
Compreensão Leitora: Relatório de 5º Ano
Informações do documento
Autor | Ana Luísa Pacheco Novo |
instructor | Professora Ana Júlia Marques |
Escola | Mestrado em Ensino do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico |
Curso | Ensino do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico |
Tipo de documento | Relatório Final de Prática de Ensino Supervisionada |
Idioma | Portuguese |
Formato | |
Tamanho | 6.80 MB |
Resumo
I.A Leitura como Teia Complexa de Processos
Este estudo investiga as dificuldades de compreensão leitora em alunos do 5º ano. A pesquisa destaca que o ensino da leitura frequentemente foca em processos básicos (reconhecimento de letras e palavras), negligenciando processos mais complexos que envolvem a interação entre leitor, texto e contexto. A leitura é apresentada como uma teia complexa, onde falhas em um processo afetam os demais, impactando diretamente a compreensão leitora.
1. A Leitura como um Processo Interligado
O texto inicia afirmando que a leitura é uma teia complexa de processos interdependentes. A falha em um desses processos afeta todos os outros, comprometendo a compreensão. Observa-se que o ensino da leitura costuma priorizar os processos mais básicos, como o reconhecimento de letras e palavras, em detrimento dos processos mais complexos, que resultam da interação entre o leitor, o texto e o contexto. Sim-Sim (2007, p. 22) reforça essa ideia, argumentando que o ensino da leitura muitas vezes se reduz ao ensino da decifração, deixando os alunos a 'adivinhar' o caminho para se tornarem leitores de sucesso. Essa abordagem fragmentada prejudica a construção de uma compreensão leitora eficaz e abrangente, enfatizando a necessidade de uma abordagem mais holística e integrada no processo de aprendizagem da leitura.
2. Revisão da Literatura e Conceito de Compreensão Leitora
A revisão da literatura busca esclarecer o conceito de compreensão leitora e a interação entre leitor, texto e contexto. São analisados fatores que influenciam a compreensão leitora em crianças, como a consciência lexical (o conhecimento do vocabulário), a velocidade e precisão na identificação de palavras, o conhecimento de mundo (experiências e informações prévias relevantes ao texto), e a capacidade de automonitoramento da compreensão (metacognição). A pesquisa também investiga a estrutura de textos informativos, o papel do Programa de Português no ensino da compreensão leitora, a importância do ensino explícito de estratégias de leitura, e o papel das perguntas no processo de compreensão. Essa revisão teórica serve como base para a investigação empírica subsequente, fornecendo um arcabouço conceitual para a análise das dificuldades dos alunos.
II.Fatores que Influenciam a Compreensão Leitora
A pesquisa explora fatores que influenciam a compreensão leitora em crianças, incluindo a consciência lexical, a rapidez e eficácia na identificação de palavras, o conhecimento de mundo e a capacidade de metacognição (automonitoramento da compreensão). O estudo analisa como esses fatores se manifestam nas dificuldades dos alunos com a leitura em sala de aula.
1. Consciência Lexical e Conhecimento de Mundo
A revisão da literatura aponta a consciência lexical e o conhecimento de mundo como fatores cruciais na compreensão leitora. A consciência lexical se refere ao conhecimento do vocabulário que o leitor possui, diretamente relacionado à capacidade de decodificar e atribuir significado às palavras. Já o conhecimento de mundo engloba as experiências de vida e informações prévias que o leitor carrega, permitindo-lhe conectar o conteúdo do texto com seu repertório prévio. A falta de vocabulário e um conhecimento de mundo limitado são apresentados como obstáculos significativos na compreensão, especialmente em textos informativos complexos. A pesquisa utiliza esta base teórica para entender como esses fatores impactam o desempenho dos alunos na leitura, em particular como a falta de vocabulário pode afetar a compreensão de textos em sala de aula, e como o conhecimento de mundo e experiências de vida podem ser utilizados como recursos na leitura.
2. Velocidade de Leitura Eficácia na Identificação de Palavras e Metacognição
Além da consciência lexical e do conhecimento de mundo, a pesquisa também destaca a importância da velocidade de leitura, a eficácia na identificação de palavras e a metacognição na compreensão leitora. A rapidez e a precisão na identificação de palavras escritas impactam diretamente o tempo dedicado à compreensão do significado do texto. Uma leitura lenta e com muitas hesitações pode prejudicar a fluência e, consequentemente, a compreensão global. A metacognição, ou seja, a capacidade de autorregulação e monitoramento da própria compreensão, é igualmente importante. Leitores metacognitivamente desenvolvidos são capazes de identificar quando não estão compreendendo o texto e ajustar suas estratégias de leitura para superar as dificuldades. A pesquisa investiga como a falta de fluência e a ausência de metacognição contribuem para as dificuldades de compreensão leitora dos alunos.
3. Estrutura dos Textos Informativos e Estratégias de Leitura
A pesquisa ressalta a dificuldade dos alunos em compreender a estrutura dos textos informativos, que costumam apresentar frases longas e estruturas sintáticas complexas. A falta de familiaridade com essas estruturas dificulta a identificação da informação relevante e a distinção entre informação principal e secundária. O estudo se propõe a investigar o papel do ensino explícito de estratégias de leitura para minimizar essas dificuldades. O uso de perguntas antes, durante e depois da leitura é apontado como recurso relevante para auxiliar na compreensão e na organização das informações. Assim, a investigação analisa como a compreensão da estrutura textual, em conjunto com estratégias de leitura específicas, impacta o nível de compreensão de diferentes gêneros textuais.
III.Metodologia da Pesquisa e Intervenção Pedagógica
A investigação, de natureza qualitativa, utilizou observação, intervenção pedagógica e questionários para avaliar as estratégias de leitura dos alunos. A intervenção, realizada em uma turma de 5º ano durante quatro meses, incluiu um período de observação e nove semanas de regências em Português, Matemática, Ciências Naturais e História e Geografia. A turma apresentava características socioeconômicas específicas, com alunos com dificuldades de leitura e necessidades educacionais especiais.
1. Descrição da Pesquisa Abordagem Qualitativa e Local de Estudo
A pesquisa, realizada durante a Prática de Ensino Supervisionada II (PES II), teve uma duração de quatro meses em uma turma de 5º ano, abrangendo as disciplinas de Português, Matemática, Ciências Naturais e História e Geografia de Portugal. A metodologia empregada foi qualitativa, focando-se na compreensão dos mecanismos, comportamentos e atitudes dos alunos em relação à compreensão leitora. A investigação se desenvolveu em duas etapas: um período de observação/intervenção de três semanas, para conhecer a turma e o trabalho dos professores cooperantes; e um período de nove semanas de regência, com os participantes do grupo trocando de área disciplinar a cada três semanas. A turma era composta por 20 alunos, incluindo três com retenção no 1º ciclo e sete acompanhados pelo Serviço de Psicologia e Orientação da escola, sendo que um deles utilizava medicação para hiperatividade. As idades variavam entre 11 e 13 anos, refletindo a realidade socioeconômica da região, com pais majoritariamente com formação em ensino fundamental ou médio, e alta taxa de desemprego.
2. Instrumentos de Recolha de Dados e Intervenção Pedagógica
A recolha de dados utilizou diversos instrumentos, incluindo observação participante, intervenção pedagógica direta e questionários. Os questionários, aplicados no início e no final da intervenção, visavam avaliar a utilização de estratégias de leitura pelos alunos, numa escala de 1 a 5, sendo 1 'nunca' e 5 'sempre'. O segundo questionário incluiu perguntas abertas para uma análise mais aprofundada da autopercepção dos alunos sobre o processo de aprendizagem e suas estratégias. A intervenção pedagógica se baseou em sugestões metodológicas de livros como “Ensinar e aprender a pensar”, de Maria Helena Salema, e “Compreensão da leitura dos modelos teóricos ao ensino explícito: um programa de intervenção para o 2º ciclo do ensino básico”, de Iolanda da Silva Ribeiro. A honestidade na análise dos dados é enfatizada, com a manutenção proposital de erros ortográficos e gramaticais nos documentos dos alunos para ilustrar suas dificuldades. A triangulação metodológica, combinando diferentes técnicas de recolha de dados, foi utilizada para validar as conclusões.
IV.Dificuldades de Compreensão Leitora Identificadas
A análise revelou que os alunos apresentavam dificuldades de compreensão leitora, principalmente com textos informativos, devido à falta de vocabulário, leitura pouco fluente, erros ortográficos, e dificuldades de análise textual. Eles também demonstravam dificuldades em utilizar estratégias de leitura eficazes, como a busca de significado de palavras desconhecidas no contexto. Uma análise crítica da leitura em sala de aula foi realizada.
1. Dificuldades na Compreensão e Leitura
A análise revelou que a principal dificuldade dos alunos era a compreensão da leitura. Essa dificuldade se manifestava de várias formas: falta de vocabulário, levando à incapacidade de decodificar palavras e expressões desconhecidas, mesmo com pistas contextuais; leitura pouco fluente e silabada, comprometendo a compreensão global do texto; conhecimento de mundo limitado, dificultando a conexão entre o texto e as experiências prévias; e a ausência de estratégias metacognitivas para monitorar a própria compreensão. Os alunos demonstravam pouca preocupação com a leitura integral dos textos e com a autocorreção das respostas, apresentando erros ortográficos frequentes e construções frásicas sem sentido. Em resumo, a compreensão leitora se mostrava fragilizada por uma série de fatores interligados, refletindo a necessidade de intervenções pedagógicas específicas para o desenvolvimento dessas habilidades.
2. Dificuldades Específicas com Textos Informativos
Observa-se uma maior dificuldade dos alunos na compreensão de textos informativos, em comparação com textos literários. A complexidade das estruturas sintáticas e a presença de frases longas, características comuns desse tipo de texto, constituíam um obstáculo significativo para a compreensão. A incapacidade de distinguir entre informações relevantes e acessórias também se mostrava problemática. A pesquisa destaca que a dificuldade em compreender textos informativos está intimamente relacionada com a falta de vocabulário e a ausência de habilidades para analisar a estrutura do texto, afetando a capacidade dos alunos de identificar a ideia principal e as informações essenciais. Essa dificuldade se mostrava em diferentes atividades de leitura, reforçando a necessidade de intervenções específicas para o desenvolvimento de estratégias para a leitura e compreensão desse tipo de texto.
3. Ausência de Reflexão Metacognitiva e Estratégias de Compensação
A análise indica uma ausência marcante de reflexão metacognitiva nos alunos, ou seja, a capacidade de pensar sobre o próprio processo de compreensão. Muitos alunos reconheciam que não haviam compreendido um texto, mas não buscavam estratégias para solucionar o problema, como esclarecer o significado de palavras desconhecidas ou recorrer a diferentes abordagens de leitura. A falta dessa autorregulação da compreensão contribui significativamente para as dificuldades apresentadas. A pesquisa revela a urgência de desenvolver essas capacidades metacognitivas nos alunos, para que eles possam se tornar leitores mais autônomos e capazes de monitorar e ajustar suas estratégias de leitura de acordo com as necessidades. A atividade 'Palavra da semana', implementada para ampliar o vocabulário e o uso do dicionário, se mostra como uma estratégia de compensação para essas dificuldades, embora ainda necessite de mais tempo e acompanhamento para resultados mais eficazes.
V.Estratégias de Ensino para a Compreensão Leitora
Para melhorar a compreensão leitora, foram implementadas diversas estratégias de ensino, incluindo atividades que visavam ampliar o vocabulário, desenvolver a metacognição, e ensinar estratégias de leitura explícitas. Essas estratégias foram aplicadas em diferentes áreas disciplinares, buscando interdisciplinaridade sempre que possível. A pesquisa buscou responder à questão: 'É possível ensinar a compreender?'
1. Ensino Explícito de Estratégias e Atividades Práticas
Para responder à questão central da pesquisa – 'É possível ensinar a compreender?' – foram elaboradas atividades práticas baseadas em sugestões metodológicas de livros como "Ensinar e aprender a pensar", de Maria Helena Salema, e "Compreensão da leitura dos modelos teóricos ao ensino explícito", de Iolanda da Silva Ribeiro. O foco principal foi no ensino explícito de estratégias de compreensão leitora, reconhecendo a importância dessa abordagem para o desenvolvimento de habilidades eficazes de leitura. As atividades foram planejadas com base nas dificuldades identificadas, buscando-se a promoção de um processo de aprendizagem ativa e significativa. O objetivo era munir os alunos com ferramentas para analisar diferentes tipos de texto, melhorando a capacidade de extrair significado, interpretar informações, e realizar inferências. O ensino explícito se mostrou fundamental para direcionar os alunos a estratégias específicas de leitura, superando as limitações observadas previamente.
2. Ampliação do Vocabulário e Uso do Dicionário
Uma estratégia crucial implementada foi a atividade "Palavra da semana", com três objetivos: ampliar o léxico dos alunos, desenvolver a habilidade de extrair significado de palavras a partir do contexto e promover o uso do dicionário. Essa estratégia se mostrou essencial diante das dificuldades identificadas relacionadas com a falta de vocabulário. O uso do dicionário foi destacado como fundamental para diversas atividades de desenvolvimento de estratégias de compreensão leitora, reforçando a importância do domínio lexical para a compreensão textual. A atividade teve como meta encorajar os alunos a buscarem autonomamente o significado de palavras desconhecidas, facilitando a compreensão de textos mais complexos e contribuindo para a construção de um vocabulário mais rico e preciso.
3. Estratégias de Leitura e Tipos de Compreensão
As atividades propostas buscaram mobilizar diferentes tipos de compreensão, incluindo compreensão literal, inferencial e crítica. Foram utilizados diversos recursos, como a análise de elementos paratextuais (título, subtítulos, imagens), a elaboração de resumos, a identificação de ideias-chave e a criação de títulos para textos lidos. A utilização de perguntas orientadoras foi testada para estimular o raciocínio e o pensamento crítico dos alunos, visando guiar sua interpretação textual. A pesquisa analisa os resultados dessas diferentes abordagens, avaliando a eficácia de cada estratégia na promoção da compreensão leitora e sua adaptação às necessidades específicas dos alunos, como a utilização de verbos de comando específicos no questionário para guiar as respostas. O feedback dos alunos sobre o impacto das estratégias implementadas foi utilizado para a avaliação contínua e para a adaptação das intervenções.
VI.Resultados e Conclusões da Intervenção
A intervenção pedagógica mostrou resultados positivos, com melhorias na compreensão leitora dos alunos. Observou-se um aumento na preocupação em esclarecer palavras desconhecidas, na leitura integral dos textos, na autocorreção das respostas e na utilização de informações paratextuais. Apesar de avanços significativos, os resultados indicam a necessidade de um processo contínuo e de longo prazo para o desenvolvimento de habilidades de compreensão leitora.
1. Melhorias na Compreensão e Utilização de Estratégias
A intervenção pedagógica resultou em melhorias na compreensão leitora dos alunos. Observou-se um aumento na preocupação em esclarecer dúvidas sobre palavras e expressões desconhecidas, utilizando mais frequentemente o dicionário. A leitura integral dos textos e das perguntas tornou-se mais comum, assim como a autocorreção das respostas, buscando coerência e atendimento ao que era solicitado. Houve uma redução significativa na quantidade de erros ortográficos e um aumento na atenção aos títulos, subtítulos, informações destacadas e imagens. Essas melhorias indicam um desenvolvimento gradual na capacidade dos alunos de utilizar as estratégias de leitura aprendidas, embora o processo de aprendizagem e a consolidação dessas habilidades requeira tempo e esforço contínuo.
2. Desempenho em Avaliações e Análise de Resultados
Um teste experimental foi aplicado para avaliar a compreensão leitora, utilizando perguntas que mobilizavam diferentes tipos de compreensão (literal, inferencial e crítica), e que exigiam a mobilização de estratégias relacionadas ao vocabulário e à estrutura textual. Nove alunos apresentaram resultados insatisfatórios, com desempenho inferior na interpretação de notícias em comparação com poemas, refletindo as dificuldades com textos informativos já identificadas. A análise detalhada revelou que a dificuldade se concentrava principalmente nas questões de interpretação, indicando a necessidade de um trabalho mais aprofundado sobre análise textual e interpretação de informações implícitas. Apesar dos resultados insatisfatórios em algumas questões, a pesquisa aponta uma evolução gradual no desempenho, com os alunos demonstrando maior atenção à estrutura do texto, a elementos paratextuais e aos comandos verbais das questões.
3. Conclusões sobre o Ensino da Compreensão Leitora
Os resultados da intervenção comprovam a possibilidade de ensinar a compreender, mas enfatizam a necessidade de um processo contínuo, que demanda tempo, empenho e consciência por parte de alunos e professores, sendo os resultados mais visíveis a longo prazo. A pesquisa conclui que as dificuldades na compreensão leitora da turma em estudo estavam relacionadas a um conhecimento de mundo reduzido, vocabulário limitado, ausência de fluência na leitura e incapacidade de refletir sobre o próprio processo de compreensão. Apesar das dificuldades iniciais, a intervenção promoveu avanços importantes, especialmente no que diz respeito à utilização do dicionário, leitura integral dos textos, autocorreção e utilização de informações paratextuais. A pesquisa reforça a importância do ensino explícito de estratégias de compreensão leitora como um processo fundamental e de longo prazo para o desenvolvimento dessas habilidades.
VII.Reflexões sobre a Prática Docente
A experiência da Prática de Ensino Supervisionada (PES) reforçou a importância da paixão pela profissão docente, da relação professor-aluno e da necessidade de estratégias de ensino da leitura que contemplem a realidade e os interesses dos alunos. A pesquisa destaca a necessidade de um ensino explícito de estratégias de leitura, adaptadas às necessidades específicas da turma, e a importância da motivação para o sucesso na aprendizagem.
1. A Importância da Interdisciplinaridade e o Papel da Motivação
A experiência da Prática de Ensino Supervisionada (PES I e II) destacou a importância da interdisciplinaridade e da motivação. Na PES I, as estratégias interdisciplinares se mostraram eficazes, promovendo aprendizagens significativas e maior participação dos alunos. Na PES II, embora o planejamento individualizado por disciplina tenha limitado a interdisciplinaridade, a motivação se mostrou essencial para o sucesso das aulas. A autora destaca a observação de que alunos motivados apresentam maior concentração e menos comportamentos desordeiros, reforçando a importância do papel do professor em criar um ambiente de aprendizagem estimulante e envolvente, que considere a realidade e os interesses dos alunos. A escolha de estratégias e recursos didáticos, como PowerPoint, animações 3D, jogos e recursos manipuláveis, também teve impacto positivo na motivação e na aprendizagem. A observação da autora aponta para a necessidade de uma aprendizagem significativa, onde os alunos se sintam ativos e participantes.
2. Estratégias de Gestão de Sala de Aula e Recursos Didáticos
A experiência de gestão da sala de aula, sobretudo na PES I com uma turma mais heterogênea, evidenciou a importância da adaptação constante das estratégias de ensino. A autora descreve diversas estratégias para lidar com comportamentos disruptivos, como a criação de uma 'coleção' para materiais perdidos, restrições ao uso do quadro para alunos que circulavam pela sala sem autorização, regras para solicitar a palavra e a retirada de materiais para alunos que realizavam tarefas não solicitadas. A experiência na PES I serviu como aprendizado para a PES II, onde regras de comportamento foram implementadas desde o início para evitar problemas disciplinares. A utilização de recursos didáticos como PowerPoint, animações 3D, jogos e vídeos mostrou resultados positivos, prendendo a atenção dos alunos e facilitando o aprendizado. A autora observa que a escolha dos recursos deve ser cuidadosa, levando em conta as características do grupo e o tema abordado, e que as novas tecnologias se mostraram uma mais-valia, especialmente para alunos da geração digital.
3. Reflexões sobre a Profissão Docente e a PES
A autora expressa sua paixão pela profissão docente, comparando-a a uma arte complexa que vai além da transmissão de conhecimento, envolvendo uma relação constante com os alunos, professores e comunidade. A experiência da PES I e II, descrita como uma oportunidade valiosa, proporcionou um aprendizado significativo sobre diferentes aspectos da prática pedagógica. A autora destaca a importância de reconhecer as diferenças individuais entre os alunos como potencializadoras da aprendizagem, citando como exemplos positivos a diversidade cultural, o nível de desenvolvimento acadêmico e a diversidade socioeconômica. A reflexão final sobre a prática docente enfatiza a necessidade de estratégias de ensino que promovam a participação ativa dos alunos, respeitando suas realidades e interesses, e adaptadas às particularidades de cada turma e contexto. A autora conclui que o sucesso do processo de aprendizagem reside em grande parte na motivação dos alunos e na capacidade do professor de criar um ambiente estimulante e acolhedor.