
Crescimento Econômico Paranaense (2010-2013)
Informações do documento
Autor | Luana Aparecida De Souza Turco |
instructor | Rafael Stefenon |
Escola | Universidade Federal da Fronteira Sul |
Curso | Ciências Econômicas |
Local | Laranjeiras do Sul, PR |
Tipo de documento | Trabalho de conclusão de curso (graduação) |
Idioma | Portuguese |
Formato | |
Tamanho | 2.02 MB |
Resumo
I. Análise dos Diferenciais de Crescimento Econômico nos Municípios Paranaenses 2010 2013
Este estudo analisa os diferenciais de crescimento econômico entre os municípios paranaenses entre 2010 e 2013, utilizando como principal variável o PIB per capita. Foram considerados determinantes básicos do crescimento econômico como convergência de renda, geografia, especialização da atividade econômica, infraestrutura, população, mercado de trabalho e capital humano. A pesquisa, de caráter exploratório, utilizou dados principalmente do IBGE. Apesar de não ser possível estabelecer qual determinante impactou com maior intensidade o crescimento no período, observa-se que municípios menores apresentaram taxas de crescimento do PIB per capita maiores, e grandes cidades do interior (Maringá, Ponta Grossa, Cascavel) superaram, em média, o crescimento estadual (Curitiba teve desempenho negativo). O estudo também relaciona brevemente o programa 'Paraná Competitivo' com o crescimento econômico dos municípios.
1. Objetivo e Metodologia da Pesquisa
O estudo teve como objetivo principal analisar os diferenciais de crescimento econômico entre os municípios paranaenses no período de 2010 a 2013. A pesquisa utilizou o PIB per capita como principal variável, considerando a taxa de crescimento acumulada como indicador-chave. A metodologia empregada foi exploratória, com predominância documental, utilizando dados majoritariamente extraídos do IBGE. A abordagem da análise variou de acordo com cada determinante analisado: convergência de renda, geografia, especialização da atividade econômica, infraestrutura, população, mercado de trabalho e capital humano. Os resultados mostraram que não foi possível determinar qual fator impactou o crescimento com maior intensidade. Entretanto, observações relevantes foram feitas, como o crescimento mais expressivo do PIB per capita em municípios de menor porte populacional e o desempenho ligeiramente superior à média estadual de grandes municípios do interior, em contraste com a performance negativa de Curitiba. O programa Paraná Competitivo também foi considerado, buscando uma possível relação com os investimentos e o crescimento estadual e municipal.
2. Determinantes do Crescimento Econômico Uma Visão Geral
A seção discute os principais determinantes do crescimento econômico, destacando a falta de consenso entre economistas sobre as forças mais influentes. O texto apresenta uma breve revisão teórica, diferenciando crescimento econômico de desenvolvimento econômico e desenvolvimento socioeconômico. Autores como Souza (1993, 2009), Silva Filho e Carvalho (2001), Bresser-Pereira (2008), Schumpeter (1982), Nazzari, Reule e Lazzarotto (2011), e Siedenberg (2003) são citados para fundamentar as diferentes perspectivas teóricas. As teorias clássicas do crescimento, elaboradas por pensadores como Ricardo, Malthus e Marx, são mencionadas como base para as teorias modernas. O modelo de Solow, com suas revisões que incluem capital humano e inovação tecnológica endógena, é detalhado, contrastando com os modelos de crescimento endógeno. A convergência de renda entre cidades é discutida, apresentando os conceitos de σ-convergência e β-convergência (Barro e Sala-i-Martin, 1990), e estudos como o de Russo, Santos e Parré (2012) sobre a convergência de PIB per capita em municípios da região Sul do Brasil são mencionados.
3. Análise dos Resultados Convergência de Renda
A análise da convergência de renda verificou a hipótese de que municípios com menor PIB per capita inicial apresentariam taxas de crescimento superiores. A pesquisa concluiu que o fenômeno da convergência de renda não se manifestou de forma efetiva no período analisado (2010-2013), sugerindo que se trata de um processo de longo prazo. A discussão inclui referências teóricas sobre o modelo de Solow e sua evolução, bem como diferentes interpretações da convergência absoluta e condicional. Autores como Esperidião (2008) e Chagas e Toneto Jr (2003) são citados para contextualizar as discussões sobre a convergência regional e local, enfatizando a importância da velocidade de convergência e sua sensibilidade a fatores como capital humano, infraestrutura e localização geográfica. O estudo de Russo, Santos e Parré (2012) sobre a convergência de PIB per capita na região Sul do Brasil é novamente mencionado como referência.
4. Análise dos Resultados Capital Humano Mercado de Trabalho e Infraestrutura
Esta seção analisa o capital humano e o mercado de trabalho como determinantes do crescimento econômico, utilizando a taxa de analfabetismo como proxy para o capital humano. Uma correlação inversa entre a taxa de analfabetismo e o nível de PIB per capita foi identificada, mas não entre a taxa de analfabetismo e a taxa de crescimento do PIB per capita. A análise indica que o capital humano é essencial para o crescimento, mas a relação é de longo prazo, demandando estudos mais aprofundados. A infraestrutura é analisada através do grau de urbanização, mostrando que municípios com menor grau de urbanização cresceram mais significativamente. Este resultado converge com a análise do contingente populacional, pois municípios menos urbanizados também são geralmente de menor população. A pesquisa cita autores como Lucas (1988 apud Oliveira, 2005), Oliveira (2005), Chagas e Toneto Jr (2003), e Cruz, Teixeira e Braga (2010) para fundamentar as discussões sobre o papel da infraestrutura e do capital humano no crescimento econômico.
5. Análise dos Resultados População e Especialização
A análise da população como fator determinante do crescimento econômico local mostra que municípios de menor porte (até 100 mil habitantes) apresentaram as maiores taxas de crescimento do PIB per capita (32,08% para municípios com até 10 mil habitantes; 30,53% para os de 10 a 20 mil habitantes; 26,22% para os de 20 a 50 mil habitantes; e 24,46% para os de 50 a 100 mil habitantes), superando a taxa de crescimento estadual (18,03%). Municípios com população entre 100 e 300 mil habitantes tiveram crescimento médio abaixo da taxa estadual, exceto ao se desconsiderar Araucária, que apresentou crescimento negativo. A especialização econômica, medida pelo Índice de Especialização Relativa (RZI), é analisada, mostrando pouca relação com o crescimento econômico. Observa-se que municípios com maior participação no PIB do estado são menos especializados, e que o setor agropecuário teve um impacto significativo no crescimento dos municípios especializados neste setor, tendo em vista que o setor agropecuário foi o que mais cresceu no período entre 2010 e 2013. A pesquisa usa o trabalho de Duranton e Puga (2000) e Toigo (2014) como referência para a discussão sobre especialização.
II. Convergência de Renda e Crescimento Econômico
A pesquisa investiga a convergência de renda entre os municípios, analisando se municípios com menor PIB per capita inicial apresentaram taxas de crescimento superiores. Embora a teoria de Solow sugira essa convergência, o período analisado (2010-2013) pode ser curto demais para observar o fenômeno completamente. O estudo utilizou os conceitos de σ-convergência e β-convergência (Barro e Sala-i-Martin, 1990) para avaliar a dispersão e a velocidade da convergência de renda.
1. O Modelo de Solow e a Convergência de Renda
A análise da convergência de renda se baseia no modelo de Solow, que busca explicar por que alguns países são ricos e outros pobres. O modelo original, aprimorado com a inclusão do progresso tecnológico (exógeno), sugere que economias mais pobres, com maiores taxas de retorno sobre o capital investido, tendem a crescer mais rápido que economias ricas, levando a uma convergência de renda. O estudo menciona a evolução do modelo de Solow, destacando as contribuições de Barro e Sala-i-Martin (1990), que introduzem os conceitos de σ-convergência (dispersão das rendas per capita) e β-convergência (velocidade de convergência para o estado estacionário), diferenciando convergência absoluta e condicional. Esperidião (2008) destaca a contribuição do modelo de Solow para o refinamento metodológico sobre a hipótese de convergência. Russo, Santos e Parré (2012) são citados por um estudo sobre convergência absoluta e condicional do PIB per capita entre municípios da região Sul do Brasil (1999-2008), confirmando a teoria de Solow e identificando convergência em ambos os níveis.
2. Convergência de Renda nos Municípios Paranaenses 2010 2013
A pesquisa testa a hipótese de convergência de renda nos municípios paranaenses entre 2010 e 2013, esperando que municípios com menor PIB per capita inicial apresentassem taxas de crescimento maiores. No entanto, a convergência de renda não se manifestou de forma significativa no período analisado. O estudo sugere que o período de quatro anos pode ser insuficiente para observar este fenômeno, que tipicamente se manifesta em escalas temporais mais longas. A discussão inclui a importância de análises regionais e locais (Chagas e Toneto Jr, 2003) para entender a transferência de conhecimento e a influência de fatores como capital humano, infraestrutura e localização geográfica na velocidade da convergência. A formação de clusters, definida por Porter (1999), como agrupamentos geograficamente concentrados de empresas inter-relacionadas, é mencionada como um aspecto relevante no processo de convergência, bem como o papel das forças centrípetas na aglomeração de firmas (Silva Filho e Carvalho, 2001).
III. Capital Humano Mercado de Trabalho e Crescimento Econômico
A relação entre capital humano (medido pela taxa de analfabetismo), mercado de trabalho, e o crescimento econômico foi analisada. Observou-se uma correlação inversa entre a taxa de analfabetismo e o nível de PIB per capita, mas não em relação às taxas de crescimento deste indicador. Conclui-se que, embora o capital humano seja fundamental para o crescimento, a relação é de longo prazo e precisa de análise mais aprofundada.
1. Capital Humano e Crescimento Econômico A Teoria
A seção analisa o capital humano como fator determinante do crescimento econômico, com base em teorias de crescimento endógeno. Lucas (1988, apud Oliveira, 2005) argumenta que investimentos em capital humano melhoram a produtividade dos trabalhadores e, consequentemente, a economia como um todo, tanto por ganhos de produtividade quanto por inovações. Oliveira (2005) complementa, afirmando que cidades com maior capital humano atraem investimentos de empresas com tecnologias mais avançadas, pois exigem trabalhadores capacitados. Municípios com baixo estoque de capital humano podem não acompanhar o progresso tecnológico, resultando em baixo crescimento econômico. A pesquisa destaca que o investimento em educação é prioritário para o crescimento econômico, uma vez que este depende do emprego de tecnologia, que, por sua vez, depende de investimentos em educação (Moura, Xavier e Da Silva, 2012). O estudo utiliza-se da taxa de analfabetismo como indicador do capital humano, em uma abordagem quantitativa, buscando verificar a relação entre o crescimento econômico dos municípios e as condições de mercado de trabalho e capital humano.
2. Capital Humano e Mercado de Trabalho nos Municípios Paranaenses 2010 2013
A pesquisa testa a hipótese de que a taxa de crescimento do PIB per capita é influenciada negativamente pela taxa de analfabetismo nos municípios paranaenses entre 2010 e 2013. Apesar de se confirmar uma relação inversa entre taxa de analfabetismo e nível de PIB per capita (como esperado), não se encontrou relação significativa com a taxa de crescimento do PIB per capita. Isso indica que, embora a taxa de analfabetismo explique parte das diferenças de PIB per capita entre os municípios, não influencia diretamente suas taxas de crescimento. A pesquisa sugere que a relação entre capital humano e crescimento econômico é de longo prazo, necessitando de análises mais robustas para uma compreensão completa. Os dados sobre analfabetismo foram extraídos da Base de Dados do Estado (BDEweb) do IPARDES, com fonte original no Censo do IBGE de 2010. A metodologia quantitativa utilizou o coeficiente de correlação de Pearson para analisar a relação entre as variáveis. A análise sugere que, apesar de não ser um fator determinante de curto prazo para o crescimento do PIB per capita, o capital humano é crucial para o crescimento econômico, funcionando como uma condição necessária, porém não suficiente.
IV. Infraestrutura Especialização e Crescimento Econômico
O estudo examinou o papel da infraestrutura (utilizando o grau de urbanização como proxy) e a especialização econômica no crescimento econômico. Contrapondo-se à expectativa, municípios com menor grau de urbanização (e menor população) apresentaram taxas de crescimento mais significativas. A especialização produtiva, medida pelo Índice de Especialização Relativa (RZI), também não demonstrou correlação direta com as taxas de crescimento, com destaque para a influência do setor agropecuário.
1. Infraestrutura e Crescimento Econômico Investimentos e Custos
A seção discute a infraestrutura como um fator crucial para o crescimento econômico. Chagas e Toneto Jr (2003) argumentam que altos investimentos em infraestrutura reduzem custos de transação, levando a um aumento na renda. Eles apontam que o volume de investimento em infraestrutura explica tanto o crescimento da renda quanto os níveis de convergência de renda. A maior parte dos investimentos em infraestrutura provém do governo, devido ao longo prazo para retorno dos investimentos, contrastando com a preferência da iniciativa privada por retornos de curto prazo (Chagas e Toneto Jr, 2003; Cruz, Teixeira e Braga, 2010). Domingues, Magalhães e Faria (2009) advertem, no entanto, que investimentos em infraestrutura podem aumentar a desigualdade regional pela concentração de renda, sendo necessárias análises da eficiência desses investimentos e sua relação com a desigualdade, utilizando, por exemplo, modelos multiregionais de equilíbrio geral computável (EGC).
2. Infraestrutura nos Municípios Paranaenses 2010 2013 Grau de Urbanização como Proxy
A pesquisa utiliza o grau de urbanização como proxy para o nível de infraestrutura dos municípios paranaenses. A hipótese era que municípios com melhor infraestrutura (maior grau de urbanização) apresentariam maiores taxas de crescimento econômico. Dados do IPARDES (2016), baseados no Censo Demográfico do IBGE de 2010, indicam que o grau de urbanização do Paraná é de 85,33%, variando entre 9,35% e 100% entre os municípios. Contrariamente à expectativa, os resultados mostraram que municípios com grau de urbanização inferior à média estadual apresentaram taxas de crescimento mais significativas. Este resultado é consistente com a conclusão sobre a população, pois municípios com menor grau de urbanização são, em geral, os de menor população. A abordagem de análise para o grau de urbanização foi qualitativa.
3. Especialização Econômica e Crescimento Conhecimento e Externalidades
A análise da especialização econômica investiga a relação entre especialização produtiva, inovação tecnológica e níveis de crescimento econômico regional. Chagas e Toneto Jr (2003) destacam estudos sobre externalidades associadas à transmissão de conhecimento entre firmas, especialmente em regiões com indústrias de base tecnológica semelhante. Oliveira (2005) destaca as contribuições da Nova Geografia Econômica (NGE), que enfatizam as forças que levam à aglomeração de atividades em determinadas regiões, potencializando externalidades positivas, mas também negativas (aumento de preços de fatores de produção). Indústrias regionalmente especializadas se beneficiam da transmissão de conhecimento, crescendo de forma mais significativa (Silva e Silveira-Neto, 2007). A pesquisa utilizou o índice de especialização relativa (RZI), conforme Duranton e Puga (2000), e Toigo (2014), para mensurar a especialização dos municípios, revelando que municípios com maior participação no PIB do estado são menos especializados, e que a especialização em si não se correlacionou diretamente com maiores taxas de crescimento econômico no período analisado.
V. População e Crescimento Econômico
A análise da população como fator de crescimento econômico revelou que municípios de menor porte (até 100 mil habitantes) apresentaram taxas de crescimento do PIB per capita superiores à média estadual (18,03%). Municípios maiores (100-300 mil habitantes), exceto Araucária (com crescimento negativo), apresentaram crescimento próximo à média estadual. Este resultado indica que o tamanho da população pode influenciar o crescimento econômico, mas de forma não linear.
1. População e Crescimento Econômico Resultados da Pesquisa
A pesquisa analisou a relação entre o tamanho da população e o crescimento econômico nos municípios paranaenses entre 2010 e 2013. Os resultados indicam uma relação não-linear entre esses dois fatores. De forma surpreendente, os municípios de menor porte apresentaram as maiores taxas de crescimento do PIB per capita. Especificamente, os municípios com até 10 mil habitantes registraram um crescimento de 32,08%, os de 10 a 20 mil habitantes, 30,53%, os de 20 a 50 mil habitantes, 26,22%, e os de 50 a 100 mil habitantes, 24,46%. Esses quatro grupos representam mais de 35% do PIB do estado e superaram significativamente a taxa de crescimento estadual de 18,03%. Municípos com população entre 100 e 300 mil habitantes apresentaram crescimento médio de apenas 11,32%, inferior à média estadual. Entretanto, excluindo Araucária (com crescimento negativo de -36,83%), a média deste grupo se aproxima da taxa estadual. Alguns municípios neste grupo, porém, apresentaram crescimento acima da média, como Campo Largo (54,57%), Cambé (35,92%), Umuarama, Piraquara e Guarapuava (todos acima de 32%).
2. Interpretação dos Resultados Tamanho da População e Dinâmica Econômica
A análise da relação entre o tamanho da população e o crescimento econômico indica que, no período analisado, municípios menores apresentaram desempenho superior. A pesquisa destaca que esta relação não é linear, sugerindo que fatores específicos a cidades menores podem estar contribuindo para o seu crescimento. O estudo contrasta os resultados com a expectativa de que municípios maiores, com maior infraestrutura e diversificação econômica, apresentariam maior crescimento. A conclusão sugere a necessidade de pesquisas mais aprofundadas para investigar os mecanismos que impulsionam o crescimento em municípios menores e os desafios enfrentados pelos maiores. A análise indica que a dinâmica de crescimento econômico não está diretamente relacionada ao simples tamanho populacional, mas sim à interação complexa de diversos fatores que variam significativamente de acordo com o porte municipal. A discrepância entre o crescimento dos municípios menores e os maiores reforça a necessidade de estudos que aprofundem a análise das diferentes realidades econômicas e dos fatores que contribuem para o desenvolvimento em diferentes escalas populacionais.
VI. Conclusão
A pesquisa analisou os diferenciais de crescimento econômico nos municípios paranaenses entre 2010 e 2013, investigando a influência de diversos fatores como a convergência de renda, capital humano, infraestrutura, especialização econômica, e a população. Os resultados apontam para a complexidade do processo de crescimento econômico, mostrando que fatores como o tamanho da população podem ter um impacto significativo, enquanto outros, como a especialização econômica e a convergência de renda, necessitam de análise em períodos mais longos para sua plena compreensão. O impacto do programa 'Paraná Competitivo' também é sugerido, mas demanda uma investigação mais profunda.
1. Síntese dos Resultados e Principais Encontros
A pesquisa alcançou seu objetivo de analisar os diferenciais de crescimento econômico dos municípios paranaenses entre 2010 e 2013. O Paraná apresentou uma taxa de crescimento do PIB per capita de 18,03% no período, quase o dobro da taxa brasileira. A análise da convergência de renda mostrou que, no curto prazo (2010-2013), não houve uma convergência efetiva, sugerindo que se trata de um fenômeno de longo prazo. Em relação ao capital humano e mercado de trabalho, encontrou-se uma relação inversa entre a taxa de analfabetismo e o nível de PIB per capita, mas nenhuma relação significativa com a taxa de crescimento do PIB per capita, indicando uma interação de longo prazo. A análise da infraestrutura, usando o grau de urbanização como proxy, mostrou que municípios com menor grau de urbanização (e menor população) tiveram taxas de crescimento mais altas. Este resultado reforça a observação de que municípios menores apresentaram taxas de crescimento do PIB per capita superiores à média estadual.
2. Desempenho por Faixa Populacional e Considerações Finais
Os municípios de menor porte (até 100 mil habitantes) apresentaram as maiores taxas de crescimento do PIB per capita no período: até 10 mil habitantes (32,08%), 10 a 20 mil (30,53%), 20 a 50 mil (26,22%), e 50 a 100 mil (24,46%). Estes grupos, representando mais de 35% do PIB do estado, cresceram bem acima da média estadual. Municípios com população entre 100 e 300 mil habitantes cresceram, em média, apenas 11,32%, abaixo da média estadual; excluindo Araucária (-36,83%), a média se aproxima da taxa estadual. O estudo destaca a complexidade do processo de crescimento econômico, mostrando que o tamanho populacional impacta significativamente, enquanto outros fatores, como convergência de renda e especialização econômica, requerem análises de longo prazo. A pesquisa conclui que, apesar de não haver um determinante único de maior impacto, a análise contribui para a compreensão da complexa dinâmica do crescimento econômico em diferentes escalas espaciais. A relação com o programa Paraná Competitivo é apontada como um tópico para futuras pesquisas.