
Síndrome de Burnout em Odontologia
Informações do documento
Autor | Ândreo Renan Camilo Corbeta |
Escola | Universidade Federal de Santa Catarina |
Curso | Odontologia |
Tipo de documento | Trabalho de Conclusão de Curso |
Local | Florianópolis |
Idioma | Portuguese |
Formato | |
Tamanho | 0.93 MB |
Resumo
I.Objetivo e Metodologia do Estudo sobre Síndrome de Burnout em Professores de Odontologia
Este estudo, realizado em julho de 2015 na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), teve como objetivo principal estimar a prevalência da Síndrome de Burnout entre os professores de odontologia do departamento. Foram considerados 56 professores efetivos de um total de 77 docentes registrados no primeiro semestre de 2015. A coleta de dados utilizou um questionário abrangendo informações pessoais, socioeconômicas e o Inventário de Burnout Maslach – General Survey (MBI-GS) em português, para avaliar os níveis de exaustão emocional, despersonalização, e eficácia profissional. A pesquisa investigou a relação entre a Síndrome de Burnout e fatores como horas de sono, atividade física, uso de medicamentos e carga horária de trabalho.
1. Objetivo da Pesquisa sobre Síndrome de Burnout em Professores de Odontologia
O estudo, conduzido na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em julho de 2015, tinha como objetivo principal avaliar a prevalência da Síndrome de Burnout entre os professores do curso de graduação em Odontologia. A escolha desse tema se justifica pelo contexto atual do mercado de trabalho em odontologia, cada vez mais saturado, competitivo e seletivo, exigindo melhorias das instituições de ensino e sobrecarregando o corpo docente. Essa sobrecarga contribui para o aparecimento de agravos relacionados ao estresse, como transtornos de ansiedade e, especificamente, a Síndrome de Burnout. A pesquisa buscou quantificar a incidência desse problema específico entre os professores de odontologia, fornecendo dados relevantes para a compreensão da realidade e a implementação de medidas preventivas e de suporte. A identificação da prevalência da síndrome foi o foco principal, servindo como base para futuras análises mais detalhadas sobre os fatores contribuintes e suas implicações na saúde e bem-estar dos profissionais. A pesquisa se propõe a fornecer dados quantitativos sobre a prevalência da síndrome na população estudada, e não a realizar um estudo aprofundado sobre as causas ou tratamentos.
2. Metodologia da Pesquisa Coleta e Análise de Dados
A metodologia empregada foi quantitativa e transversal, com a coleta de dados ocorrendo durante o mês de julho de 2015. A população de estudo consistiu em professores do Departamento de Odontologia da UFSC, registrados no primeiro semestre do ano. Dos 77 professores registrados (66 efetivos e 11 substitutos, voluntários ou visitantes), apenas os 59 docentes efetivos foram considerados elegíveis para a pesquisa, excluindo-se sete professores afastados formalmente da universidade, resultando em 56 participantes finais. A participação foi voluntária, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O instrumento de coleta de dados foi um questionário estruturado que incluía seções sobre dados pessoais, socioeconômicos, perfil profissional e a versão em português do Maslach Burnout Inventory – General Survey (MBI-GS). Este inventário, validado e adaptado para a língua portuguesa, mede três dimensões da Síndrome de Burnout: exaustão emocional, despersonalização (cinismo) e eficácia profissional. Cada item do questionário utilizou uma escala tipo Likert, variando de 0 (nunca) a 6 (todos os dias), permitindo a quantificação e comparação dos níveis de Burnout entre os participantes. Os dados foram analisados com o objetivo de quantificar a prevalência da Síndrome de Burnout e identificar possíveis associações com variáveis sociodemográficas e fatores relacionados ao trabalho.
II.Resultados da Pesquisa sobre Síndrome de Burnout em Docentes de Odontologia da UFSC
Os resultados apontaram uma alta prevalência (96,72%) de Síndrome de Burnout (níveis alto e moderado) entre os professores de odontologia participantes. 55,36% apresentaram Síndrome de Burnout em nível alto. Houve forte associação entre alto nível de Síndrome de Burnout e fatores como: menos de 6 horas de sono diário, pouca ou nenhuma atividade física, uso de medicamentos devido ao trabalho, intenção de abandonar a carreira docente e carga horária de 40 horas semanais em regime de dedicação exclusiva. A pesquisa também analisou as dimensões do Burnout: exaustão emocional, despersonalização e eficácia profissional, identificando diferentes prevalências para cada uma.
1. Prevalência Geral da Síndrome de Burnout
O resultado mais marcante do estudo foi a alta prevalência da Síndrome de Burnout entre os professores de Odontologia da UFSC. De forma geral, 96,72% dos docentes apresentaram Síndrome de Burnout em níveis alto ou moderado. Especificamente, 55,36% dos participantes mostraram um nível alto da síndrome. Esses números demonstram a gravidade da situação e a necessidade de atenção para o bem-estar dos professores. A pesquisa destaca a grande proporção de docentes afetados por essa condição, indicando um problema significativo dentro do corpo docente da universidade. Além da prevalência geral, a pesquisa também analisou a distribuição da síndrome nas três dimensões do MBI-GS, evidenciando a incidência de exaustão emocional, despersonalização e baixa eficácia profissional. A alta prevalência geral aponta para um problema sistêmico, possivelmente ligado a fatores estruturais e organizacionais da universidade e da profissão em si.
2. Fatores Associados à Síndrome de Burnout
A pesquisa investigou a relação entre a Síndrome de Burnout e diversos fatores, encontrando associações significativas. Dormir menos de 6 horas por dia, a prática de pouca ou nenhuma atividade física, o uso de medicamentos devido ao trabalho, a ideia de desistir da carreira docente e uma carga horária de 40 horas semanais em regime de dedicação exclusiva se mostraram fortemente relacionados à alta prevalência da Síndrome de Burnout. Essas constatações apontam para um estilo de vida desgastante e a influência da rotina de trabalho intensa na saúde dos professores. A análise desses fatores contribui para uma melhor compreensão das causas da Síndrome de Burnout nesse contexto específico, permitindo a formulação de estratégias mais eficazes para a sua prevenção e mitigação. A pesquisa sugere a existência de uma relação causal entre esses fatores e o desenvolvimento da síndrome, embora não prove causalidade direta. A identificação desses fatores de risco é crucial para a implementação de medidas direcionadas à prevenção e ao bem-estar dos professores.
3. Análise das Dimensões da Síndrome de Burnout Exaustão Emocional Despersonalização e Eficácia Profissional
Além da prevalência geral da Síndrome de Burnout, a pesquisa analisou as três dimensões do MBI-GS separadamente: exaustão emocional, despersonalização e eficácia profissional. Embora não estejam explicitamente detalhados os resultados de cada dimensão separadamente nesse resumo, a pesquisa evidenciou diferentes prevalências para cada um desses componentes do Burnout. A análise individual dessas dimensões permite uma compreensão mais abrangente e precisa do impacto da Síndrome de Burnout nos professores, fornecendo uma perspectiva mais granular das áreas mais afetadas. A compreensão da prevalência em cada uma dessas dimensões é fundamental para o desenvolvimento de intervenções específicas e direcionadas para as necessidades individuais e coletivas dos docentes. A comparação entre as dimensões permite identificar pontos críticos de intervenção e direcionar esforços para mitigar os impactos negativos do estresse no trabalho docente.
III.Conclusão e Implicações do Estudo sobre Estresse e Síndrome de Burnout
A pesquisa concluiu que a Síndrome de Burnout é altamente prevalente entre os professores de odontologia da UFSC, e que diversos fatores relacionados ao estresse ocupacional contribuem significativamente para seu desenvolvimento. Os achados destacam a necessidade de intervenções para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida destes profissionais, considerando aspectos como carga horária, suporte institucional e promoção de bem-estar, afetando diretamente a eficácia profissional e a saúde mental dos docentes. O estudo reforça a Síndrome de Burnout como uma questão de saúde pública no contexto da odontologia.
1. Prevalência da Síndrome de Burnout e Implicações para a Saúde Pública
A conclusão principal do estudo aponta para uma prevalência alarmante da Síndrome de Burnout entre os professores de Odontologia da UFSC, com 96,72% dos participantes apresentando níveis alto ou moderado da síndrome. Essa alta prevalência configura um problema de saúde pública, considerando as implicações para a saúde física e mental dos indivíduos, bem como os custos organizacionais associados à rotatividade de pessoal, baixa produtividade e qualidade do ensino. A pesquisa indica que a Síndrome de Burnout não é um evento isolado, mas um problema sistêmico que requer atenção imediata e ações eficazes para mitigar seus efeitos. Os resultados reforçam a necessidade de políticas e intervenções que promovam a saúde mental e o bem-estar dos professores, evitando o esgotamento profissional, o absenteísmo e a desistência da carreira docente. A identificação da alta prevalência da síndrome, destacando o impacto na saúde dos docentes e a necessidade de ações institucionais, é fundamental para direcionar políticas de saúde pública e ações de prevenção.
2. Fatores de Risco e Necessidade de Intervenções
O estudo destaca a forte associação entre a Síndrome de Burnout e diversos fatores de risco, como o número reduzido de horas de sono, a falta de atividade física, o consumo de medicamentos devido ao trabalho, o desejo de abandonar a carreira docente e a carga horária elevada (40 horas semanais em regime de dedicação exclusiva). A identificação dessas correlações é crucial para a implementação de intervenções eficazes. Essas intervenções devem focar na melhoria das condições de trabalho, na redução da sobrecarga e no fomento ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Estratégias de gestão do estresse, programas de promoção de saúde e bem-estar, e políticas institucionais que valorizem o professor e suas necessidades são fundamentais. A pesquisa aponta a necessidade de ações integradas que abarquem desde a organização do trabalho até o cuidado individual com a saúde mental e o bem-estar. A ênfase no autocuidado, por meio de hábitos saudáveis, também é crucial para a prevenção e o tratamento da síndrome.
3. Direcionamento de Futuras Pesquisas e Implicações para a Educação em Odontologia
Os resultados deste estudo fornecem subsídios importantes para pesquisas futuras, que podem aprofundar a investigação dos fatores de risco e a eficácia de diferentes intervenções para o manejo da Síndrome de Burnout em professores de Odontologia. É essencial investigar as especificidades do estresse ocupacional nessa profissão, considerando as características da formação e da prática profissional. A pesquisa sugere a necessidade de estudos longitudinais para acompanhar a evolução da síndrome ao longo do tempo e a efetividade de programas de intervenção. Além disso, os resultados destacam a importância da implementação de políticas institucionais que promovam a saúde mental e o bem-estar docente, impactando diretamente a qualidade do ensino em Odontologia. A pesquisa contribui significativamente para a área da educação em Odontologia ao apontar a necessidade de ações preventivas e de apoio aos professores, visando à melhoria da qualidade de vida e do processo de ensino-aprendizagem.