Logística reversa: um estudo sobre as práticas dos supermercados em relação ao destino das embalagens descartáveis

Logística Reversa em Supermercados

Informações do documento

Autor

Geovanea Trindade

instructor Dr. Moacir Francisco Deimling
Escola

Universidade Federal da Fronteira Sul

Curso Administração
Tipo de documento Trabalho de Conclusão de Curso
Idioma Portuguese
Formato | PDF
Tamanho 1.86 MB

Resumo

I.Práticas de Logística Reversa de Embalagens Descartáveis em Supermercados de Chapecó SC

Este estudo qualitativo, realizado em 12 supermercados de Chapecó/SC, avaliou as práticas de logística reversa de embalagens descartáveis (exceto as primárias). A pesquisa, utilizando entrevistas semiestruturadas com gestores, revelou que a reciclagem e o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) são deficientes. Apenas duas empresas separam corretamente o lixo por tipo de material; oito gestores desconhecem o destino final dos resíduos doados. A maioria conhece a PNRS, mas não age de acordo com a legislação. O fator econômico prevalece sobre a sustentabilidade, prejudicando a implementação de sistemas de gestão de resíduos sólidos. A falta de parcerias entre setor público, privado e ONGs também contribui para essa situação.

1. Metodologia e Abordagem da Pesquisa

O estudo utilizou uma abordagem qualitativa, descritiva e de estudo de caso múltiplo, em 12 supermercados de Chapecó, Santa Catarina. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas com os gerentes de cada estabelecimento. A escolha desta metodologia permitiu uma análise profunda das práticas de logística reversa, focando na compreensão das nuances e complexidades do processo, ao invés de quantificações. A análise qualitativa permitiu explorar a diversidade de práticas entre as redes de supermercados, identificando as diferentes abordagens e os fatores que influenciam a implementação da logística reversa. A metodologia adotada permitiu também uma investigação detalhada das percepções e entendimentos dos gestores sobre suas responsabilidades em relação à logística reversa e ao destino final dos resíduos sólidos gerados pelas operações do supermercado. O uso de entrevistas semiestruturadas proporcionou flexibilidade para aprofundar questões relevantes e explorar temas emergentes durante a conversa com os participantes.

2. Resultados da Pesquisa Práticas de Logística Reversa

A pesquisa revelou uma grande disparidade nas práticas de logística reversa entre os supermercados. Somente duas empresas demonstravam separar corretamente os resíduos sólidos de acordo com a natureza do material, indicando uma baixa adesão às práticas recomendadas de gestão de resíduos. A maioria dos gestores (oito) desconhecia o destino final dos resíduos sólidos doados, demonstrando falta de rastreabilidade e controle sobre o processo de descarte. Observa-se também uma falta de compreensão sobre a responsabilidade dos supermercados em relação à logística reversa de embalagens oriundas de suas operações, mesmo aqueles que alegaram conhecer a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A ausência de parcerias com o setor público, privado e ONGs compromete a eficácia de programas de logística reversa e reciclagem. O estudo destaca a predominância do fator econômico sobre as preocupações ambientais nas decisões das empresas, dificultando a implantação de práticas sustentáveis de gestão de resíduos.

3. Resultados da Pesquisa Destino das Embalagens e Materiais

A pesquisa investigou o destino das embalagens descartáveis geradas pelos supermercados. Embora todos os entrevistados afirmassem separar as embalagens antes da doação, a prática variava significativamente. Apenas quatro empresas tinham conhecimento do destino final dos materiais doados, demonstrando uma lacuna no acompanhamento do ciclo de vida das embalagens após a saída dos supermercados. O reaproveitamento de embalagens, especialmente caixas de papelão, era uma prática comum, motivada principalmente pela redução de custos com sacolas plásticas. No entanto, a preocupação ambiental com a destinação final dessas embalagens era frequentemente limitada. A pesquisa observou que, em alguns casos, a armazenagem inadequada de materiais como caixas de madeira era observada, contrariando os relatos dos gestores. A pesquisa também destacou que a responsabilidade do descarte era frequentemente delegada a associações, sem um controle efetivo sobre a correta separação e reciclagem dos materiais.

4. Resultados da Pesquisa Conhecimento e Aplicação da PNRS

O estudo analisou o conhecimento e a aplicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) pelos gestores dos supermercados. Sete entrevistados demonstraram conhecimento da lei e da logística reversa, enquanto os outros cinco a desconheciam. Entretanto, mesmo aqueles que possuíam conhecimento da PNRS, não aplicavam adequadamente os preceitos da lei em relação ao descarte das embalagens, muitas vezes transferindo a responsabilidade para as associações. A pesquisa destacou a falta de locais visíveis e de fácil acesso para a devolução de produtos com logística reversa determinada por lei (pilhas, lâmpadas), indicando um hiato entre a conscientização e a prática. A pesquisa concluiu que, apesar da pressão da sociedade e das autoridades, o descarte das embalagens não era adequado, caracterizando-se por uma simples transferência de responsabilidade para as associações.

II.A PNRS e a Responsabilidade Compartilhada

A pesquisa destaca a importância da PNRS (Lei nº 12.305/2010) no contexto da logística reversa e sustentabilidade. A lei institui a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, incluindo fabricantes, distribuidores, comerciantes e consumidores. O estudo demonstra a necessidade de um maior entendimento e implementação da lei pelos supermercados, considerando a gestão de resíduos como parte integral de suas operações. A pesquisa aponta que a reciclagem de materiais como papelão e plástico apresenta índices baixos (52,3% e 8,2%, respectivamente, segundo dados da ABRELPE), ressaltando a urgência em melhorar as práticas de logística reversa.

1. A Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS e seus Princípios

A PNRS (Lei nº 12.305 de 2010) é apresentada como o arcabouço legal que define as responsabilidades e deveres de entes públicos e privados na gestão de resíduos sólidos. A lei enfatiza a destinação correta dos resíduos e busca minimizar impactos ambientais ao longo do ciclo de vida dos produtos, da fabricação ao descarte final. A PNRS estabelece princípios cruciais como a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, incluindo fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e o serviço público de limpeza urbana. A lei diferencia resíduos (que podem ser reaproveitados ou reciclados) de rejeitos (destinados à disposição final). A PNRS também define instrumentos como planos de resíduos sólidos, coleta seletiva, sistemas de logística reversa, incentivo a cooperativas de catadores e o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos (SINIR). O Decreto de Lei nº 7.404/2010 complementa a PNRS, priorizando cooperativas de catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis em sistemas de coleta seletiva e logística reversa.

2. Responsabilidade Compartilhada e o Setor Supermercadista

A pesquisa destaca a responsabilidade compartilhada estabelecida pela PNRS (artigo 30) como crucial para a gestão de resíduos sólidos. Essa responsabilidade se estende a toda a cadeia produtiva, da indústria aos consumidores, passando pelos distribuidores e comerciantes, incluindo os supermercados. O artigo 25 da PNRS reforça que o poder público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis por garantir o cumprimento da lei. O estudo demonstra, no entanto, que muitos gestores de supermercados se eximem de suas responsabilidades, transferindo-as para a indústria e os consumidores. A pesquisa aponta para a necessidade de os supermercados assumirem um papel mais ativo na busca de alternativas sustentáveis para o descarte de embalagens e produtos, como o uso de sacolas retornáveis e biodegradáveis, a criação de pontos de coleta de materiais específicos (pilhas, lâmpadas), a aquisição de produtos de fornecedores responsáveis e a promoção de educação ambiental. A falta de parcerias entre supermercados, poder público e associações de reciclagem é também criticada, com o estudo sugerindo acordos setoriais como uma solução para melhorar a gestão de resíduos sólidos.

3. Implicações da PNRS para a Logística Reversa

A PNRS e seu conceito de responsabilidade compartilhada impactam diretamente a logística reversa de embalagens e produtos. A pesquisa evidencia a falta de conhecimento e aplicação efetiva da lei por parte de alguns gestores de supermercado, mesmo aqueles que declararam conhecer a PNRS. A pesquisa destaca a importância da logística reversa como um instrumento para o desenvolvimento econômico e social, envolvendo ações para viabilizar a coleta e devolução de resíduos para reaproveitamento ou destinação final adequada. O estudo mostra a dificuldade em implementar a logística reversa de forma eficiente, apontando como fatores inibidores os altos custos associados (infraestrutura, transporte, frete) e a escassez de empresas especializadas nesse tipo de serviço. A responsabilidade municipal pela coleta seletiva também é mencionada como um fator que influencia as ações dos supermercados, com a pesquisa mostrando que a falta de um sistema adequado de coleta seletiva impacta negativamente as iniciativas de logística reversa pelos supermercados.

III.Práticas de Gestão de Resíduos nos Supermercados

As práticas de gestão de resíduos nos supermercados analisados variam significativamente. Algumas empresas doam embalagens recicláveis para associações, enquanto outras transferem a responsabilidade da reciclagem para essas entidades. O reaproveitamento de embalagens de papelão é comum, buscando reduzir gastos com sacolas plásticas, mas a preocupação ambiental é limitada. A pesquisa identifica que a disposição inadequada de resíduos sólidos, incluindo embalagens de madeira e paletes, é frequente, principalmente em locais mais afastados do centro urbano. A falta de um sistema eficiente de coleta seletiva municipal também impacta negativamente as iniciativas de logística reversa.

1. Métodos de Separação e Destinação de Resíduos

A pesquisa revelou grande variação nos métodos de gestão de resíduos entre os 12 supermercados estudados em Chapecó/SC. Apenas dois supermercados demonstravam a separação correta de resíduos de acordo com a sua composição, enquanto oito gerentes sequer sabiam o destino final dos resíduos doados. A maioria dos estabelecimentos delegava a responsabilidade da separação e destinação dos resíduos a associações de reciclagem, sem um efetivo controle do processo. O armazenamento de materiais como caixas de madeira demonstrava, em alguns casos, práticas inadequadas, com materiais armazenados na rua, em vez do depósito, indicando falta de cuidado na gestão dos resíduos. Em relação aos paletes, todos eram retornáveis, indicando uma prática mais organizada nesta área específica, contudo o descarte dos paletes danificados não era descrito detalhadamente. Algumas iniciativas positivas foram observadas, como a doação de plásticos e papelões para reciclagem, a compra de produtos com embalagens recicladas ou retornáveis, e a destinação adequada de gorduras de produção própria (em alguns supermercados). Apesar disso, a falta de um controle e rastreabilidade mais eficaz sobre o destino dos resíduos demonstra a necessidade de melhorias significativas nas práticas de gestão.

2. Reaproveitamento de Embalagens e Práticas de Consumo Consciente

O reaproveitamento de embalagens, principalmente caixas de papelão, era uma prática comum entre os supermercados, muitas vezes motivada pela redução de custos com sacolas plásticas. No entanto, a perspectiva ambiental relacionada ao reaproveitamento era frequentemente negligenciada. A disponibilização de caixas de papelão para os clientes, embora visando economia em sacolas plásticas (um aspecto econômico), não considerava a possibilidade de contaminação do material por lixo úmido, comprometendo a reciclagem. Os baixos índices de recuperação de papel (52,3%) e plástico (8,2%) demonstram a necessidade de se adotar práticas mais sustentáveis, como o uso de embalagens retornáveis ou de múltiplas viagens. A pesquisa indica que a preocupação com a sustentabilidade em alguns supermercados estava centrada na redução de custos (como o uso de caixas de papelão para substituir sacolas plásticas), sem levar em consideração os impactos ambientais do descarte inadequado das embalagens. O foco na redução do consumo de sacolas plásticas esquecendo a produção de outros resíduos pelos próprios supermercados foi um ponto destacado pela pesquisa.

3. Parcerias e Responsabilidade do Supermercado

A pesquisa mostrou a ausência de parcerias formais entre os supermercados e o terceiro setor (associações de catadores de materiais recicláveis). Embora muitos gestores relatassem uma relação com essas associações, o estudo considera essas relações como simples transferências de responsabilidade, sem configurar uma verdadeira parceria. A existência de algumas parcerias pontuais, como a do Supermercado B com o programa Mesa Brasil do SESI para doação de alimentos, demonstra a viabilidade de colaborações mais estruturadas. A pesquisa sugere a formação de acordos setoriais, previstos em lei (Decreto de Lei nº 7.404), como uma alternativa para melhorar a cooperação entre empresas, poder público e associações. Os acordos setoriais permitiriam uma organização mais eficiente da logística reversa, incluindo a definição clara das responsabilidades e a operacionalização do sistema de coleta e destinação dos resíduos. A pesquisa finaliza enfatizando a necessidade de os supermercados serem promotores do consumo sustentável, fornecendo informações aos clientes sobre o impacto dos produtos e embalagens, além de promover a conscientização ambiental para colaboradores e fornecedores.

IV.Parcerias e Ações para a Sustentabilidade

O estudo revela a ausência de parcerias efetivas entre os supermercados, o poder público e ONGs para a implementação da logística reversa. Embora alguns supermercados relatem parcerias com associações de catadores, essas relações não são consideradas parcerias estruturadas. A pesquisa sugere a necessidade de acordos setoriais, previstos no Decreto de Lei nº 7.404, para melhorar a coordenação e a eficiência da gestão de resíduos. Algumas ações de sustentabilidade são mencionadas, como a doação de alimentos e a utilização de embalagens recicladas, mas ainda são insuficientes para atender às metas da PNRS e promover um consumo consciente. O programa Mesa Brasil (com o supermercado B) é um exemplo positivo.

1. Ausência de Parcerias Estruturadas para Sustentabilidade

A pesquisa constatou a ausência de parcerias formais entre os doze supermercados estudados, o poder público e organizações não-governamentais (ONGs) para a promoção da sustentabilidade. Embora alguns gestores relatassem relações com o terceiro setor, principalmente associações de catadores de materiais recicláveis, essas relações eram consideradas informais e sem estruturação formal de parceria. A falta de parcerias compromete a eficácia da gestão de resíduos sólidos e a implementação de programas de logística reversa, dificultando a destinação correta de embalagens e outros materiais. A pesquisa destaca a importância da colaboração entre os setores público, privado e terceiro setor para o alcance de metas de sustentabilidade, apontando para a necessidade de acordos e parcerias mais estruturadas que garantam o comprometimento e a eficiência dos programas de sustentabilidade. Um exemplo de parceria pontual e bem sucedida foi a do Supermercado B com o Programa Mesa Brasil do SESI, para a doação de alimentos.

2. Ações Individuais de Sustentabilidade nos Supermercados

Apesar da ausência de parcerias formais, a pesquisa identificou algumas ações individuais voltadas para a sustentabilidade implementadas pelos supermercados. Entre essas ações estão a doação de plásticos e papelões para associações de reciclagem; a compra de produtos de fornecedores que utilizam embalagens confeccionadas com material reciclado ou retornáveis; e o uso de barris para acondicionamento de gorduras resultantes de processos de fabricação próprios (supermercados A e F). Também foi mencionada a doação de alimentos para instituições assistenciais (Supermercado B). Entretanto, essas ações são pontuais e não estruturadas, mostrando a necessidade de iniciativas mais amplas e coordenadas para alcançar maior impacto na sustentabilidade. O estudo destaca que a motivação para algumas ações, como a disponibilização de caixas de papelão aos clientes, é predominantemente econômica (redução do uso de sacolas plásticas), sem uma preocupação ambiental mais abrangente, revelando a necessidade de uma mudança de paradigma em relação ao conceito de sustentabilidade.

3. Recomendações para uma Gestão Sustentável

Para promover a sustentabilidade no setor supermercadista, o estudo recomenda a implementação de diversas ações. A criação de parcerias e acordos setoriais entre empresas, poder público e associações de catadores (previstos no Decreto de Lei nº 7.404) é fundamental para a organização da logística reversa. A pesquisa aponta para a importância de ações de conscientização socioambiental para consumidores, fornecedores e colaboradores. A adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo, a disponibilização de locais visíveis para coleta de pilhas e lâmpadas, e a busca por fornecedores que priorizam a sustentabilidade em seus processos produtivos também são essenciais. A pesquisa sugere que os supermercados, por estarem em contato direto com os consumidores, são fundamentais na promoção do consumo consciente e na disseminação de informações sobre os impactos ambientais dos produtos e embalagens. O estudo conclui que a indústria também tem um papel crucial na mudança, precisando repensar as embalagens tradicionais e os processos produtivos para minimizar os impactos ambientais e sociais.

V.Conclusões e Recomendações

O estudo conclui que a logística reversa de embalagens descartáveis nos supermercados de Chapecó/SC apresenta diversas deficiências. A falta de conhecimento sobre a PNRS, a priorização do aspecto econômico sobre a sustentabilidade, e a ausência de parcerias efetivas são fatores cruciais. Para melhorar a situação, o estudo recomenda a implementação de ações de educação ambiental, a promoção de parcerias público-privadas, a adoção de práticas de reciclagem mais eficientes e o estímulo ao reaproveitamento e reutilização de embalagens. O desenvolvimento de um sistema de coleta seletiva municipal eficiente também é fundamental para garantir o sucesso das iniciativas de logística reversa.

1. Principais Conclusões sobre a Gestão de Resíduos nos Supermercados

O estudo conclui que a gestão de resíduos sólidos e a implementação da logística reversa de embalagens descartáveis nos supermercados de Chapecó/SC apresentam deficiências significativas. A pesquisa identificou uma grande variação nas práticas, com apenas duas empresas demonstrando separação adequada de resíduos por tipo de material. A maioria dos gestores demonstrava desconhecimento sobre o destino final dos resíduos doados, e muitos, apesar de alegarem conhecer a PNRS, não a aplicavam corretamente. A falta de parcerias formais entre os supermercados, o poder público e o terceiro setor compromete a eficácia dos programas de gestão de resíduos, mostrando-se como um entrave à sustentabilidade. O fator econômico, em detrimento de preocupações ambientais, se mostrou predominante nas decisões das empresas pesquisadas. A pesquisa identificou práticas como o reaproveitamento de caixas de papelão, porém, frequentemente motivadas por redução de custos em detrimento de uma gestão ambiental efetiva. A armazenagem inadequada de materiais, como caixas de madeira, também foi observada, contradizendo o relato de alguns gestores em entrevistas. Os baixos índices de recuperação de materiais como papel e plástico reforçam a necessidade de melhorias urgentes.

2. Recomendações para Melhoria na Gestão de Resíduos e Sustentabilidade

Para melhorar as práticas de gestão de resíduos e promover a sustentabilidade no setor supermercadista, a pesquisa apresenta diversas recomendações. A principal delas é a implementação de parcerias estruturadas entre as empresas, o poder público e as associações de catadores de materiais recicláveis, idealmente por meio de acordos setoriais, conforme previsto no Decreto de Lei nº 7.404. Além disso, a pesquisa enfatiza a necessidade de ações de educação ambiental para consumidores, fornecedores e colaboradores dos supermercados, visando promover a conscientização sobre o impacto dos resíduos e a importância da reciclagem e destinação adequada. A disponibilização de locais visíveis e de fácil acesso para o descarte correto de produtos com logística reversa definida por lei (pilhas, lâmpadas) é crucial. A pesquisa recomenda também que os supermercados priorizem a compra de produtos com embalagens recicladas ou retornáveis, promovam o uso de sacolas retornáveis e biodegradáveis e busquem fornecedores que se comprometam com práticas sustentáveis em sua cadeia de produção. A pesquisa conclui salientando a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, como preconiza a PNRS, e a necessidade de os supermercados se tornarem agentes ativos na construção de um modelo de consumo mais consciente e sustentável.

Referência do documento

  • ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados). ABRAS: Setor supermercadista fatura R$ 353,2 bilhões em 2017. (ABRAS)
  • ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados). Menos lixo: é hora de economizar dinheiro. (ABRAS)
  • O crescimento está de volta. Revista Super-hiper. (Revista Super-hiper)