A arquitectura do Bairro Social : da participação à apropriação : 1945-presente : Viseu : Porto : Viseu

A arquitectura do Bairro Social : da participação à apropriação : 1945-presente : Viseu : Porto : Viseu

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Universidade [Nome da Universidade - informação faltante]

Curso [Nome da especialização - informação faltante]
Ano de publicação [Ano - informação faltante]
Local Viseu/Porto
Tipo de documento [Tipo de documento - informação faltante, ex: Dissertação, Tese, etc.]
Idioma Portuguese
Formato | PDF
Tamanho 24.17 MB

Resumo

I.Arquitetura e Habitação em Portugal Um Olhar sobre o Século XX

Este documento explora a arquitetura portuguesa do século XX, com foco na habitação e no urbanismo. São analisadas diferentes perspectivas, desde a arquitetura social até à influência do Estado Novo no desenvolvimento urbano. Autores importantes como Nuno Portas, conhecido por suas pesquisas em arquitetura, habitação e urbanismo, e Giancarlo de Carlo, com sua abordagem de “arquitetura da participação”, são mencionados. A problemática da habitação social em Portugal, incluindo os desafios dos bairros de lata e a busca por soluções modernas, também é abordada, assim como o contraste entre a arquitetura tradicional portuguesa e o modernismo.

1. Aspectos Gerais da Arquitetura Portuguesa do Século XX

Esta seção introduz a temática principal, focando-se na arquitetura e habitação em Portugal durante o século XX. São mencionados autores relevantes como Maria do Carmo Séren (Do outro lado da linha), Nuno Portas (A cidade como arquitetura), e Rogério de Azevedo (A arquitetura no plano social, extraído de Teoria e crítica da arquitetura do século XX), indicando a diversidade de abordagens e perspectivas. A referência ao Centro Canadiano de Arquitetura (CCA) destaca a importância da pesquisa e preservação de materiais arquitetônicos. A problemática dos bairros de lata, designados como “ilhas” no Porto, é apresentada, contrastando com a ideia de habitação idealizada. A definição de 'tugúrio' como abrigo precário evidencia as disparidades de condições habitacionais da época. A obra de José Luís Sert (Caso de aplicação: Cidade) e Giancarlo de Carlo (Uma arquitetura da participação) são citadas, prenunciando discussões subsequentes sobre a participação social na arquitetura e planejamento urbano. A inclusão de Nuno Portas, com sua formação na Escola Superior de Belas-Artes do Porto e trabalho posterior no LNEC, demonstra a trajetória de um arquiteto que pesquisou e escreveu sobre a cidade como instrumento da arquitetura, antecipando debates sobre a relação entre arquitetura e o contexto social.

2. A Habitação e a Questão Social

O conceito de habitação é definido como lugar de morada, casa, residência, enfatizando a busca por uma habitação ampla e confortável. O estudo do sociólogo francês Robert Castel sobre exclusão social aponta para uma dimensão crítica na análise da habitação, conectando-a com as condições sociais mais amplas. Francisco Keil do Amaral (“O problema da habitação”), que viveu durante o Estado Novo, é mencionado como um arquiteto que, apesar de contribuir para obras públicas, não se alinhava totalmente com o regime ditatorial e buscou integrar a arquitetura tradicional portuguesa com o modernismo. A menção de um conjunto de cartazes de Maria Barata, distribuídos em escolas, sugere uma propaganda visual da época, possivelmente relacionada à questão da habitação ou urbanismo. Jorge da Costa (Guia de arquitetura moderna – Porto 1901|2001 – Bairros do estado Novo) indica a existência de estudos específicos sobre bairros construídos durante o Estado Novo. Ana Patrícia dos Santos Rocha (A casa das Marinhas) contribui para a análise da arquitetura moderna e tradição na obra de Viana de Lima, mostrando a complexidade da arquitetura portuguesa em seu desenvolvimento histórico.

3. Modernismo Estado Novo e a Arquitetura Social

Esta seção discute o impacto dos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna (CIAM) como espaços de debate internacional sobre arquitetura e urbanismo. A inclusão de um lema do Estado Novo sugere a ideologia oficial do regime e sua influência nas políticas públicas. A citação de um documentário sobre a Exposição do Mundo Português complementa a discussão sobre o período, provavelmente revelando as imagens e ideias projetadas pelo regime. A obra de Luís Santiago Baptista, Joaquim Moreno, Fredy Massad e Alicia Guerrero Yeste (Arquitetura Social – Três olhares críticos) mostra a existência de uma perspectiva crítica sobre a arquitetura social, abrindo possibilidades para análises mais profundas. Um testemunho de uma habitante do Bairro da Bouça (Entrevista 4) ilustra a experiência direta dos moradores. Finalmente, referências de dicionários online (Infopédia), para definir termos como 'cidade', 'bairro' e 'social' , destacam o esforço de contextualizar a pesquisa dentro de um marco conceitual preciso.

II.Figuras Chave da Arquitetura Portuguesa

O documento destaca diversas figuras importantes na arquitetura portuguesa. Nuno Portas (1934-), arquiteto e pesquisador, investiu na pesquisa de arquitetura, habitação e urbanismo, influenciando a discussão sobre a cidade como instrumento da arquitetura. José Luís Sert é citado por seus estudos sobre a cidade, enquanto Giancarlo de Carlo contribuiu com o conceito de “arquitetura da participação”. Francisco Keil do Amaral (1910-), que viveu durante o Estado Novo, buscou um equilíbrio entre a arquitetura tradicional portuguesa e o modernismo.

1. Nuno Portas Arquitetura Habitação e Urbanismo

Nuno Portas (nascido em 23 de setembro de 1934), figura central no documento, é apresentado como um arquiteto que se licenciou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1959. Sua trajetória inclui colaboração com Nuno Teotónio Pereira e a direção da revista Arquitectura. A partir de 1962, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), dedicou-se à pesquisa em Arquitetura, Habitação e Urbanismo, atuando como coordenador. Suas investigações resultaram em livros que abordam a cidade como instrumento da arquitetura, demonstrando um interesse na interação entre o projeto arquitetônico e o contexto urbano e social. A sua formação e experiência profissional destacam-no como uma figura crucial para entender as relações entre arquitetura, habitação e planejamento urbano em Portugal no século XX. Sua obra se insere dentro de uma discussão sobre o papel da arquitetura na construção da cidade, e suas pesquisas se demonstram fundamentais para entender as transformações urbanas e habitacionais ocorridas no período.

2. José Luís Sert e Giancarlo de Carlo Perspectivas sobre a Cidade e a Arquitetura

José Luís Sert é citado em relação a um “Caso de aplicação: Cidade” dentro da obra “Teoria e crítica da arquitetura do século XX”. Sua contribuição sugere uma abordagem prática e analítica da arquitetura na relação com o contexto urbano. Giancarlo de Carlo, por sua vez, é apresentado como autor de “Uma arquitetura da participação”, também presente em “Teoria e crítica da arquitetura do século XX”, indicando uma perspectiva que enfatiza a participação social no processo de projeto e construção. Ambas as referências indicam diferentes abordagens teóricas sobre o papel da arquitetura na sociedade, com ênfase em diferentes perspectivas sobre a relação entre arquitetura e a população, planejamento e contexto social. Juntos, Sert e De Carlo oferecem uma variedade de olhares sobre a cidade e arquitetura, que podem ser usados em conjunto para analisar as transformações e desafios do urbanismo e habitação em Portugal durante o século XX.

3. Francisco Keil do Amaral Arquitetura Tradicional e Modernismo

Francisco Keil do Amaral (1910-?), outro arquiteto relevante no documento, nasceu em Lisboa e viveu durante o Estado Novo. Sua trajetória é descrita como uma busca por conciliar a arquitetura tradicional portuguesa com o modernismo, numa atitude que se coloca em tensão com as imposições ideológicas do regime ditatorial. Apesar de ter contribuído com obras públicas, não se alinhava totalmente com os ideais do governo, sugerindo uma independência de pensamento em meio a um contexto político restritivo. Sua experiência demonstra a complexidade de se trabalhar na área da arquitetura num período de forte controle ideológico, mostrando o esforço de criar projetos significativos, dentro de uma complexa relação entre arquitetura tradicional e a influência do modernismo, numa perspectiva própria e original.

III.O Impacto do Estado Novo na Arquitetura e Urbanismo

A influência do regime do Estado Novo na arquitetura e no urbanismo português é um tema recorrente. O documento aborda como o regime impactou as políticas de habitação, especialmente em relação à construção de bairros sociais. A análise inclui a discussão sobre a dicotomia entre os ideais modernistas e a preservação da arquitetura tradicional portuguesa e a relação entre as políticas governamentais e as condições de habitação da população.

IV.Conceitos Chave e Debates

O documento discute conceitos centrais relacionados à arquitetura social em Portugal, explorando o significado de termos como “bairro”, “cidade” e “habitação” em seu contexto socio-histórico. Além disso, a influência dos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna (CIAM) e o debate em torno de diferentes abordagens para a arquitetura e o urbanismo, entre o modernismo e a arquitetura tradicional portuguesa, são temas relevantes.

1. Definição de Conceitos Chave Habitação Bairro e Cidade

O documento define 'habitação' como lugar em que se habita, incluindo sinônimos como casa, morada, residência, vivenda e domicílio. Essa definição, embora simples, é fundamental para contextualizar as discussões sobre as condições de vida e as políticas de habitação. A utilização de termos como 'bairro' e 'cidade' é contextualizada através de referências a dicionários online (Infopédia), mostrando a preocupação com a precisão terminológica e a necessidade de definir os conceitos dentro de um marco conceitual específico. A definição de 'social', também encontrada no Infopédia, é relevante para entender o contexto da 'arquitetura social' e as discussões sobre habitação e exclusão social, temas recorrentes em todo o documento. A busca por precisão conceitual indica o rigor acadêmico da análise e a intenção de evitar ambiguidades na discussão.

2. Debates sobre Arquitetura e Urbanismo Modernismo e Tradição

O texto apresenta um debate implícito entre a arquitetura moderna e a arquitetura tradicional portuguesa. A obra de Francisco Keil do Amaral ilustra essa tensão, mostrando sua tentativa de conciliar ambos os estilos. A discussão sobre o modernismo é subjacente a diversas partes do documento, implícito em autores e obras citados. A menção aos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna (CIAM) como locais de discussão internacional sobre arquitetura e urbanismo, demonstra a presença de um contexto mais amplo para a análise. As diferentes perspectivas apresentadas, através das obras citadas, demonstram diferentes abordagens para a arquitetura e urbanismo, com a relação entre os estilos e a visão social dos autores sendo pontos de debate implicitos. A análise das diferentes abordagens é fundamental para entender a evolução da arquitetura portuguesa, durante o período.

3. Arquitetura da Participação e a Questão Social

A obra de Giancarlo de Carlo, com sua “arquitetura da participação”, introduz a ideia de participação social no processo de criação e construção arquitetônica. Essa perspectiva contraria modelos tradicionais de planejamento urbano e arquitetura, que priorizam a perspectiva do arquiteto sem uma real participação da comunidade. A obra de Robert Castel sobre exclusão social indica que a discussão sobre a arquitetura deve levar em consideração as condições socioeconômicas da população. A relação entre a “arquitetura da participação” e a questão social é fundamental para analisar criticamente o papel da arquitetura no contexto social e político. A visão de De Carlo aponta para uma abordagem mais inclusiva e democrática, que considera as necessidades e as perspectivas dos futuros usuários. A perspectiva de Castel nos permite analisar as limitações de modelos arquitetônicos que não consideram os contextos sociais mais amplos.

V.Fontes e Referências

O documento cita diversas fontes, incluindo livros (“Teoria e crítica da arquitetura do século XX”), artigos acadêmicos, entrevistas (como a entrevista #4 sobre o Bairro da Bouça), e recursos online (como o vídeo sobre a Exposição do Mundo Português e dicionários online como o Infopédia, que define termos como 'cidade', 'bairro' e 'social'). Essas fontes sustentam a análise da arquitetura, habitação e urbanismo em Portugal durante o século XX.

1. Fontes Bibliográficas e Acadêmicas

O documento cita diversas fontes bibliográficas e acadêmicas como base para sua análise. Entre elas, destaca-se a obra “Teoria e crítica da arquitetura do século XX”, na qual são citados autores como Rogério de Azevedo, José Luís Sert e Giancarlo de Carlo. As páginas específicas citadas indicam uma busca por precisão e demonstram que a pesquisa foi embasada em análises específicas desses autores. Outros livros citados incluem “Do outro lado da linha”, de Maria do Carmo Séren; “A cidade como arquitetura”, de Nuno Portas; “O problema da habitação”, de Francisco Keil do Amaral; e “Arquitetura Social – Três olhares críticos”, de Luís Santiago Baptista, Joaquim Moreno, Fredy Massad e Alicia Guerrero Yeste. Essa diversidade de fontes sugere uma pesquisa abrangente e um esforço para apresentar múltiplas perspectivas sobre o tema.

2. Fontes Primárias e Testemunhos

Além de fontes bibliográficas, o documento recorre a fontes primárias. Um exemplo disso é o testemunho de uma moradora do Bairro da Bouça, cuja entrevista completa pode ser encontrada em uma tese. A inclusão desse testemunho evidencia a importância de considerar a experiência direta das pessoas como complemento à análise acadêmica. A menção a um conjunto de cartazes de Maria Barata, de 1938, e a uma citação de um documentário sobre a Exposição do Mundo Português, indicam a utilização de materiais visuais e de registros audiovisuais como fontes para complementar a pesquisa. A diversidade de fontes primárias, combinada com a utilização de fontes acadêmicas, torna a análise mais completa e abrangente, fornecendo múltiplas perspectivas.

3. Recursos Online e Dicionários

O documento também utiliza recursos online como base para suas informações. Em particular, são citadas definições de 'cidade', 'bairro' e 'social' retiradas do Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico (Infopédia). Essa utilização demonstra uma preocupação com a precisão terminológica e a contextualização dos conceitos dentro de um marco semântico específico. A inclusão de links para essas definições online permite que o leitor verifique as fontes consultadas, permitindo que a pesquisa seja reproduzida e validada. A combinação de fontes impressas e online demonstra uma estratégia de pesquisa contemporânea, integrando diferentes recursos para uma análise mais completa e detalhada.