Estudo do clima organizacional na Cooperativa Tritícola São Luizense Ltda. (COOPATRIGO)

Clima Organizacional na COOPATRIGO

Informações do documento

Autor

Andiara Cristina Thomas

instructor Prof. Me. Rodrigo Prante Dill
Escola

Universidade Federal da Fronteira Sul

Curso Administração
Local Cerro Largo, RS
Tipo de documento Trabalho de conclusão de curso
Idioma Portuguese
Formato | PDF
Tamanho 1.63 MB

Resumo

I.Resumo da Pesquisa de Clima Organizacional na COOPATRIGO

Esta pesquisa avaliou a percepção dos colaboradores da Cooperativa Tritícola São Luizense Ltda. (COOPATRIGO), localizada em São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul, sobre o clima organizacional. Foram analisadas cinco dimensões, baseadas no modelo de Martins (2008): apoio da chefia e da organização, recompensa, conforto físico, controle/pressão e coesão entre colegas. A metodologia empregada foi um levantamento do tipo survey, com abordagem qualitativa e quantitativa, utilizando um questionário com 63 perguntas aplicadas a 96 colaboradores (setores administrativo, supermercado matriz e filial). A análise utilizou médias entre 1 e 5, sendo valores acima de 4 indicativos de bom clima (exceto para controle/pressão, onde valores acima de 4 indicam clima ruim). Os resultados gerais apontaram um bom clima organizacional na COOPATRIGO, com alguns pontos de melhoria em relação ao fator controle/pressão em alguns setores.

1. Objetivo e Enfoque da Pesquisa de Clima Organizacional

O estudo teve como objetivo principal avaliar a percepção dos colaboradores da Cooperativa Tritícola São Luizense Ltda. (COOPATRIGO), localizada em São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul, sobre o clima organizacional. A pesquisa focou nos setores administrativo e supermercados (matriz e filial) da COOPATRIGO. Para tanto, foram utilizadas cinco dimensões do clima organizacional propostas por Martins (2008): apoio da chefia e da organização, recompensa, conforto físico, controle/pressão e coesão entre colegas. Essa escolha metodológica permite uma análise multifacetada do clima organizacional, considerando diferentes aspectos da experiência do colaborador na empresa. A investigação busca entender como a percepção dos colaboradores sobre esses fatores impacta o ambiente de trabalho e as relações entre a empresa e seus funcionários. Através de um questionário, a pesquisa coletou informações relevantes para a compreensão dessa dinâmica crucial na organização. O objetivo principal, portanto, reside em fornecer um retrato preciso da realidade percebida pelos colaboradores e seus impactos na COOPATRIGO.

2. Metodologia da Pesquisa Instrumentos e Amostra

A metodologia empregada foi um levantamento do tipo survey, de abordagem qualitativa e quantitativa, com caráter descritivo. Um questionário com cinco questões de identificação e sessenta e três questões sobre clima organizacional (baseadas em Martins, 2008) foi aplicado. A amostra consistiu em noventa e seis questionários válidos, abrangendo os três setores da COOPATRIGO: administrativo, supermercado matriz e supermercado filial. A análise de dados utilizou médias entre 1 e 5 para cada item, com a interpretação usual (4 a 5: bom; 2,9 a 4: indiferente; 1 a 2,9: ruim), exceto para o fator controle/pressão, onde a interpretação é invertida. Essa metodologia rigorosa, combinando a coleta de dados quantitativos com a interpretação qualitativa, possibilitou uma análise abrangente e detalhada da percepção dos colaboradores. A escolha por um questionário estruturado facilitou a comparação entre os setores e a obtenção de resultados quantificáveis. A amostra significativa garantiu a representatividade dos resultados, permitindo conclusões relevantes para a COOPATRIGO.

3. Resultados da Pesquisa Análise do Clima Organizacional

A pesquisa demonstrou, de forma geral, um bom clima organizacional na COOPATRIGO. Apesar disso, alguns itens relacionados ao fator controle/pressão apresentaram médias acima de quatro, indicando problemas específicos em cada setor. No supermercado matriz, a frequência e o controle rigoroso dos horários geraram pressão nos colaboradores. No setor administrativo, a pressão pelo cumprimento de prazos foi apontada. Por fim, no supermercado filial, a falta de autonomia e a dependência constante da autorização do chefe foram relatadas. Entretanto, esses pontos, embora representando desconfortos, não comprometem a avaliação geral do clima organizacional, que se mantém positivo. A pesquisa conclui que, na maioria dos casos, esses problemas podem ser resolvidos através do diálogo entre as partes envolvidas, reforçando a necessidade de comunicação e gestão participativa na COOPATRIGO. O estudo destaca a importância da comunicação entre gestores e colaboradores para a melhoria do ambiente de trabalho.

II.Metodologia da Pesquisa de Clima Organizacional

O estudo utilizou um método de pesquisa survey (levantamento), com abordagem mista (qualitativa e quantitativa). A coleta de dados foi realizada através de um questionário estruturado, contendo perguntas de identificação e 63 questões relacionadas às cinco dimensões do clima organizacional. A amostra abrangeu 96 colaboradores da COOPATRIGO, distribuídos entre o setor administrativo e os supermercados (matriz e filial). A análise dos dados utilizou estatística descritiva, focando nas médias obtidas para cada dimensão do clima organizacional e em cada setor da empresa. A pesquisa seguiu os princípios éticos, garantindo anonimato e consentimento informado dos participantes.

1. Tipo de Pesquisa e Abordagem

A pesquisa sobre clima organizacional na COOPATRIGO utilizou o método de levantamento (survey), com abordagem qualitativa e quantitativa. A abordagem qualitativa buscou compreender a percepção dos colaboradores sobre o ambiente de trabalho, enquanto a abordagem quantitativa permitiu a análise estatística dos dados coletados. O critério da pesquisa é descritivo, buscando descrever a percepção dos colaboradores em relação às dimensões do clima organizacional. Segundo Malhotra (2012), essa combinação de abordagens proporciona uma visão mais completa do contexto do problema. A classificação da pesquisa como descritiva, segundo Aaker, Kumar e Day (2011), significa que seu propósito foi descrever as características do clima organizacional na COOPATRIGO, sem estabelecer relações de causa e efeito entre variáveis. A escolha da metodologia survey se justifica pela necessidade de coletar dados de uma amostra significativa da população de colaboradores, permitindo generalizar os resultados para a organização como um todo.

2. Coleta e Análise de Dados

A coleta de dados foi realizada através de um questionário estruturado, contendo cinco questões de identificação do respondente e sessenta e três questões referentes às dimensões do clima organizacional propostas por Martins (2008). Este questionário foi aplicado a uma amostra de noventa e seis colaboradores, representando os setores administrativo e supermercados (matriz e filial) da COOPATRIGO. A coleta de dados ocorreu de forma estruturada, com as perguntas sendo apresentadas em ordem predeterminada, conforme Malhotra (2012). Para a análise dos dados, utilizou-se a estatística descritiva, que possibilitou uma análise univariada, caracterizando o que é típico no grupo e indicando a variabilidade entre os indivíduos, conforme Gil (2010). As médias obtidas para cada item do questionário foram interpretadas considerando uma escala de 1 a 5, com valores acima de 4 indicando bom clima organizacional (exceto para o fator controle/pressão, onde a interpretação é inversa). Essa análise permitiu uma avaliação detalhada do clima organizacional em cada setor da COOPATRIGO, identificando pontos fortes e fracos da percepção dos colaboradores.

3. Considerações sobre a Escala de Clima Organizacional

A pesquisa utilizou a Escala de Clima Organizacional (ECO) de Martins (2008), uma escala multifatorial composta por cinco fatores: apoio da chefia e da organização, recompensa, conforto físico, controle/pressão e coesão entre colegas. Os resultados foram apurados por fator, calculando-se uma média fatorial para cada um. A escolha desta escala se justifica pela sua abrangência, permitindo uma avaliação multidimensional do clima organizacional, considerando diferentes aspectos do ambiente de trabalho. A utilização de uma escala já validada, como a de Martins (2008), assegura a confiabilidade e a validade dos dados obtidos. A análise estatística se baseou nas médias obtidas para cada fator, permitindo comparações entre os setores da COOPATRIGO e a identificação de áreas que necessitam de atenção. A metodologia de análise, portanto, permitiu uma compreensão profunda e detalhada das diferentes dimensões do clima organizacional na cooperativa, fornecendo informações relevantes para a tomada de decisões e para ações de melhoria.

III.Resultados da Avaliação do Clima Organizacional

A análise dos dados da pesquisa de clima organizacional revelou, em geral, um cenário positivo na COOPATRIGO. Embora a maioria das dimensões apresentasse resultados indicando um bom clima organizacional, o fator controle/pressão mostrou alguns pontos críticos. No supermercado matriz, os colaboradores relataram pressão relacionada à frequência e controle rigoroso de horários. No setor administrativo, a pressão pelo cumprimento de prazos foi mencionada. Já na filial do supermercado, a falta de autonomia e a necessidade de autorização para qualquer tarefa foram destacadas. Apesar disso, esses pontos não afetaram a avaliação geral do clima organizacional, que permaneceu positivo. A pesquisa sugere a importância do diálogo entre gestores e colaboradores para solucionar esses pontos de desconforto.

1. Análise Geral do Clima Organizacional

A análise geral dos resultados da pesquisa de clima organizacional na COOPATRIGO indicou um clima predominantemente positivo. A avaliação utilizou uma escala de 1 a 5, com médias acima de 4 representando um bom clima, exceto para o fator controle/pressão, onde médias acima de 4 indicam clima ruim. Embora a maioria dos itens avaliados tenha demonstrado um clima organizacional favorável em todos os setores (administrativo, supermercado matriz e filial), alguns itens específicos dentro do fator controle/pressão apresentaram médias superiores a 4. Isso sugere a presença de alguns desconfortos relatados pelos colaboradores, que, embora não comprometam a avaliação geral positiva, merecem atenção da gestão. A pesquisa, portanto, destaca a importância de um bom clima organizacional para o funcionamento da empresa e a necessidade de se observar os pontos de melhoria mesmo em um contexto majoritariamente positivo. A análise geral revela a necessidade de se aprofundar na análise de cada setor, buscando entender a raiz dos problemas pontuais e propor soluções.

2. Fator Controle Pressão Pontos Críticos

O fator controle/pressão foi o único a apresentar alguns itens com médias acima de quatro, indicando a percepção de um clima ruim relacionado a esse aspecto em alguns setores. No supermercado matriz, os colaboradores se sentiram pressionados pela frequência e pelo controle rigoroso dos horários. No setor administrativo, a pressão pelo cumprimento de prazos dentro do previsto foi relatada como excessiva. Por fim, no supermercado filial, os funcionários expressaram a sensação de estarem presos aos comandos dos supervisores, indicando a necessidade de autorização para qualquer atividade. Apesar dessas médias acima de quatro, a pesquisa argumenta que esses itens não afetam significativamente a análise geral do clima organizacional, uma vez que são desconfortos pontuais, e não um clima organizacional ruim. A solução proposta é o diálogo entre os chefes de setor e os colaboradores para buscar melhorias em relação a esses aspectos específicos, reforçando a importância da comunicação e da gestão participativa na organização.

3. Demais Fatores Avaliação Positiva

Em relação aos demais fatores avaliados – apoio da chefia e da organização, recompensa, conforto físico e coesão entre colegas – os resultados da pesquisa de clima organizacional indicaram uma avaliação positiva, com médias majoritariamente acima de 4. O conforto físico foi considerado agradável e um motivo de satisfação para os colaboradores. A existência de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) na COOPATRIGO é mencionada como um fator que possivelmente contribui para esse clima positivo. O fator recompensa também apresentou resultados positivos, indicando que os colaboradores estão satisfeitos com a sua remuneração e benefícios. A análise desses fatores evidencia um ambiente de trabalho considerado positivo pela maioria dos funcionários, mostrando um ambiente favorável à produtividade e satisfação. A pesquisa ressalta a importância dos investimentos em bem-estar e reconhecimento dos colaboradores para manter o clima organizacional positivo. No entanto, a importância do diálogo e da atenção a problemas específicos, mesmo dentro de uma avaliação majoritariamente positiva, é reafirmada.

4. Análise da Escolaridade e Tempo de Serviço

A pesquisa também analisou a escolaridade e o tempo de serviço dos colaboradores da COOPATRIGO. Observou-se que 49% dos colaboradores possuem ensino médio completo. Essa porcentagem é influenciada pela maior representatividade dos supermercados (matriz e filial) na amostra, já que estes setores exigem menor nível de escolaridade do que o setor administrativo, que requer capacitação específica em áreas como financeira, contábil, jurídica, pessoal e comercial. Em relação ao tempo de serviço, a maior parte dos colaboradores (51%) possui de 1 a 5 anos de experiência na cooperativa. Essa porcentagem é explicada pela recente inauguração do supermercado filial (em 2010), enquanto os demais setores possuem mais de 10 anos de existência. Essa análise demográfica ajuda a contextualizar os resultados da pesquisa, permitindo uma compreensão mais completa dos fatores que influenciam a percepção dos colaboradores sobre o clima organizacional. O estudo mostra como a composição da força de trabalho pode influenciar a interpretação dos resultados, a necessidade de estratégias direcionadas para cada grupo populacional dentro da empresa.

IV.Considerações Finais sobre a Pesquisa de Clima Organizacional

A pesquisa de clima organizacional na COOPATRIGO forneceu dados valiosos para a compreensão da percepção dos colaboradores sobre o ambiente de trabalho. Os resultados apontaram para um bom clima organizacional geral, com algumas áreas de melhoria identificadas, principalmente no que diz respeito ao controle/pressão em certos setores. A pesquisa destaca a importância das pesquisas periódicas de clima organizacional como ferramenta de feedback para a gestão de pessoas e para a melhoria contínua do ambiente de trabalho. Os dados obtidos podem auxiliar a COOPATRIGO na implementação de estratégias para fortalecer pontos positivos e mitigar aspectos negativos, contribuindo para a satisfação e a produtividade dos colaboradores. A pesquisa também contribui para o campo acadêmico, oferecendo insights sobre a avaliação do clima organizacional em cooperativas.

1. Clima Organizacional Geral na COOPATRIGO Uma Avaliação Positiva

A pesquisa de clima organizacional na COOPATRIGO resultou em uma avaliação geral positiva do ambiente de trabalho. Apesar de alguns pontos críticos identificados, principalmente no setor de controle/pressão, a maioria dos indicadores apontou para um clima organizacional favorável. A satisfação dos colaboradores com relação a aspectos como recompensa, conforto físico e coesão entre colegas contribuiu para essa avaliação positiva. A existência de uma CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) também sugere um investimento da COOPATRIGO no bem-estar dos seus funcionários, o que pode estar relacionado ao clima positivo encontrado. A pesquisa, portanto, destaca o clima organizacional positivo como um todo na COOPATRIGO, mas ressalta a necessidade de ações específicas em relação aos pontos críticos identificados, que são mais bem explicados na análise setorizada. A pesquisa de clima organizacional, segundo autores como Bergamini e Coda (1997) e Chiavenato (2010), é uma ferramenta fundamental para mapear percepções e identificar as necessidades da organização e dos colaboradores. A periodicidade dessas avaliações, como ressaltado por Vieira (2010), é crucial para a melhoria contínua do ambiente de trabalho.

2. Importância do Diálogo e da Comunicação para a Melhoria do Clima Organizacional

A pesquisa destaca a importância do diálogo e da comunicação como ferramentas para a solução de problemas pontuais relacionados ao clima organizacional, mesmo em um contexto geral positivo. Os pontos críticos relacionados ao fator controle/pressão, como o controle excessivo de horários e a falta de autonomia, podem ser mitigados com uma comunicação mais eficaz entre gestores e colaboradores. A recomendação é que os chefes de setor conversem com seus funcionários para discutir possíveis melhorias, buscando um ambiente de trabalho mais colaborativo e menos restritivo. Essa abordagem humanizada reforça a importância de se considerar a percepção individual dos colaboradores na construção de um clima organizacional favorável. A pesquisa demonstra que, mesmo em situações onde alguns indicadores mostram insatisfação, o diálogo e a abertura para a escuta são fundamentais para a resolução de conflitos e a construção de um ambiente de trabalho mais positivo e produtivo. A percepção de justiça organizacional e interpessoal (como destacado por outros estudos) se mostra crucial para um bom clima.

3. Contribuições da Pesquisa para a COOPATRIGO e o Campo Acadêmico

A pesquisa de clima organizacional realizada na COOPATRIGO teve grande valor tanto para a cooperativa quanto para o campo acadêmico. Para a cooperativa, a pesquisa forneceu um feedback valioso sobre a percepção dos colaboradores a respeito do ambiente de trabalho, permitindo identificar pontos fortes e áreas de melhoria. Essa informação permite a implementação de estratégias para fortalecer aspectos positivos e mitigar os negativos, contribuindo para a melhoria da satisfação dos colaboradores e o aumento da produtividade. Já para o âmbito acadêmico, o estudo contribui com dados e análises relevantes para a compreensão do clima organizacional em cooperativas. Os resultados e as metodologias empregadas podem servir como base para futuras pesquisas e estudos de caso, ampliando o conhecimento sobre gestão de pessoas e clima organizacional. Martins (2008) e França (2002) são citados como referências importantes para a compreensão da influência do contexto de trabalho no comportamento, nas atitudes e na qualidade de vida dos colaboradores, além do impacto no desempenho da organização como um todo. Os resultados, portanto, podem contribuir para novas pesquisas e aprimoramentos metodológicos na área.