade de efeitos indiretos nos auxiliares também é mencionada. A abordagem da luta cultural como método principal de controle no MPB, a descrição das substâncias ativas permitidas, e a menção dos efeitos possíveis dos tratamentos são cruciais para este tópico.
3. Influência de Fatores Climáticos e Tratamentos Fitossanitários
A dinâmica populacional da cigarrinha-verde é influenciada pelas condições climáticas. O ano de 2010 apresentou-se como o mais chuvoso da última década em Portugal Continental, com temperaturas e humidades elevadas na Primavera e um Verão quente e seco, com quatro ondas de calor e baixa humidade relativa (IM, 2011). De acordo com Vidano (1963), citado por Mosna (2005), a cigarrinha-verde é sensível a condições extremas, como chuvas torrenciais e temperaturas elevadas. Em vinhas novas, os indivíduos são encontrados na sombra, nas páginas inferiores das folhas mais jovens. No final de agosto, os adultos deixam a vinha para a hibernação, com a possibilidade de uma terceira geração dependendo das condições climáticas (Fatema, 2001). A proximidade de plantas hospedeiras de inverno (Alnus sp., Pinus sp., Quercus sp., e outras espécies arbustivas) também é relevante. A falta de produtos homologados para o controle direto da praga no MPB (Aida et al., 2011) restringe as opções de tratamento. A descrição detalhada das condições climáticas de 2010, a influência dessas condições na população da praga, e a discussão sobre as limitações dos tratamentos fitossanitários no contexto do MPB são os pontos principais desta seção.
IV.Resultados e Discussão Prevalência e Preferência da Cigarrinha Verde
Os resultados indicaram uma maior prevalência da cigarrinha-verde na casta Loureiro, contrariando estudos anteriores que apontavam preferência pela Trajadura. A pesquisa discute as possíveis causas dessa diferença, considerando fatores agroecológicos e as características das parcelas na exploração Rural Lima (13000 m², sendo 10000 m² para produção vitícola). A análise comparativa com outros estudos, como o de Pereira (2009) e Cerruti et al. (1991), ressalta a influência das características agroecológicas na distribuição espacial da praga. A conclusão sugere que a cigarrinha-verde, na região dos Vinhos Verdes, é uma praga ocasional, ao contrário do que se observa em regiões com clima mais mediterrânico, como Douro e Alentejo. A pesquisa apresenta dados relevantes para a compreensão da dinâmica da cigarrinha-verde e para o desenvolvimento de estratégias eficazes de monitorização e controlo de pragas na região.
1. Prevalência da Cigarrinha Verde nas Castas Estudadas
Os resultados do estudo revelaram a presença da cigarrinha-verde durante todo o período de observação (13 de abril a 14 de setembro de 2010), com dois picos populacionais distintos em junho e julho, indicando a ocorrência de duas gerações. Uma análise comparativa da densidade populacional entre as três castas estudadas (Loureiro, Arinto e Trajadura) mostrou que, embora a densidade tenha diminuído ligeiramente em todas as castas em 1 de junho, houve diferenças significativas entre elas. As castas Trajadura e Loureiro apresentaram densidades significativamente superiores à casta Arinto. Apesar disso, a análise de variâncias não encontrou diferenças estatisticamente significativas entre as três castas (F < 3,792 = 2,952; g.l. = 299; p = 0,054). O primeiro pico populacional ocorreu no final de maio, sendo mais acentuado na casta Loureiro, seguida da Trajadura e Arinto. O segundo pico, mais intenso, ocorreu no início de julho. A observação dos picos populacionais, sua relação com as fases fenológicas das diferentes castas e a análise estatística das diferenças entre as densidades populacionais são os principais pontos desta seção.
2. Preferência da Cigarrinha Verde por Casta e Discrepâncias com a Literatura
Os resultados obtidos indicaram uma preferência da cigarrinha-verde pela casta Loureiro, contrariamente ao que é frequentemente reportado na literatura, que aponta para uma maior preferência pela casta Trajadura devido às características ampelográficas de suas folhas (baixo nível de vilosidade na página inferior) (Xavier et al., 2003). Esta discrepância sugere a influência de fatores não considerados na literatura, como as características específicas do local de estudo e as condições agroecológicas. A análise da distribuição espacial, utilizando o modelo de Iwao, mostrou um padrão agregado na casta Trajadura (r² = 95,4%; β = 2,737; t₂,₀₈₆ = 12,923; g.l. = 20; p < 0,05). A preferência pela casta Loureiro, mesmo no segundo pico populacional, é um dado relevante e contraditório à literatura existente, requerendo uma análise mais aprofundada de fatores como as condições microclimáticas da exploração e a disposição espacial das diferentes castas no vinhedo. A comparação com estudos que encontraram padrões espaciais distintos (Pereira, 2009; Cerruti et al., 1991) reforça a influência das características agroecológicas na distribuição da praga.
3. Influência de Fatores Climáticos e Conclusões sobre a Severidade da Praga
A influência das condições climáticas na dinâmica populacional da cigarrinha-verde foi considerada. O ano de 2010, caracterizado por um Verão quente e seco com temperaturas elevadas e baixa humidade relativa, após uma Primavera chuvosa, contribuiu para o desenvolvimento da praga. A queda na população de cigarrinhas-verdes adultas no final de agosto sugere a migração para locais de hibernação, descartando a hipótese de uma terceira geração, embora esta seja possível em condições climáticas favoráveis (Fatema, 2001). A análise dos resultados aponta para uma possível classificação da cigarrinha-verde como praga ocasional na região dos Vinhos Verdes, diferente da situação em regiões com clima mais mediterrâneo (Douro e Alentejo). A conclusão de que a cigarrinha-verde não representa uma ameaça significativa para a região, contrastando com sua importância em outras regiões vitivinícolas portuguesas, é um resultado crucial deste estudo. A discussão sobre o status da praga na região e a comparação com outras regiões são os pontos-chave desta seção.