Criminalización de la Economía Informal en las Fronteras Sudamericanas. Estudio de caso de la Triple Frontera del Paraná y la Triple Frontera Central Sur Andina

Criminalização da Economia Informal na América do Sul

Informações do documento

Autor

Ricardo Jiménez Palacios

instructor/editor Prof. Dr. Juan Agulló Fernández
Escola

Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Curso Integração Latino-Americana
Tipo de documento Dissertação (Mestrado)
Idioma Portuguese
Formato | PDF
Tamanho 2.52 MB

Resumo

I.Criminalização da Economia Informal em Fronteiras Sul Americanas Um Estudo Comparativo

Esta pesquisa analisa as dinâmicas da criminalização da economia informal em duas Triplas Fronteiras sul-americanas: a Tríplice Fronteira do Paraná (Brasil, Paraguai e Argentina) e a Tríplice Fronteira Andina Central Sul (Peru, Chile e Bolívia). O estudo utiliza uma metodologia predominantemente qualitativa, baseada em observação e entrevistas semi-estruturadas com atores-chave em duas redes comerciais transfronteiriças informais: as feiras de roupa e calçado usados em Tacna (Peru) e o Mercado de Abastos em Ciudad del Este (Paraguai). A pesquisa investiga como a criminalização se manifesta em diferentes contextos, explorando a tensão entre escalas globais (impostas pelo neoliberalismo) e escalas locais de fronteira.

1. Metodologia e Abordagem

A pesquisa emprega uma metodologia predominantemente qualitativa, baseada em observação participante e entrevistas semi-estruturadas com atores-chave envolvidos em circuitos econômicos informais transfronteiriços. O estudo realiza uma análise comparativa entre duas regiões: a Tríplice Fronteira do Paraná (Brasil, Paraguai e Argentina) e a Tríplice Fronteira Andina Central Sul (Peru, Chile e Bolívia). Para aprofundar a análise da criminalização da economia informal, a pesquisa se concentra em duas redes comerciais específicas: as feiras de roupa e calçado usados em Tacna, Peru, e o Mercado de Abastos em Ciudad del Este, Paraguai. A escolha dessas localidades permite uma comparação entre diferentes contextos geográficos e socioeconômicos, contribuindo para uma compreensão mais abrangente das dinâmicas em questão. A investigação busca determinar que as dinâmicas de criminalização da economia informal nas fronteiras sul-americanas resultam de uma disputa territorial entre uma escala global, impulsionada pelo neoliberalismo, e uma escala local que persiste em lógicas próprias. Através da análise qualitativa, espera-se entender como essas forças opostas interagem e moldam a realidade da criminalização.

2. Circuitos Econômicos Informais e Atores Envolvidos

A pesquisa destaca a complexidade dos circuitos econômicos informais transfronteiriços, observando que a reprodução do comércio informal envolve mais do que o simples transporte de mercadorias entre cidades vizinhas. Os bens e serviços comercializados se reinventam em relação aos contextos institucionais nacionais e às necessidades locais. Além do comércio transfronteiriço direto, desenvolvem-se circuitos locais complementares, como a venda ambulante, o transporte informal e o emprego informal, criando uma rede ampla em torno das atividades principais. A pesquisa identifica diversos atores envolvidos, desde pequenos vendedores (paseros, hormiguitas, laranjas) até comissionários e patrões, mesiteros, transportadores (tricicleros, carrinheiros, taxis, mototaxis), além de relações com instituições formais, como aduanas e agentes de segurança, e empresas locais. A mesma mercadoria adquire diferentes valores ao longo de sua trajetória, passando por etapas lícitas (compra), ilícitas (suborno, contrabando) e informais (transporte, venda). O estudo detalha esses fluxos no Mercado de Abastos de Ciudad del Este e nas feiras de Tacna, mostrando a complexa interação entre legalidade, ilegalidade e informalidade.

3. Impacto do Neoliberalismo e Mudanças Territoriais

A pesquisa analisa o impacto das políticas de ajuste neoliberal na informalidade e na territorialidade das fronteiras sul-americanas. A investigação observa que, apesar das diferentes dinâmicas da informalidade no Peru e no Paraguai (e, consequentemente, em Tacna e Ciudad del Este), o resultado é o mesmo: um setor populacional significativo busca a sobrevivência econômica por meio das relações transfronteiriças. O denominador comum é a territorialidade, que, sob o contexto neoliberal, determina os limites da formalidade, informalidade e ilegalidade. Instituições como as Zonas Francas e as Uniões Aduaneiras mudam os limites da formalidade, incluindo determinadas atividades do comércio fronteiriço. A análise inclui exemplos específicos, como as mudanças constitucionais no Peru e no Paraguai, relacionadas aos acordos internacionais (MERCOSUL, GATT, OMC), e a influência das políticas de Bretton Woods. Casos como a tentativa de aquisição de terras por empresas estrangeiras (Aventura Plaza S.A. e Open Plaza S.A.) a menos de 50 km da fronteira peruana em 2017, ilustram os conflitos gerados por essas mudanças.

4. Resistência e Relações de Poder

A pesquisa evidencia a resistência dos comerciantes informais frente às políticas de criminalização. Em Tacna, a FECOMCUTACH (Federação de Comerciantes de Menor Cuantía Tacna Heroica) demonstra um alto nível de organização e resposta às ações de ordenamento urbano, mostrando uma resistência direta. No entanto, a resistência não é sempre direta e pode variar em relação aos diferentes grupos de comerciantes. A pesquisa analisa as redes de relações dos comerciantes, tanto endógenas (entre eles) quanto exógenas (com o governo, outros movimentos sociais), destacando a complexa interação entre colaboração e conflito. O estudo compara as dinâmicas em Tacna e Ciudad del Este, mostrando que apesar da similaridade na natureza fronteiriça, o nível de confrontação com os diferentes atores varia. A análise inclui entrevistas com comerciantes, evidenciando as estratégias de adaptação e resistência frente às pressões das autoridades e dos grandes centros econômicos. O estudo também menciona outros exemplos de resistência, incluindo a defesa do Vale de Tambo em Arequipa.

5. Perspectivas Teóricas

A pesquisa contextualiza sua análise em diferentes perspectivas teóricas sobre fronteiras e territorialidade, considerando a evolução conceitual desde abordagens geopolíticas (Ratzel) até perspectivas mais sociais (Turner, Forbes). O estudo discute a construção social do espaço e a influência do Estado-nação e do neoliberalismo, referenciando autores como Jessop, Bustamante, Grimson, Dilla e Carrión. A análise crítica se volta para a produção científica, distinguindo abordagens que privilegiam a perspectiva nacional, binacional ou multinacional. A pesquisa identifica a importância de autores que realizaram importantes contribuições para os estudos fronteiriços na América Latina, destacando coletivos de pesquisa e instituições como o Grupo “Ciudades y Frontera”, o Instituto de Estudios Internacionales da Universidad Arturo Pratt do Chile, e a OLACCIF (Organización Latinoamericana y Caribeña de Ciudades de Frontera), além do Colegio de la Frontera Norte. A conclusão central é que, apesar da ênfase na construção social do espaço, as abordagens teóricas ainda mantém a perspectiva do Estado-Nação como elemento central na definição e compreensão das fronteiras.

II.Dinâmicas do Comércio Informal Transfronteiriço

A pesquisa revela a complexidade dos circuitos informais, envolvendo diversos atores, desde pequenos vendedores (hormiguitas, laranjas) até comissionários e patrões, impactando o comércio transfronteiriço. As mercadorias, como roupas usadas e alimentos (ex: tomates), são negociadas em diferentes etapas, gerando valor em cada transação e envolvendo práticas lícitas, ilícitas e informais. A análise considera a influência de instituições formais (ex: aduanas) e a formação de redes locais (ex: transportadores, vendedores ambulantes) em torno dos mercados principais. A cidade de Ciudad del Este, por exemplo, é um ponto central, mas sua dinâmica está intrinsecamente ligada a Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú.

1. Complexidade dos Circuitos e Atores

O comércio informal transfronteiriço nas fronteiras sul-americanas apresenta circuitos complexos e dinâmicos, indo além do simples deslocamento de mercadorias entre cidades. Os serviços e bens comercializados se adaptam constantemente aos contextos institucionais nacionais e às necessidades locais específicas. A atividade não se limita ao fluxo transfronteiriço direto, mas gera diversos circuitos locais, como a venda ambulante, o transporte e o emprego informal, formando uma rede mais ampla. Diversos atores participam desse sistema: paseros, hormiguitas, laranjas, comissionários, patrões, mesiteros, vendedores de comida, transportadores (tricicleros, carrinheiros, táxis, mototáxis). As relações de informalidade e/ou ilegalidade se estendem a instituições formais, governamentais (aduanas, segurança) e não-governamentais (empresas, negócios locais). A mercadoria envolvida adquire valores diferentes ao longo do processo, influenciada pela complexa interação entre legalidade, ilegalidade e informalidade.

2. Casos de Estudo Mercado de Abastos e Feiras de Tacna

A pesquisa utiliza dois casos de estudo para ilustrar essas dinâmicas: o Mercado de Abastos em Ciudad del Este e as feiras de roupa e calçado usados em Tacna. O Mercado de Abastos apresenta uma dinâmica complexa, incluindo comércio familiar, grandes despensas e centros comerciais, com produtos alimentícios do Brasil e do Paraguai. Os compradores variam de famílias a negócios locais (restaurantes, hotéis), estendendo a cadeia de valor dos produtos, frequentemente contrabandeados. A análise demonstra que o Mercado de Abastos é apenas um elo em um sistema transfronteiriço maior, considerando o percurso da mercadoria desde sua origem, o aumento de valor durante o transporte e os custos informais e ilegais envolvidos, como camuflagem e suborno. Na cidade de destino, a mercadoria interage com redes locais, gerando conflitos ou colaborações (ex: conflito entre Mercado de Abastos e a Associação de Produtores do Alto Paraná). Em Tacna, o estudo acompanha o percurso de mercadorias, como roupas usadas, mostrando sua trajetória e as relações de colaboração e conflito entre os diferentes atores.

3. Dinâmica da Mercadoria e Multiplicação de Circuitos

A pesquisa acompanha a trajetória da mercadoria, ilustrando como ela se move e se transforma em diferentes circuitos. Usando o exemplo dos tomates, a mercadoria (Mercadoria B) pode ser vendida diretamente ao consumidor final em Ciudad del Este ou integrar uma nova cadeia de distribuição, passando por processos de industrialização ou serviços, tornando-se então Mercadoria C (ex: tomates comprados por hotéis e restaurantes). Essa mesma dinâmica aplica-se ao comércio de roupa e calçado usados em Tacna e Arica. A pesquisa demonstra como a mercadoria gera valor em cada etapa do processo, envolvendo diferentes atores e relações sociais, e como o comércio informal cria uma complexa teia de atividades econômicas em torno do transporte, alimentação e outros serviços. O estudo enfatiza a necessidade de analisar os diferentes subsistemas relacionados ao comércio informal transfronteiriço, desde o processo de contrabando até as relações com os atores locais na cidade de destino.

III.Impacto das Políticas Neoliberais na Informalidade e Territorialidade

O estudo demonstra o impacto das políticas de ajuste neoliberal na informalidade e territorialidade nas fronteiras. A abertura comercial, promovida por acordos internacionais como o MERCOSUL e a OMC, remodela as fronteiras, afetando a percepção do território e alterando as condições de legalidade/ilegalidade das atividades comerciais. A pesquisa discute como a criminalização é seletiva, criminalizando algumas práticas enquanto outras são legalizadas ou incentivadas. As alterações constitucionais em países como o Peru e o Paraguai refletem essa nova dinâmica. A aquisição de terras por estrangeiros perto de fronteiras, como no Peru (caso Aventura Plaza S.A. e Open Plaza S.A.), evidencia os conflitos relacionados à nova configuração territorial.

1. Neoliberalismo e Informalidade Uma Relação Complexa

O estudo analisa como as políticas neoliberais influenciam a informalidade nas fronteiras sul-americanas. Em Tacna e Ciudad del Este, observa-se que, apesar de diferentes dinâmicas, o resultado é similar: uma parcela significativa da população depende do comércio transfronteiriço informal para sua subsistência. A variável territorial se mostra crucial, definindo, sob o neoliberalismo, os limites entre formalidade, informalidade e ilegalidade. Instituições ligadas à territorialidade (Zonas Francas, uniões aduaneiras) alteram esses limites, afetando atividades de comércio fronteiriço. A pesquisa destaca que a criminalização da economia informal não é uniforme, com algumas práticas sendo proibidas enquanto outras são legalizadas ou incentivadas. Isso é exemplificado na Tríplice Fronteira do Paraná, com a Lei 2.105/07 (formalizando exportações) e o Decreto nº 2431 (simplificando importações), contrastando com a Resolução nº 444-16 (proibindo produtos vegetais). A análise demonstra como o neoliberalismo promove uma nova concepção territorial, com modificações em constituições e leis que impactam o comportamento econômico das populações de fronteira. A criação de zonas francas e de livre comércio, influenciadas pela OMC, representam um elemento-chave dessa nova realidade.

2. Mudanças Constitucionais e Acordos Internacionais

A pesquisa examina como as políticas de ajuste neoliberal se refletem em mudanças constitucionais e acordos internacionais nos países sul-americanos. No Peru, a referência ao território fronteiriço é explícita; no Paraguai, é intrínseca à perda de soberania nacional. A análise considera acordos multilaterais, como o MERCOSUL, GATT e a OMC, e como esses impactam as fronteiras. O estudo menciona a adoção das políticas de Bretton Woods no Brasil e Chile (décadas de 1940 e 1950), a adesão ao GATT em 1947, e a criação do FMI com influência brasileira (De Almeida, 2015). No Peru, as medidas de ajuste neoliberal sob Fujimori (1990), incluindo a liberalização do comércio exterior, são discutidas (Murakami, 2012). No Paraguai, o governo Wasmosy buscou apoio para um empréstimo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), alinhado ao Consenso de Washington, embora a reforma do setor público tenha sido ineficaz (Abente, 2011). A pesquisa ressalta a complexa interação entre políticas nacionais e acordos internacionais na conformação das fronteiras e na regulamentação do comércio.

3. Caso Peruano Aquisição de Terras Próximas à Fronteira

Um caso específico ilustra a tensão entre a nova territorialidade neoliberal e as dinâmicas locais: a tentativa de aquisição de terras por empresas estrangeiras próximas à fronteira peruana. Em 2017, o artigo 71º da Constituição, que permite a aquisição de propriedades a menos de 50 km da fronteira por estrangeiros com declaração de necessidade pública, foi operacionalizado. As Resoluções Ministeriais nº 334-2017-PRODUCE e nº 368-2017-PRODUCE mostram a autorização e posterior revogação da permissão para Aventura Plaza S.A. e Open Plaza S.A. adquirirem e manterem terras nessa região. Esse episódio gerou mobilizações sociais a favor e contra a medida, evidenciando a resistência local às novas dinâmicas de apropriação territorial impulsionadas pelo neoliberalismo. O caso demonstra a tensão entre interesses econômicos globais e a preservação da soberania nacional e dos direitos das comunidades locais próximas à fronteira. A análise destaca a complexa relação entre políticas nacionais e pressões internacionais na definição do controle territorial e sua consequência direta na economia informal.

IV.Resistência e Relações de Poder na Economia Informal

A pesquisa destaca a resistência dos comerciantes informais, especialmente em Tacna (Peru), onde a FECOMCUTACH (Federação de Comerciantes de Menor Cuantía Tacna Heroica) demonstra organização e capacidade de mobilização em resposta às políticas de ordenamento urbano. O estudo aponta para a complexa rede de relações de poder que inclui interações endógenas (entre comerciantes) e exógenas (com governos, outros movimentos sociais), variando entre colaboração e conflito. O caso de Ciudad del Este mostra uma relação complexa com Foz do Iguaçu e outros atores, não se reduzindo apenas à dinâmica sacoleiro.

1. Resistência na Cotidianidade Informal e Ações Coletivas

A pesquisa analisa a resistência dos comerciantes informais às ações dos centros econômicos e políticos. Embora a própria existência da economia informal represente uma forma de resistência, o estudo destaca casos de confrontações diretas e organização de lutas sociais em Tacna e Ciudad del Este. Em Tacna, a organização dos comerciantes em torno da FECOMCUTACH (Federação de Comerciantes de Menor Cuantía Tacna Heroica) demonstra um alto grau de organização e resposta às medidas de ordenamento urbano. A FECOMCUTACH também apoia outros movimentos sociais, como a defesa do Vale de Tambo (Arequipa), mostrando a organicidade da resistência. A pesquisa observa que as formas de resistência podem variar entre os diferentes grupos e que nem sempre são diretas ou seguem as mesmas estratégias de outros movimentos sociais na cidade. A análise considera que o desenvolvimento da cotidianeidade informal é em si uma forma de resistência aos ditames dos centros de poder, mas isso não exclui a ocorrência de confrontos diretos e mobilizações coletivas.

2. Redes de Relações Endógenas e Exógenas

Os setores estudados apresentam redes de relações endógenas (estrutura interna e hierarquias) e exógenas (relações com setores governamentais e sociais). As relações endógenas são demonstradas pela organização interna dos comerciantes, suas próprias estruturas de poder e hierarquias. Já as relações exógenas envolvem as interações com o governo, outros movimentos sociais e atores do território fronteiriço. Essas relações podem ser tanto colaborativas quanto conflitivas. A pesquisa destaca as diferenças entre o Mercado de Abastos em Ciudad del Este e as feiras de roupa usada em Tacna, mostrando que, apesar da similaridade em sua natureza transfronteiriça, suas dinâmicas urbanas distintas geram diferentes níveis de confrontação com os atores externos. A análise considera a diversidade de relações entre os comerciantes, incluindo alianças com outros comerciantes, municípios locais, movimentos sociais, transportadores e ambulantes, bem como os conflitos com outros atores sociais e governamentais.

3. Relações de Poder e Práticas de Resistência

A pesquisa examina as relações de poder e as práticas de resistência na economia informal, considerando a complexidade das interações entre os diferentes atores. No caso das feiras de comerciantes, observa-se a complexa estrutura organizacional que gera diversas relações: alianças entre comerciantes, relações com municípios, movimentos sociais, transportadores e ambulantes, e conflitos com atores sociais e governamentais. Os comerciantes também estabelecem relações com importadores de roupa e transportadores em Arica (Chile), mostrando a extensão das redes de comércio. Comissionários e hormigas mantêm outras relações, colaborativas e conflitivas, com transportadores, trabalhadores de terminais, aduaneiros, etc. A pesquisa destaca como a informalidade é marcada por relações de poder complexas, tanto em nível local quanto global, e como diferentes grupos desenvolvem estratégias de resistência frente às políticas de criminalização. O estudo considera a ação dos dispositivos jurídicos (constituições, leis, decretos, convenções) que buscam moldar a nova territorialidade fronteiriça, mas também a persistência de práticas e relações locais.

V.Perspectivas Teóricas sobre Fronteiras e Territorialidade

A pesquisa se baseia em diferentes perspectivas teóricas sobre fronteiras e territorialidade, considerando os debates sobre a construção social do espaço e a influência do Estado-nação e do neoliberalismo. O estudo revisa autores como Ratzel, Turner, Forbes, Jessop, Bustamante, Grimson, Dilla e Carrión, entre outros, para contextualizar a pesquisa. A análise considera a evolução conceitual da fronteira, desde abordagens geopolíticas até perspectivas mais sociais, e a influência dos processos de integração regional.